20

17.6K 1K 506
                                    

Meus pensamentos não foram a mil e sim a um milhão, eu pensei em segundos o que não pensei em toda a minha vida. Eu não sabia o que fazer e mesmo se soubesse, eu estava algemada e não teria muito o que fazer.

-Caralho Paola, nós conversamos sobre isso na sala! Saia daqui!
(A professora grita, e assim a mulher faz, com uma cara de poucos amigos, ela fecha a porta do quarto. Era uma mulher bonita, muito bonita, e pelo que eu entendi, era íntima da professora. Eu fechei os olhos, senti quando ela tirou as algemas de mim, meu corpo estava pesado, cansado, não conseguia abrir meus olhos)
Me espere aqui, por favor. (Ela fala dando beijos em meu rosto, percebi que estava chorando, mas não abri meus olhos)

Ela levanta, ouço a porta ser fechada, eu queria levantar, mas parecia que tinha um camião em cima de mim. Fiz força para abrir meus olhos, com muito esforço levantei, vesti de vagar minhas roupas e fui praticamente me arrastando até a porta do quarto, e de lá eu podia escutar as duas, que pareciam estar brigando.

-Foi por ela que você terminou tudo Natalie? você só pode estar louca!
(A mulher gritava)

-Vai embora Paola, me deixe em paz!

-Você está apaixonada por ela? só me responde isso e eu sumo da sua vida!

-Eu não te devo satisfação dos meus sentimentos, vai embora!

-Nem precisa responder...Natalie, você vai se arrepender disso, é bom que ela saiba logo quem você é de verdade, e não venha me procurar quando isso acontecer.

Ouvi a porta da sala ser fechada, tranquei a porta do quarto, eu estava chorando, sim, porque mais uma vez alguma coisa estragou tudo, mais uma vez eu descubro uma mentira. Ela mentiu o próprio nome, e eu me dei conta de que não sei absolutamente nada sobre a professora, eu fui uma idiota todo esse tempo!
A maçaneta foi girada, eu ouvi seus soluços de choro.

-Isa?... (ela chama do outro lado da porta)

-Eu nunca mais quero te ver na minha vida. (Falo ainda chorando, eu odeio viver de mentiras, e o pior disso tudo foi nossa mentira inicial)

-Por favor, eu vou te explicar tudo...abre a porta.

Volto pra cama, não conseguia cessar meu choro, me cubro com os lençóis e fecho meus olhos, eu só queria acordar na manhã seguinte e estar deitada na minha cama bagunçada, no meu quarto, e perceber que tudo foi um sonho e eu nunca a conheci de verdade.
Ainda a escutei me chamar, mas consegui dormir, meu cansaço era maior que minha dor, já tive muitas emoções por hoje.

**

Acordei com a luz forte vinda da janela do quarto, me sentia mais leve, tudo o que eu precisava era dormir. Abri meus olhos, nada foi um sonho, tudo aconteceu, e eu tinha que dar um fim nisso tudo.
Fui até o banheiro, me despi e me olhei no espelho, mais marcas, mais lembranças.
Liguei o chuveiro, a água estava gelada, do jeito que gosto.
Não demorei muito até sair.
Troquei de roupa, eu não queria levar nada dali que me lembrasse ela, mas eu precisava de roupas limpas.
Vesti um short jeans e uma blusa qualquer, calcei meus tênis e fui até a porta do quarto, espero que ela tenha saido, afinal, ela deveria estar dando aula e eu deveria estar na escola.
Abri a porta de vagar...

-Droga! (falo pra mim mesma)

Ela estava sentada ao lado da porta, usando apenas uma blusa de frio e calcinha, ela estava dormindo, tinha passado a noite ali.
Eu queria ter ido embora, meus planos eram: mudar de escola, mas continuar minha amizade com a Mora e tentar entender o que ela estava sentindo, recomeçar minha vida longe da "Natalie", tentar esquece-la, mas eu não o fiz. Eu não fui embora.
Me abaixei ao seu lado, afastando os cabelos que cobriam seu rosto, vendo que ela chorou a noite inteira.

-Ei... (a chamo, eu temia o que aconteceria dali pra frente, mas eu não conseguia sair)

Aos poucos ela foi despertando, e ao perceber que eu estava ao seu lado, me abraçou. Eu queria ainda estar com raiva, mas eu sorri, inevitavelmente.

-Você tem que ir trabalhar... Já passou da hora.. (falo, mas ela ainda me abraçava)

-Eu vou ligar pra lá e falar que estou doente. (Ela me solta, em seguida segurando meu rosto levemente e sorrindo)

-Mas você não está doente. (Falo colocando minha mão em sua testa, ela não estava quente ou coisa do tipo)

-Eu sei, eu vou mentir, nós vamos passar esse dia juntas. (ela beija todo o meu rosto, sorrio)

-Só se você me prometer que daqui pra frente não vai mentir pra mim... e se você me explicar tudo o que aconteceu ontem...

-Ok, eu vou te explicar tudo, prometo, mas preciso tomar um banho agora. (Ela levanta do chão, eu estava sorrindo como uma boba mais uma vez)

-Ok, eu vou comer alguma coisa. (Ela me da um selinho e entra no quarto, vou até a cozinha e abro o armário, pego um biscoito e deito no sofá, o controle estava ao lado, pego o mesmo e coloco no canal de desenhos animados)

Fico assistindo por um bom tempo já que ela sempre demora no banho, mas depois de tanto esperar ela aparece na sala, mais linda do que já é. É a primeira vez que a vejo usando uma calça jeans, mas a que a mesma vestia não tinha detalhes, era bem discreta, mas ela não podia dispensar as blusas sociais, então estava usando uma azul, e sapatos em um estilo masculino.
Seus cabelos estavam soltos, ela parecia mais aliviada, leve, não parecia a mesma.

-Nós vamos sair? (Pergunto ainda a olhando de cima abaixo enquanto ela colocava algumas coisas dentro de sua bolsa)

-Sim, nós vamos passar o dia fora.


------------------------------------

Então pessoal, o que vocês acharam do capítulo?
A isadora deveria ter perdoado mesmo a professora?
Comentem!

(Quem quiser entrar no grupo no watsapp me manda o número)

A safada da minha professora | ConcluídaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang