Prólogo

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Ninguém nasce conhecendo tudo e, dificilmente, conhecerá ao longo de sua vida

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Ninguém nasce conhecendo tudo e, dificilmente, conhecerá ao longo de sua vida. À exceção, talvez, de um número limitado de seres oniscientes.

No início, quando a vida já podia ser encontrada em quase todos os cantos do universo, dois Omnis — como foram apelidados os deuses —, junto aos representantes de várias raças, a fim de evitarem uma nova guerra como aquela responsável por separar os quinze deuses, estabeleceram o Tratado da Paz, que previa, dentre outras coisas, a igualdade entre as raças do macroverso que a ele aderiram.

Foi na Era de Ouro que teve sua origem no jovem planeta Terra a primeira raça pós-Tratado. Uma raça que detinha um poder nunca antes possuído ou visto por nenhuma outra. Uma raça que vivia em harmonia com a natureza e a ela se conectava; eram os primeiros humanos que o Tempo viu nascer.

A notícia sobre tamanha a prosperidade da raça humana rapidamente se espalhou pelo universo. Em pouco tempo, todos conheciam os Filhos da Terra e sabiam do que eram capazes. A fama da humanidade despertou a admiração de uns e a cobiça de outros.

Mas enquanto a paz reinava na Terra, um movimento reacionário nascia em um planeta que orbitava Altair, a Alpha Aquilae.

Ocorreu que, quando Caipora e o Tempo, ao se apaixonarem pela raça humana, decidiram vaguear em meio a ela personificados como tal, muitos povos enxergaram isso como uma violação do Tratado. Elas acreditavam que nenhum Omni deveria se rebaixar a uma raça mortal e menos ainda que uma raça mortal poderia ter a honra de sentir-se igualada a um Omni, ao passo que significaria também uma evidente superioridade às demais raças.

A fim de reivindicar a igualdade que lhes havia sido prometida, esses povos e raças extraterrestres uniram-se a outros que ansiavam descobrir a fonte do poder humano, além de entendê-lo e conquistá-lo. Juntos, eles invadiram a Terra e lutaram lado a lado contra os terráqueos, naquela que viria a ser conhecida como a Guerra de Arcádia.

A humanidade saiu vitoriosa do conflito, mas, apesar disso, sua perda foi gritante; a população terráquea agora ultrapassava pouco mais da metade do contingente anterior ao início da guerra.

Diante de tal infortúnio e temendo futuros conflitos, a terça parte dos humanos, os mais poderosos, migrou para o centro da Terra; a partir dali, era sua responsabilidade descobrir uma forma de disseminar o poder humano, mas, acima de tudo, protegê-lo. Quanto aos que permaneceram na superfície, o fizeram por não serem tão virtuosos e por terem suas capacidades físicas e espirituais limitadas. A princípio, a permanência de humanos de baixo potencial energético na superfície deveria inibir uma nova invasão a curto prazo, forjando a degradação de um poder outrora tão almejado.

A humanidade, então, havia finalmente retomado seus tempos de paz. Ao menos até uma nova ameaça surgir. E, dessa vez, no seio do próprio planeta.

Ao longo das Eras seguintes, a verdadeira história da primeira raça humana se perdeu. Os humanos da superfície, desconhecendo o legado de seus antepassados, aventuraram-se pelas terras sagradas aonde se encontravam as passagens para o mundo interior, comprometendo a fachada energética do planeta.

Vendo a necessidade de proteger as passagens e manter as raças separadas, Caipora e o Tempo recrutaram espíritos desencarnados para tornarem-se Guardiões e Mentores.

E não considerando suficiente, determinaram ainda que, uma vez encarnados, os espíritos viveriam por cem anos e envelheceriam até um quarto de suas vidas. Os Guardiões nasceriam quinze anos após o nascimento de seus Mentores, teriam o dever de aprender com eles e de proteger terras sagradas ao redor do planeta, santuários que abrigam as entradas físicas para o centro da Terra, Pontos Emarcaucos e portais dimensionais. Em seus corpos, Mentores e Guardiões trariam as marcas de sua origem e de seu encargo. Por fim, os espíritos dos guardiões seriam agraciados com dons e habilidades comuns a todos eles, exceto por um único dom, um dom que se diferenciaria de espírito para espírito e de encarnação para encarnação, um dom cujo despertar seria o sinal para o início da jornada deles.

A própria Caipora ensinara aos primeiros Mentores o que eles precisavam saber e eles transmitiram o conhecimento adquirido aos Guardiões, que por sua vez ensinariam para o mentor de sua próxima encarnação, não cabendo mais à Natureza fazê-lo.

Ora, como os Omnis que eram, a Caipora e o Tempo sabiam o que aconteceria ao se personificarem como membros da raça humana, assim como sabiam que precisava ser feito. Afinal, tudo aquilo já havia acontecido. E, sabendo de tudo, eles não contaram tudo aos primeiros Mentores, mas tão somente o que deveriam contar para que o desconhecido fosse descoberto e até talvez solucionados os mistérios sobre ele.

Essa, porém, não é a história de nenhum Omni, mas, sim, a de uma Guardiã que protege segredos que ela mesma desconhece.

*Ponto Emarcauco: portais invisíveis capazes de transportar no espaço-tempo aqueles que conscientemente fizerem sobre eles uma série de movimentos específicos;

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*Ponto Emarcauco: portais invisíveis capazes de transportar no espaço-tempo aqueles que conscientemente fizerem sobre eles uma série de movimentos específicos;

Áquila - O Destino dos Viajantes - Volume 1Where stories live. Discover now