O fim da civilização

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O MITO DA DEPENDÊNCIA DE UM SISTEMA COERCITIVO E SEDENTÁRIO.

Dentre as muitas questões pautadas na tentativa de gerar parâmetros para um novo sistema sócio-econômico-cultural afim de reger a espécie humana adaptada à civilização, inclui-se a necessidade ou não de alguns humanos realizarem tarefas que ninguém queira. Tarefas penosas, laboriosas, humilhantes e prejudiciais a saúde são necessárias? O texto que segue esboça apontamentos para responder esta questão.

O sistema capitalista puro utiliza especialmente a remuneração para o trabalho como principal fator de coerção. A violência se dá especialmente em comunidades onde as necessidades básicas do ser humano como água, alimentos, remédios, moradia, entre outras, são objetos de comércio.

Os sistemas socialistas procuram racionalizar a produção e por este lado tendem a melhorar as condições dos trabalhadores. Por outro lado, tendem a diminuir a liberdade de opção de onde o trabalhador poderá se inserir, em muitos casos obrigando-os a trabalhar, recebendo salário ou não.

Mas, independentemente dos trabalhadores serem escravos do dinheiro emitido pelo estado ou do estado já solidificado, a coerção é o principal motivador para o trabalho. Os sistemas não são socialistas nem capitalistas completos, isto ocorre e sempre ocorrerá pois é impossível eliminar um sem eliminar o outro, assim os trabalhadores permanecem escravos de ambos.

O capitalismo e o socialismo sobrevivem através da coerção, através de promessas de avanços humanistas utópicos, de um discurso que estamos em uma fase de transição para o mundo perfeito que todos sonhamos e oferecem provas disso com avanços tecnológicos e científicos que são oferecidos especialmente através de infraestrutura, bem estar social e proteção ao cidadão.

Em troca obrigam a todos, ou praticamente todos, a trabalhar. Alegam que estamos em uma fase de transição, que estamos indo para um tal de futuro Um futuro que nunca chegará e percebe-se cada vez mais claramente que ambos os sistemas falharam. Não é preciso escolher entre um ou outro, mas aceitar o fim de ambos, o fim da própria civilização.

O PSICOPATA CANIBAL QUE NOS PROTEGE

A Ciência da História Humana insiste em nos mostrar dados estatísticos e demográficos sobre os tempos pré-históricos para tentar provar que vivemos no melhor dos tempos e faz sentido acreditar que estamos avançando.

Mas estes dados foram inventados, estimados, não existia este controle tão detalhado e minucioso no passado, coisa que seria impossível de realizar sem uma escrita utilitarista como a nossa. O maior problema é que isto nos é ensinado como fato, experiência já vivida mas que não vivemos, mentiras que distorcem nossa realidade e como finalidade anulam nossa individualidade.

Estudiosos da área também utilizam exemplos de civilizações atuais que vivem no que eles acreditam ser o estágio pré histórico, o que é uma mentira. Mesmo que estas civilizações mantenham muitas características culturais preservadas desde aqueles tempos elas também sofreram influência de todos os séculos de desenvolvimento desta cultura global, especialmente no último milênio quando a globalização de uma monocultura humana começa a tomar forma mais evidenciada.

Não existem civilizações hoje como as da pré-história, somos todos civilizações contemporâneas com o mesmo tempo de evolução, que sofreram estímulos e realizaram diferentes trocas com outros povos, espécies e com o meio de um modo geral.

A nossa civilização tão tecnológica e global talvez é quem tenha preservado a sua maior característica pré-histórica, o gosto por destruir ou pelo menos controlar toda e qualquer civilização diferente, e o mundo está sob nosso controle, seja lá quem sejamos nós.

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