Me Apaixonei Pelo Meu Melhor Amigo.

Capítulo 7

Catarina narrando:

Não queríamos desperdiçar um minuto sequer, todas as sextas fazíamos os nossos dramas "vou sentir saudades meu melhor amigo" eu dizia, e ele sempre respondia "eu também minha melhor amiga", nas segundas, e nos outros dias da semana quem chegava primeiro esperava o outro na sala, para dar o famoso abraço-casa, que até um dia eu comentei com ele e ele me confessou que não entendia o porquê de se chamar abraço-casa, daí expliquei, que quando ele me abraça eu me sinto tão confortável, tão confiante, como se eu estivesse na minha própria casa, com o meu próprio escudo.

Ele me responde com um "ahh", jeito frio e de poucas palavras dele, nas ao mesmo tempo tão meigo, esse jeito dele sem jeito, que me deixa perdidamente mais apaixonada ainda por ele, podem me beliscar.

Eu tento me afastar dele, não em relação a nossa amizade, mas sim para que eu possa impedir os meus sentimentos de se expandirem, porque confesso, ele já é tão grande, que está prestes a explodir do meu peito. As amizades dele, com outras garotas me fazem abrir o olho, tanto grude, tanto amorzinho que talvez, nem seja só uma amizade, e talvez eu esteja colocando coisa demais na minha cabeça, num romance que talvez só exista para mim.
Estávamos tão ligados um ao outro, mas ao mesmo tempo tão distantes.
Não, corrigindo eu estava distante, mesmo não conseguindo manter 100% de distância, não poderia me jogar de cabeça em algo que sequer tinha tempo para começar, eu nem o conhecia direito, não poderia entregar o meu coração para ele ainda, não por agora.

Mas e se eu já tiver entregado, mesmo sem querer, ou sem perceber?

Fernando narrando:

Catarina falava tanto das saudades que sentia de mim, de desabafar comigo, e eu confesso que também senti saudades, mas não desse jeito que ela se expressa, como se o mundo pudesse acabar a qualquer momento, como se ficar longe, iria acabar nos matando, também não é bem assim, mas eu sentia saudades, afinal eu à amo, e não sentir o que ela sente, não me faz inferior a ela, cada um sente do seu modo e não há nada de errado com isso.
Conversamos tanto sobre a saudades que eu comecei a sentir saudade também ao longo do ano, e fizemos um negócio de abraçar o outro sempre que chegavamos no colégio, um esperava o outra na sala, o famoso abraço-casa que Catarina tanto falava acontecia e íamos para as suas respectivas vidas.
Na sala, éramos nós, fora dela, apenas conhecidos de classe, mas não por muito tempo, não para sempre, algo ainda iria mudar e muito.
Nos chamávamos de melhores amigos, mas acredito que sempre houve uma intenção a mais nessa amizade, ao mesmo tempo que tínhamos segundas intenções, Catarina tinha medo, e isso nos fazia retroceder, talvez não tenhamos evoluído tão rápido devido a isso, não a culpo, mas sim a quem teve coragem de deixá-la assim

Não, eu nunca fui o tipo de pessoa que se prende, em nada, eu não deixo as minhas relações interferirem nas minhas amizades e talvez, esse seja mais um tópico que nos fez retroceder na relação, Catarina sempre foi muito obvia, em questão de olhares, poetas tem essa mania, né
Eu sempre gostei de ter uma aproximação a mais com as minhas amigas, e talvez as vezes pudesse parecer outra coisa, que não tinha nada haver na verdade, nunca tem, mas parece.

Parecer, não é ser.

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***Meses se passaram..***

Catarina narrando:

Estamos em dezembro entrando nas provas de recuperação, minha amizade com Fernando está melhor do que nunca, amo a maneira que posso falar com ele sobre todas as coisas sem vergonha alguma e a forma que ele me entende e me aconselha, eu realmente não poderia ter um melhor amigo que não fosse ele..

Fernando narrando:

Tudo passou tão rápido e já estamos em dezembro fiquei em recuperação de seis matérias e Catarina apenas em uma, fico feliz por ela, nossa amizade está melhor do que nunca, e não poderia estar melhor, claro que eu queria que minha relação e a de Catarina fosse algo mais que amizade, mas, o que eu poderia fazer? O que poderia decidir agora ? eu realmente não tinha uma escolha, a não ser essa.