A Língua Não É De Camões

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Acabei de apagar um poema que não gostei
Toda minha inocência eu matei, eu queria voltar ser aquela criança
Agarrada um fone, ouvindo pensamentos que loucos gritavam num microfone
Suas loucuras me afectaram
Hoje sou poeta, sonho que a poesia vai me fazer melhor que aquela Pessoa
A língua não é de Camões
Agora ela é minha, eu me apropriei
Crio como se fosse um génio
Só não engano os tolos
Pois eles sabem que os sábios
Nada sabem, ou então sua sabedoria escondem
Já eu a partilho, como se fosse cocaína
Olha a soberba, cuidado atenção ao que escreva
Me dizia o velho safado
Naquele sonho, onde eu tinha duas princesas deitadas na cama do hotel
Transando ao som de cartel, encantadas com os meus poemas
Pensando que eu sou aquilo que eu escrevo
Talvez até seja mais e mostre menos
Eu não precisei de muito para lhes despir
Bastou umas pequenas mentiras
Que elas não estavam acostumadas a ouvir por causa da rotina
E triste ver como é fácil levar uma menina para cama
O meu sonho é levar uma mulher ao altar
Mas eu não quero casar, a sociedade matou o casamento
Todos perdemos valores, humanos só pensam em dinheiro
E quem escreve por fama
Até pode ficar famoso
Mas o tempo, o vai tornar desconhecido

Elixir 5Where stories live. Discover now