Gelo Fino

256 100 18
                                    

Na bruma densa, a realidade se esvai,
E a alma se debate em tormentos sem fim.
Distante e próximo, num limbo existencial,
O ser se confronta com o medo ancestral.

Sobre o lago congelado, a passos hesitantes,
Avanço cauteloso, entre dúvidas constantes.
O perigo espreita sob a superfície fria,
E a cada passo, a incerteza me guia.

O coração palpita, o peito se contrai,
Enquanto a névoa densa a visão me trai.
Mas é nesse abismo, na iminência do fim,
Que a alma se revela, buscando um novo rumo.

No confronto com o medo, a estrela surge,
Iluminando o caminho, a esperança que urge.
Cresço e aprendo, na dualidade do ser,
Refazendo-me no mundo, a cada amanhecer.

Ainda que o destino se esconda no véu,
Ousarei seguir, sem vacilar, sem receio.
Na coragem de avançar, a verdade se revela,
E encontro meu ser, na jornada que me anhela.

Através da névoa, a luz se insinua,
Guiando meus passos, a cada nova conquista.
Com o coração valente e a alma renovada,
Avanço em busca da luz, eternamente amada.

100 Pés e 100 CabeçasWhere stories live. Discover now