▫Capítulo 3▫

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     Ah, quarta feira, lindíssima quarta feira. Acabo de acordar com um sorriso super satisfatorio e me espreguiçar pra esticar "as juntas" como diria minha mãe. E ah... Quarta feira, lindíssima quarta feira, como eu amo quartas. Tipo assim, o que pode dar errado em quartas? Elas são maravilhosas! Vem nos avisar que a sexta tá chegando mas não nos iludem como a quinta que gosta de me fazer pensar que já é sexta mesmo não sendo, resultando na minha tristeza.

     Era uma quarta de sol! Quarta perfeita.

— Filho? O que faz acordado tão cedo? - Minha mãe entrou no quarto.

— Oi privacidade. Tudo bem? - Ironizei.

— Privacidade? O que é?

— Não vou entrar nesse quesito com a senhora. Respondendo sua pergunta, hoje é quarta feira.

— Aah quarta feira... O que temos na quarta feira?

— Grr mãe, tu nem me conhece. Quartas são maravilhosas e sempre são meus melhores dias da semana, então adotei. - Quando terminei de falar percebi que ela nem tava prestando atenção, pois estava respondendo alguma mensagem no seu celular.

— Filho, como faço pra colocar o acento no "a"? - Grr.

[...]

     Estávamos tomando café em paz e na maior calma do mundo já que por um milagre de Deus eu não acordei atrasado, nem parecia a mesma casa.

     Ah, eu descobri que minha mãe havia dado sim dinheiro para meu irmãozinho... De início pensei que ele estava individado com os traficantes mirin de doces da escolinha dele e precisaria pagar, mas na verdade ela me disse que ele guardou o dinheiro que minha mãe deu só por guardar, tipo, o moleque mal sabe falar direito algumas palavras específicas, imagine fazer economias com objetivos pra elas.

     Minha mãe disse pra ele não guardar o dinheiro dela, e sim, o meu porque gasto muito... Acho que ela anda lavando tanta louça que entrou sabão na cabeça. Como é que pode? Esse menino pra certas coisas é muito espertinho, vai que ele esconde mesmo.

     Já aviso que ele tem uma "babá" - vulgo nossa tia - pra acompanhar ele no resto do caminho da escolinha e é ela quem compra as coisas dele com o dinheiro da minha mãe quando a mesma não faz o lanche dele. Essa tia também trás ele pra casa.

     Quero ver se quando ele ficar mais sabido, vai querer me enganar pra comprar bonecos do Max Still:
— Cadê o dindin do lanche? - Pah! Um boneco novo!

     Grr.

     Felizmente o favoritismo não vai me abalar hoje, pois o espírito da quarta prevalece em mim. Vai dar tudo certo com certeza.

[...]

     Já estava no portão da universidade e caminhava lentamente com uma calma inexplicável - ou sim rs - já que cheguei mais cedo, meu olhar ia de lugar a lugar procurando Luhan e nada de acha - lo, também, só vive escondido e pra completar é bem magrinho. Se ele estivesse parado atrás daquele poste de luz a minha frente, eu não o veria... Vou lá conferir.

     Me frustrei porque não achei ele lá e em lugar nenhum da frente da universidade então mandei uma mensagem:

"Onde está? Não te acho, cacete."

     Continuei perambulando para lá e para cá em busca de Luhan mas o sentido maior era achar um bebedouro, a cede prevaleceu e eu corri atrás do mais próximo, porém não tinha um ali - pelo menos eu não vi - então fui num que ficava perto do banheiro.

— Poxa, que longe. Quase desidratei no caminho. - Disse pra mim mesmo ao achar um bem no corredor do banheiro.

— Hum sempre exagerado. - Me virei pra ver quem falava comigo - de mim - e lá estava ele de novo.

Um Diferente Clichê ×kaisoo×Onde histórias criam vida. Descubra agora