O Nevoeiro

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Aí Camões, apesar dos teus sermões
Nada acalma esse desassossego
Minha mente está em peregrinação
Tal como os cancioneiros medievais
Trauteando Sonetos, enquanto vou a Índia
Sem sair de Portugal, tentando fugir
Desse labirinto de saudades
Que sinto do meu leal companheiro
Há muito que ele não dá sinais de fogo
Quiçá sumiu, junto com os Maias
Sua última aparição, foi junto à casa grande
Porém por causa do mal tempo no canal
A mensagem não foi recebida
Nós perdemos a guerra, e ele sua obra poética
Graças a isso, nossa poesia
Já não estará exposta no memorial
Mas quem sou eu? Para questionar as ideias de Deus
E seus ensaios, eventualmente amanhã
Junto com o elixir, todo esse nevoeiro irá sumir

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