Ecos da minha alma

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Quão vazios são os ecos da minha alma
Que — destroçada! — vive a sorrir?
Quão vazias são as cores dos meus planos
Que — há tantos anos — desbotam com tempo a ruir?

Quantas lástimas já não saíram da minha boca?
Quantas dores não nasceram das saudades?
Quantos sons não incitaram os dissabores?
Quantas vezes não cantei paixões e amores
Que com o tempo se transformaram em tantas partes
De mim, que não sei bem o que é estar rota,
Mas que encontro, no quebrantar, felicidade?

É assim, então, viver em segundo plano?
Contentar-se com tão pouco e ser feliz?
Estar à margem do meu eu? Sou cicatriz
De uma dor que não se cura com amor.

É assim, então, que me sinto mais segura?
Viver na parte do meu eu — a mais escura!
Inalcançável, escondida, infeliz
E sem reconhecer que a vida é cicatriz?

Se é assim, quão vazios são os ecos da minha alma
Que insistem em me dizer para sorrir
Quando vibram com o pranto disfarçado?
Quão vazios são os ecos da minha história
Que me escapa pelos becos da memória
E grita que um dia fui alguém que lutou em vão?

Palavras que Gritam em Versos MudosOnde histórias criam vida. Descubra agora