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Foi com dificuldade que deixamos Valentim lá, minha vontade era permanecer ao lado do meu filho, e pelo que percebo o mesmo sentimento é compartilhado por Isaac, nos despedimos na saída do hospital e por um impulso acabei o convidando:

_ Hei cara, você não quer comemorar comigo, pow eu segurei meu filho pela primeira vez, podemos comprar umas bebidas e conversar um pouco, isso se quiser é claro, se não tiver nenhum compromisso.

_ Não tenho, podemos ir sim comemorar.  Eu estou de carro, só temos que passar ali no estacionamento para buscá-lo. 

Passamos no estacionamento e seguimos para um supermercado, compramos algo para o almoço e bebidas e fomos para casa de Isaac, eu não fiz objeção tudo o que eu queria era comemorar, ele morava sozinho em um apartamento, ficava próximo a faculdade, era um apartamento pequeno porém muito aconchegante: 

_ Fica a vontade aí cara, a cozinha fica daquele lado, vê se tem algo na geladeira ou nos armário que queira, vou tomar um banho rápido e já venho, ah se quiser tomar um banho também posso te emprestar uma roupa. 

_ Tudo bem, hei vou colocar as bebidas para gelar beleza.

_ Fica a vontade. 

Isaac foi tomar o banho dele e eu fiquei na cozinha colocando as bebidas na geladeira, peguei um queijo que encontrei e fatiei em cubinhos, levei um cubinho na boca e coloquei o resto na geladeira para comermos enquanto bebíamos, quinze minutos depois ele se juntou a mim na sala:

_ Está com pressa?

_ Não, tenho todo o tempo livre hoje.

_ Ótimo então hoje você é meu... convidado para passar a tarde comigo. Vou fazer um almoço leve e assim depois podemos beber. 

Concordei, ele até que não é mal na cozinha, a refeição estava para ser realista muito gostosa, e enquanto almoçávamos a conversa fluía naturalmente:

_ Mas me responde uma coisa, você vai visitar o Valentim todos os dias?

_ Sim, vê algum problema nisso?

_ Não, que isso, até agradeço pelo carinho que tem com o meu filho, mas é que...

_ É que?

_ Ah vai, vai dizer que não notou o interesse do doutor Leandro em você.

_ Não notei não.  Isso te incomoda?

_ Não, pow me incomodaria por qual motivo?

_ Ciúmes, talvez.

_ Sou homem pow, nada contra quem gosta, mas eu não. 

_ Tá certo.

_ Mas e você? 

_ Eu o que? _ vamos lá na varanda a vista de lá a tarde é bem bonita, vamos beber.

_ Você gosta pow? _ Lá na faculdade rola um boato...

_ Você está querendo me perguntar se eu gosto de homens? 

_ Gosta?

_ Não, eu não escolho sexo, eu escolho pessoas, gosto de pessoas independente se for mulher ou homem.

_ Bem vaga essa resposta. 

Ele sorriu: 

_ O que de fato quer saber Martin?

_ Já ficou com algum rapaz?

_ Eu tinha quinze anos quando dei o meu primeiro beijo com um rapaz, só que esse rapaz saiu contando para todos na escola, fui humilhado, apanhei do meu pai, fui levado a uma igreja onde o pastor dizia que eu estava com demônios e no fim fui expulso de casa quando nada disso resultou do jeito  que meu pai queria, meu pai é um homem antiquado, nunca aceitou o fato de eu gostar de homens. Morei na rua, passei fome, um senhor me levou para casa dele, após eu tentar roubá-lo para matar a fome, ele teve pena de mim, e eu fui morar na casa dele, fui amante dele por dois anos. Ele me fez estudar e de certa forma tive mais amor com ele do que com os meus pais, eu sempre fui humilhado principalmente pelo meu pai por ser "diferente" dos outros garotos. Quem passa pela humilhação a vida toda com um pai ignorante, enfrentar boatos e o  Gaspar é fichinha. 

_ Nossa, nunca imaginei que tivesse tido uma vida tão difícil assim. Você está sempre sorridente, rodeado de garotas lindas. 

_ Adaptamos com a dor Martin, quando a vida nos bate constantemente, nós nos acostumamos e a dor já não nos fere mais. 

Já havíamos bebido bastante e continuávamos a beber,  Isaac continuava a contar sobre sua vida, eu falava algumas das minhas experiencias, até que de repente paramos de falar, ficou aquele silencio, ele me olhou, nossos olhos se encontraram e sem que eu me desse conta do que fazia eu o beijei, foi um selinho rápido, acho que ele não esperava por aquilo pois me olhou assustado, eu não me afastei, ele se aproximou e a distância foi aos poucos diminuindo até que nossos lábios se uniram em um beijo lento, meus olhos se fecharam e eu me entreguei aquele beijo deixando-me envolver pela língua dele, eu tomei a iniciativa em retirar a blusa que ele usava, ele auxiliou a levantar os braços, depois ele fez o mesmo com a minha, beijou o meu ombro despido e depois voltou a beijar-me. Puxando-o para a sala recuando os meus passos o puxei para o sofá onde deixei que meu corpo caísse sobre ele, ele permaneceu em pé me olhando:

_ Tem certeza?

_ Sim. 

Ele voltou a beijar-me colocando o peso do corpo sobre o meu, sussurrando em meu ouvido:

_ Não vou perguntar de novo, tem a chance de recuar agora, depois não o deixarei desistir. 

_ Não enrola pow, estou dizendo que quero. 

Novamente ele me beijou, descendo os lábios por meu pescoço dando uma gulosa chupada, não resistir e deixei escapar dos meus lábios um gemido baixo, ele se encaixava por cima do meu corpo e pressionava o quadril sobre o meu, eu podia sentir toda a sua ereção que assim como a minha estava no auge. 

Apressado levei a mão ao cós de sua calça, ele segurou a minha mão:

_ Martin, isso é tudo o que eu quero, mas entenda, não tem volta, uma vez que acontecer não tem volta.

_ Eu sei pow, tá com medo do que?

_ Do amanhã. 

Busquei os seus lábios para espantar o medo que via no olhar dele, e não dei chance dele desistir, desabotoei o botão da calça dele em seguida da minha, ambos de cueca eu me admirava com o perfil dele, se vestido ele era gostoso, sem roupa ele era apetitoso. 

Primeira noite: 

Quando o amor aconteceWhere stories live. Discover now