sede insaciável

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_ Como assim "não vai mais além"? _ Meliodas rosnou
_ Sinto muito... _ o homem a sua frente coçou a nuca envergonhado _ Não posso levá-los além daqui, dizem que essa ilha é perigosa, e eu tenho amor a minha vida!
_ São apenas boatos, você acha o que? Que irá haver bruxas e lobisomens preparados para nos atacar? _ o loiro falou irônico
_ Talvez não, mas existem assassinos que se esconderam naquele lugar, sabia? _ o homem afirmou, parecendo bastante alarmado _ Estupradores, torturadores, esquartejadores...
_ Tá bom, tá bom, nós já entendemos! _ King ergueu as mãos, pedindo para que o homem parasse de falar, seu medo era óbvio
_ Tá com medo, Kingzinho? _ Ban provocou
_ Cale a boca!
_ Que tal os dois calarem a boca? _ Meliodas propôs, enquanto andava de um lado para o outro, tentando conter a sua raiva
_ Idiotas. _ Zeldris resmungou, com os braços cruzados

Já fazia duas semanas que os quatro rapazes estavam navegando naquele barco, que era dirigido por Yuzu, um bom homem que se disponibilizou para levar os quatro pelo oceano.
A ideia da equipe era simples: atravessar pelo Atlântico e encontrar a ilha demoníaca, que, segundos a lenda, é um local habitado por assassinos e criaturas sanguinárias, mas ninguém sabe se é verdade, pois todos que para lá foram, nunca voltaram para contar a história.

_ Ainda não acredito que deixei vocês me arrastarem até aqui! _ King choramingou
_ Fica quieto, foi você quem resolveu vir, seu animal! _ falou Meliodas

Normalmente, o loiro tinha uma personalidade bastante descontraída e divertida, mas sua irritação não era para menos, né? Estavam navegando a duas semanas e a comida e água já estavam terminando, além disso, agora Yuzu tinha chegado a conclusão de que não os levariam até a ilha, apenas pararia o barco a alguns metros de distância e depois? Os rapazes é que se virassem!

_ Vocês acham que essa ilha é realmente mal assombrada, ou é só história? _ King questionou
_ Eu não sei, mas vamos descobrir!

(...)

Yuzu jogou a âncora no mar, parando a alguns bons metros de distância da ilha, enquanto os rapazes se preparavam para mergulhar.

_ Por favor, que não tenhamos vindo aqui atoa! _ Meliodas pedia

Colocando as mochilas dentro de um grande saco plástico para não molha-las, os quatro mergulharam, nadando pelo mar até a praia.

_ Nunca senti tanta saudades da terra! _ Zeldris comentou, se jogando na areia e encarando o céu _ Me lembrem disso: nunca mais quero entrar em um barco! Nunca!
_ Tá bom, na volta você vai nadando. _ Meliodas gargalhou da expressão zangada de seu irmão mais novo
_ Posso saber porque nós não usamos o helicóptero do nosso pai?
_ Simples, meu caro irmão: isso estragaria a aventura! _ Meliodas sorriu, marchando orgulhosamente pela praia, em direção a mata
_ Certo, primeiro de tudo, precisamos encontrar um lugar para passar a noite. _ King afirmou, abrindo o saco plástico e colocando sua mochila em suas costas
_ Uh? Tipo um hotel? _ Ban questionou
_ Oh, seu idiota... _ Meliodas bateu a mão contra a própria testa em sinal de decepção _ Isso não é Los Angeles, é uma ILHA, e não qualquer ilha, mas sim uma inabitada, conhecida por ser extremamente perigosa, dúvido que algum ser humano já tenha pisado aqui...
_ Merda! _ Zeldris xingou


Os três caminhavam em meio a mata, era algo bem embaraçoso, afinal, frequentemente davam de cara com aranhas, cobras e lagartos, além de terem que tomar cuidado para não esbarraram em arbustos ou bater a cabeça nos galhos mais baixos.

_ Odeio mato! _ Zeldris reclamou
_ Você odeia tudo. _ Meliodas disse

Andaram até uma clareira, ela era bem grande e ilumina, um ótimo lugar para armar uma barraca.

Meliodas retirou a barraca portátil da mochila, a armando com facilidade.

_ E lá vou eu procurar lenha... _ Ban falou, indo em direção a algumas árvores
_ Não vá muito longe. _ King avisou
_ Vou procurar comida _ Meliodas avisou _ Volto mais tarde, antes do anoitecer



Elizabeth e as amigas corriam em uma velocidade anormal pela floresta, desviando com facilidade das árvores e dos arbustos.

_ Ali! _ Elizabeth exclamou ao parar de repente e se esconder atrás de um arbusto

As quatro observaram a sua caça ocupada colhendo frutos, uma ótima refeição.

_ Oh, quase posso sentir a textura da carne sendo rasgada pelos meus dentes... _ Diane sussurrou sensualmente, mordendo o lábio inferior como se estivesse excitada _ O gosto do sangue escorrendo pelos meu lábios... Oh, acho que estou me sentindo... Quente...
_ Aquele é dos bons! _ Gelda comentou, lambendo os lábios
_ Esse cheiro de sangue... Me enlouquece! _ Elaine fechou os olhos, sentindo o cheiro inebriante que vinha da sua presa

Elizabeth se encolheu o máximo que podia atrás dos arbustos, Elaine escalou uma das árvores com facilidade, para poder ter um melhor ângulo.
Gelda e Diane ficaram atrás das árvores, prontas para dar o bote.

1...
2...
3...

Um grito ensurdecedor pode ser ouvido, ao mesmo tempo em que as quatro pulavam no urso distraído, mordendo-o em seus pontos vitais, como o pescoço.
O animal rugiu assustado, tentando se defender, mas era tarde demais, o veneno vampírico logo começou a fazer efeito, enquanto a fera tinha dificuldades em respirar.

Usando as unhas compridas, Elizabeth abriu a barriga do animal, tendo acesso a carne gorda e cheia de sangue.

As garotas salivavam apreciando aquela caça, não demorou para começarem a morder, arrancando pedaços enormes da carne crua, fazendo muito sangue escorrer pelas suas bocas, manchando os seus corpos pelo líquido vermelho.

_ Mais, mais, eu quero mais! _ Elizabeth falava, dando mordidas enormes, arrancando a carne dos ossos, como um lobo ou uma leoa faminta
_ Tão gostoso! _ Gelda murmurava, deixando o sangue escorrer por seus dedos até a boca

Elas continuavam a refeição, enfiando as mãos no estômago na criatura e as levando a boca com punhados de carne, tripas e órgãos pulsantes.
Estavam cobertas de sangue, mas isso não era um problema, afinal, o sangue era uma fonte de vitaminas, mas ainda assim, era viciante, como uma droga.
Seus organismos imploravam por mais e mais, não importava o quanto de sangue bebessem, a sede continuava.

_ Pobre urso, estava colhendo frutas para enganar o estômago enquanto a temporada de salmões não começava... _ Elizabeth suspirou, sorrindo com a boca suja de sangue _ É uma pena que não tivesse tomado um pouco mais de cuidado.
_ Afinal de contas, estamos no topo da cadeia alimentar. _ Gelda afirmou, lambendo o sangue em seus lábios

Não muito longe dali, o loiro procurava por alimento, mal sabia Meliodas que a comida era, na verdade, ele mesmo.

_ Sentiram isso...? _ Elizabeth se levantou _ Parece que tem humanos por aqui, posso sentir o cheiro.

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⏰ Última atualização: Jun 03, 2018 ⏰

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