Capítulo (32)

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Eduardo

Eu acho que nunca estive tão nervoso com algo antes com estou hoje com esse jantar, na realidade só o simples fato de pensar em ter que me abrir com alguém já me causa um certo desespero. Será que estou realmente preparado para isso? Antes de obter a resposta a campainha toca, ela chegou!

-Boa noite, uau você está linda. -digo assim que abro a porta, me sentindo hipnotizado por ela.

-Boa noite, obrigada. Você também não está nada mal -ela diz abaixando a cabeça, dou passagem para ela entrar mas parece que está perdida em seus pensamentos.

-Vai entrar ou vai ficar parada na porta? -pergunto rindo trazendo ela de volta ao mundo real rs.

-Oh claro, perdão. -ela responde sem graça.

-Fica a vontade, vou só conferir como anda o jantar e já volto. -digo.

Na realidade eu preciso é respirar um pouco e colocar a mente no lugar, permaneço um tempo no corredor que dá acesso a cozinha sem saber como agir, o que será que ela tem que sempre me deixa sem ação?

Volto a sala e encontro ela em pé olhando pela janela, fico parado observando e admirando seu corpo, até ela se dar conta da minha presença e se virar em minha direção.

-Estava perdida em pensamentos? -pergunto me aproximando.

-A vista daqui é linda, impossível não se perder rs. -ela responde com um sorriso.

-Então acho que vai gostar da área externa, o que acha de depois do jantar irmos até lá? -pergunto esperançoso.

-Se a vista for tão linda quanto a daqui irei amar. -respiro fundo para não falar o que eu iria amar ver nesse momento.

-Pode apostar que sim, aceita um vinho enquanto o jantar não fica pronto? -pergunto.

-Sim obrigada! -ela responde.

Nos sentamos no sofá com as taças de vinho nas mãos e começamos a conversar banalidades como o tempo, política e futebol, até ela chegar onde eu mais temia.

-Me fala mais sobre sua você e sua família. -ela pede e dessa vez não tenho como escapar.

-Me chamo Eduardo Ferraz Lambertini, tenho 31 anos, solteiro, sem filhos, formado em Engenharia civil e Administração com pós nas duas, sou um cara reservado, com pouco senso de humor mas generoso com quem merece. -digo cortando o assunto "família".

-Nossa duas faculdades com pós não é para qualquer um, e sua família? -ela é uma diaba mesmo.

-Meus pais são casados 33 anos, tiveram dois filhos eu e minha irmã Carol que é a caçula. -falo encurtando.

-Você seguiu a mesma carreira do seu pai? -ela vai perguntar tudo detalhado pqp.

-Não, meu pai seguiu a carreira do meu avô e do meu bisavô todos advogados renomados em suas áreas, eu estudei administração em Havard porque de início não sabia ao certo o que queria e administração poderia ser viável em qualquer área que eu fosse seguir como foi, quando abri a construtora foi mais por ser o oposto do que meu pai era. -falo.

-Mas por que? -ela pergunta.

-Porque eu não queria ser comparado a ele ou viver a sua sombra, queria ter algo meu que eu tivesse erguido sozinho, quando me formei e voltei ao Brasil ainda estava perdido sobre o que fazer, assim que cheguei meu pai como presente de formatura me deu uma quantia exorbitante em dinheiro, investi tudo na abertura da construtora. Ralei dia e noite durante 3 longos anos sem férias ou folgas, juntei cada centavo com muito suor e devolvi ao meu pai o dinheiro que ele havia me dado, não quis ser ingrato mas precisava fazer isso para dizer que eu havia conseguido. Meu pai é um homem bom e íntegro, tenho orgulho dele, de vez em quando ele vem até aqui e conversamos mas é algo difícil já que sempre andamos muito ocupados -falo.

Nunca me senti assimWhere stories live. Discover now