CAPÍTULO 2

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Enrico Martinelli

— Isadora, pode ligar para a Bianca de Alencar e avisar que a vaga é dela e pedir que comece na segunda-feira.

— Pode deixar Enrico! — ela respira fundo. — A Vitória não para de ligar, e a cada vez que liga a sua classe vai para o ralo.

Era só o que me faltava. Que classe que a Vitória tem?

— O que ela disse?

— Que se você não atender as suas ligações, ela irá colocar essa agência abaixo.

Até parece que vou me submeter às ameaças da Vitória, ela que vá para o inferno.

— Obrigado! — e desligo.

***

Duas horas trancado nessa sala lendo contratos, ideias para comerciais e propagandas, parece que minha cabeça vai explodir. Eu amo meu trabalho, essa agência é minha vida, não me imagina fazendo outra coisa.

Cada um dos meus irmãos tem seu próprio negocio meu segundo irmão Marco tem uma franquia de academias muito bem sucedidas, Lorenzo meu irmão mais novo tem a sua boate, e a minha princesa Giulia terminou a faculdade e está atrás de um trabalho na sua área, ela se formou em Ciência da Computação. Essa agência é de todos, mas eu fui o único a se voluntariar a cuidar dela, no começo eu não queria, não entendia nada disso, mas depois eu percebi que não importa o ramo que você está, mas sim o quanto você se entrega para ser o melhor.

De repente a minha porta é aberta e meu amor entra e se joga em cima de mim.

— Oi meu amor! — eu beijo todo o seu rosto e ela dá vários gritinhos.

— Oi titio, como você está cheloso! — como eu amo essa menina.

Antes que eu pudesse responder, a voz do meu irmão me interrompe.

— Por que você não me falou que eu também estou cheiroso, Maria Eduarda? — Marco é um homem grande, tem cabelos compridos e Maria Eduarda o faz de boneca, é cômico.

Maria Eduarda é a filha de Marco, ela só tem quatro anos, mas imaginem uma criança inteligente e esperta para a idade, ela é o amor da nossa família, a única criança que temos.

Ela pula do meu colo e corre para o pai e abraça suas pernas.

—Você é o homem mais cheloso e bonito do mundo todo, papai! — dá vontade de morder suas bochechas rosadas. Ela tem os olhos verdes e seu cabelo castanho claro, ele é grande chegando a sua cintura, ela é uma criança muito linda.

— E eu princesa, não sou bonito? — pergunto.

— Você também é bonito tio Rico.

— Como vai Enrico? — Marco se senta na cadeira a minha frente e coloca a Duda sentada no seu colo. — Melhorou do seu problema em sentar? — o idiota segura um riso, maldito Lorenzo!

— Que engraçado! O Lorenzo já foi fofocar, aquela marica!

— Tá com machucado no bumbum, tio Rico? — Duda pergunta inocente. Marco cai na risada.

— Não querida, eu machuquei as costas, não consigo me encostar na cadeira.

— Amorzinho, vai lá ficar com a Isadora. — Marco pede para Duda, ela pula do colo dele e vai correndo até a porta. Quando ela abre a porta, Lorenzo está parado com a mão no alto.

— Titio Enzo! — ela pula nele que a pega no colo e lhe dá um beijo estalado na bochecha. — Me coloca no chão, vou ficar com a Isadora. — Lorenzo a coloca no chão e ela parte como um foguete.

— É alguma reunião que eu não estou sabendo? — eu pergunto.

— Eu não posso vir visitar o meu irmão mais velho? — Lorenzo se joga no sofá e se fingi de inocente.

— Eu conheço os idiotas que tenho como irmãos, o que vocês querem saber?

— Já conseguiu pegar a advogada? — Lorenzo pergunta.

— Pedi para Isadora ligar avisando que ela começa na segunda feira, não falei com ela depois da entrevista.

— Eu acho que você está ficando mole irmão! — Marco diz.

— Mole está seu pau! — lhe mostro o dedo do meio.

— Que bom! Pois seria estranho se o pau dele estivesse duro com a gente aqui. — Lorenzo faz cara de nojo olhando para Marco.

— Vocês são dois babacas! — jogo uma caneta em Lorenzo.

— Claro que somos. Você é o babaca máster!

Todos nós rimos.

— Sabe quem não para de me ligar? — pergunto.

— Alguma vadia que você pegou e não ligou de volta! – Lorenzo responde.

—Vitória!

Os dois fazem caretas, e um som estranho sai do Lorenzo, estou tentando saber que som que foi esse.

— Você ainda esta fodendo com ela? — Marco me pergunta.

— Não! E é exatamente por isso que ela está me ligando, eu a dispensei.

— Dá agencia também?

— Marco, ela me disse que se eu não atendesse suas ligações, ela colocaria a agência abaixo, se eu quebrasse o contrato com ela, provavelmente a Vitória colocaria fogo nisso aqui.

— Ninguém mandou você se envolver com essas modelos loucas. Isso tudo é falta de uma boa alimentação, viver a base de mato e água não dá cara. — Lorenzo debocha, mas ele está certo, ninguém merece se privar de comer, mas é a vida delas.

— E você Marco tá pegando alguém? — Lorenzo levanta as sobrancelhas e seu olhar é malicioso para o Marco.

— Não é da sua conta, você que deveria tomar cuidado com as que você pega, daqui a pouco o seu pau vai cair por causa de alguma doença, e sem contar das perebas que pode sair na sua boca. — Marco responde e eu dou risada da cara de nojo do Lorenzo.

— Vira essa boca pra lá, eu me previno muito bem quando vou transar.

— Mas e a boca? Você não sabe onde as bocas das mulheres que você beija passaram antes de você meter a língua dentro delas, nunca achou nenhum pentelho na sua boca depois de um beijo? — pergunto me divertindo com a situação.

— Que nojo, não dá pra ter nenhuma conversa com vocês, estou indo embora. — ele se levanta e vai embora.

— É muito bom zoar com ele.

— É sim, mas você não respondeu sobre esta saindo com alguém.

— Não estou saindo com ninguém, saio com uma aqui e ali, mas não tenho nada sério com ninguém.

— Entendo! Mas você vai encontrar alguém legal, que ame a sua filha e que ame você.

— Estou contando com isso, mas agora eu preciso ir, tenho que levar a Duda para comprar um presente para uma amiguinha da escola, a gente se vê!

— Beleza!

Sozinho de novo na minha sala, um sorriso involuntário aparece, amo meus irmãos, amo a minha família, eles são tudo pra mim, eu faria tudo por eles.


Enrico - Irmãos Martinelli #1 - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora