9- O guarda-chuva que guardava um universo

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Você saiu de casa que nem um vulto e foi para o hospital, e claro, eu fui junto.

Seu olhar desesperado e triste cortava meu coração.

Tudo o que eu queria poder fazer era tirar aquela tristeza de ti.

Neste exato momento, eu me encontrava abraçada com um Hyunjin sentada em uma cadeira de hospital.

Os outros optaram por ficar em casa, mas mandavam mensagem a cada um minuto para saber se tínhamos notícias ou algo assim.

A verdade era que todos estávamos de coração partido, pois a senhora Kim; avó de Hyunjin; era como a nossa avó.

Ela sempre dizia que o Hyunjin era um trouxa que tinha que perceber que me ama.

[...]

Depois de pelo menos cinco longas horas naquela sala de espera, o médico apareceu.

- Responsáveis pela senhora Kim Kyungmin?

- Aqui! -todos nós levantamos como vultos e fomos até o doutor.

- A cirurgia foi um sucesso! O tumor foi retirado e logo a senhora Kim poderá voltar para casa.

Ficamos bem felizes, afinal havia sido só um susto.

[...]

Já havia se passado uma semana desde a senhora Kim e a mesma passava bem.

O lado "bom" dessa história foi que eu visitei a sua avó junto com você todo dia.

Mas voltando ao ponto, antes de ontem a mesma foi liberada do hospital e retornou para Busan, na casa de uma tia do Hyunjin junto com a mãe do mesmo.

Então, hoje a minha pessoa não teria que ir ao hospital e nesse exato momento eu me encontrava parcialmente entediada em uma praça ao lado de um Jeongin igualmente entediado.

Bufei.

- Por que a gente ainda tá aqui? -pergunto visivelmente irritada

- Porque a anta do Jisung disse para a gente esperar ele aqui. -Jeongin me respondeu com cara de tédio

- Ah, hoje é dia de segurar vela, né? Dá vontade de dar na cara dos dois por não assumirem o cacete do namoro!

- Compartilhamos a mesma vontade, pff

Nos olhamos e começamos a rir.

Yang tinha esse efeito sobre mim, ele conseguia transformar momentos constrangedores ou incômodos em algo engraçado ou até mesmo confortável.
Ele é o melhor amigo que eu poderia ter.

- E se eu te dissesse que eles não vão vir? -o garoto disse ao olhar suas mensagens

- Eu mato eles.

- Então prepara a faquinha, porque teremos um Han Jisung e um Lee Minho mortos hoje.

Jeongin me mostrou a conversa e segundo Jisung, Minho precisou ir a um jantar em família e ele foi junto.

- E agora?

- E agora o que, Haneul?

- O que a gente faz, anta?

- Podemos tomar sorvete, hm?

- Nunca te critiquei, Yang -mostro a língua e começo a rir

[...]

Finalmente era sexta-feira e eu nunca me senti tão liberta.

Acho que pela primeira vez eu acordei sorrindo e acho que o motivo tinha relação com meus pais voltarem hoje da Inglaterra.

Como eu havia acordado bem mais cedo do que o normal; eram cinco e meia e eu costumo acordar às seis e quarenta; desci calmamente e fui em direção a cozinha, cantarolando alguma melodia aleatória que acabara de surgir em minha mente.

Exatamente na hora que eu peguei o pão, o meu querido telefone fez questão de tocar. Ranço.

E lá fui eu com um pão na mão atender o miserável.

"Alô"

"Oi, filha"

E naquele momento eu soube que toda a minha felicidade iria se esvair em pelo menos um minuto.

[...]

- MAS COMO ASSIM ELES SÓ VOLTAM DAQUI A TRÊS MESES? ELES ESTÃO FORA PRATICAMENTE DESDE FEVEREIRO E JÁ ESTAMOS EM AGOSTO!

- Elizabeth, xinga eles depois. O mais importante é saber como a Haneul está.

- Na verdade, Marui, eu nem sei porque ainda esperei que eles realmente voltassem hoje. Isso é tão frustante! -disse apoiando a cabeça em meu caderno

- Kang Haneul, venha até a minha mesa, por favor. -o professor de literatura disse

E eu ainda pensei que meu dia podia melhorar.

[...]

- Eu ainda não acredito que vou ficar presa na escola até eu arrumar a biblioteca inteira.

- Mas o que que tu fez? -Chris disse

- O certo é: O que ela não fez, né? -foi a vez de Changbin se pronunciar

- Eu juro que esqueci da maldita pesquisa!

- Enfim, boa sorte Haneul. -Elizabeth disse e eu me despedi de todos, indo em direção a biblioteca.

Seria uma longa tarde.

[...]

- Alguém me explica que tipo de pessoa coloca um livro de comédia na área de romance? -bufo e reviro os olhos irritada

Meu dia estava um completo lixo e ainda eram três da tarde.

Olhei para o chão e vi um livro no chão, me abaixei para pegar o mesmo e acabei esbarrando na estante.

E foi questão de segundos para eu me levantar e

"POW"

Caiu um livro que parecia bem pesado ao meu lado.

Entitulado "O mundo de Sofia".

"POC"

Uma borracha acertou em cheio a minha cabeça.

Virei minha cabeça e vi que a bibliotecária tinha jogado a mesma sem querer. Santo azar.

[...]

Depois de pelo menos três horas e meia arrumando a biblioteca, eu terminei e fui até a entrada.

A minha pessoa até sairia se não fosse UMA FUCKING CHUVA CAINDO.

Respirei fundo e resolvi sair, afinal não havia jeito e aquela chuva não parecia nem um pouco com chuva passageira.

Suspirei, cansada.

Eu saí de olhos fechados e nada me molhou.

Olhei para cima.

Você.

Pode parecer clichê, porque realmente era.

Mas no momento eu só pensava de onde você havia surgido.

- De onde...?

- Eu também tive que arrumar algo. Só que eu arrumei a sala de artes e por algum motivo na hora que eu saí eu te vi. -sorriu.

Destino.

- Então, Haneul, já que a gente tá aqui e tá meio frio... Aish... Quer ir na cafeteria comigo? -disse meio embolado e quem sorriu dessa vez fui eu.

- Claro, Hyunjin.

E aí eu vi que na verdade esse guarda-chuva tinha um papel mais importante do que nos oroteger da chuva.

Esse guarda-chuva guardava um universo inteiro, um universo que também pode ser chamado de meu amor.

"Ás vezes o universo une dois destinos aleatoriamente e os mesmos resolvem se amarrar como um nó" -1

How to get a boyfriend in 3 months ❀ Hwang HyunjinOnde histórias criam vida. Descubra agora