one of two.

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Jimin tinha ido direto da faculdade para a festa no apartemento de Taehyung. Amigo de infância, amigo que mora perto de lojas de conveniência e hospital, amigo que tinha remédios nas gavetas da cozinha toda vez que Jimin bebia muito.

Ele não bebia exatamente para ficar bêbado mas para sentir aquele borbulhar feliz na barriga que ele sempre confundia entre álcool funcionando e paixão no cantinho de seu peito. Quando Jimin sentia as borboletas dançando dentro de sua barriga, ele bebia mais para que a sensação não parasse.

Não dava muito certo, exatamente.

Era por isso que sempre acordava jogado no sofá de Taehyung, duas horas antes de suas aulas na faculdade e com a cabeça gritando. Ela dizia: "Você é um ridículo! Quem disse que eu fui feito 'pra aguentar suas vontades, humano mesquinho?"

Bebia quatro garrafas de água antes de suas aulas na faculdade, e ainda morria nelas.

Era uma rotina para Jimin encontrar óculos derrubados embaixo de sua mesa toda vez que chegava em sua sala. Não no plural, mas sempre o mesmo todas as vezes que chegava - ou conseguia chegar - mais cedo.

Era um tipo de; meu vizinho da frente dorme durante as aulas e como um ser espaçoso, esquece que, na verdade, ele precisa de óculos para enxergar que o professor o encara feio durante todas as aulas.

Só que, daquela vez, o vizinho da frente parecia bem agitado. Franja comprida, olhos arregalados, nenhum óculos no chão.

Ele olhou para Jimin e Jimin o encarou.

—Lentes de contato.

Jimin sentia dor de cabeça quando falavam com ele, ou quando ele vivia. Por isso sentiu dor de cabeça quando fechou a porta, e quando se sentou na sua cadeira e quando viu o vizinho da frente virar o corpo junto da cabeça quando fora o olhar.

—Hematomas?

Jimin não sabia que alguém sorria em faculdades durante a manhã, e muito menos quando metade dos estudantes tinham bebido, e ficado até mais felizes que Jimin.

O problema era que não tinha outra ocasião onde sentia as borboletas dançando no estômago. Quando bebia, as sentia e dançava com elas. Quando não bebia, parecia que o clima de sua barriga tinha mudado e agora, elas tinham virado ursos polares.

—Não, são tatuagens de festa.

Não era anormal para Jimin aquele tipo de resposta. Sim, claro, ia em festas, bebia horrores, morria nas aulas da faculdade e mesmo assim lia os livros que tinha que ler. Sim, claro, qual a novidade?

Para Jungkook, talvez fosse. Por isso ele sorriu. Sorriu como se nunca tivesse escutado Jimin falar antes.

Jungkook particularmente não sentia esse tipo de intenção por parte de Jimin. A intenção de alguém que bebia porque aproximadamente 800 pessoas daquela faculdade faziam a mesma coisa.

Ele, diferentemente de Jimin, sentia as borboletas cantarem aquarela durante uma festa de aniversário dentro de seu estômago.

De verdade, era simples?

—Jimin sunbae, você precisa de um remédio 'pra dor de cabeça?

E pronto!

Algumas vezes, não era Jimin quem atiçava as borboletas dançantes no estômago. 

As vezes era Hoseok e sua dancinha durante os tempos livres depois das aulas. 

As vezes Seokjin, quando ele dividia seu sanduíche apenas para sujar o rosto de outra pessoa com maionese. 

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