Garota à Luz da Chuva

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Na penumbra do aposento, sozinha,
Uma garota triste, na noite fria,
Ouve a chuva dançar na madrugada,
Enquanto a solidão a acompanha.

Sentada no piso frio, ela se aninha,
Uma taça de vinho, mãos trêmulas,
Bebe a amargura que a alma carrega,
E a tristeza aflora em lágrimas mansas.

Lá fora, a chuva cai em melodia,
Ecoando tristezas, como sua sina,
Nas gotas que escorrem pela vidraça,
E a garota se perde em sua agonia.

Sua face pálida, cabelos desgrenhados,
Guardam segredos, tormentos profundos,
No peito, um coração em ruínas,
Quebrado, em pedaços, por mil segundos.

Ela chorou todas as esperanças,
Que um dia ousou nutrir em seu peito,
Mas a vida, cruel, fez desvanecer,
Sonhos que agora jazem desfeitos.

Em cada gota de chuva, vê-se refletida,
A dor que a alma guarda, escondida,
Enquanto a garota, perdida em si mesma,
Sente o peso do mundo em sua vida.

Que o céu, em sua escuridão, testemunhe,
A tristeza que consome a sua essência,
E que a chuva, em sua calada prece,
Leve embora essa dor, essa carência.

Mas ela, por enquanto, chora e se entristece,
Na solidão de sua casa, na noite fria,
Enquanto a chuva canta sua melodia,
E a garota, na penumbra, definha.

100 Pés e 100 CabeçasWhere stories live. Discover now