Capítulo 4

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Bennett

Não há um único osso delicado em meu corpo, todos sabem.
Então quando um vaso de flor ocupa boa parte da minha mesa às pessoas entram em pane.

-Ouvi uns policiais dizendo que você foi buscar água para regar a flor.

Brad para de frente para minha mesa sorrindo.

-Essa delegacia parece o ensino médio porra, ele medem o tamanho do pau no banheiro também?

-Vamos Hector, nunca imaginamos que você iria regar plantinhas... Parece que estamos em um mundo paralelo.

Posso imaginar.

Mas Abby ficaria triste se essa flor morresse e não quero deixá-la desapontada porque fui orgulhoso e não reguei a maldita planta.

-Se vocês cuidassem da própria vida isso não seria um problema, mas vivem fofocando pelos corredores.

Não estou com bom humor, que não é novidade.

Brad é um homem agradável, irritante na maior parte mas agradável, em geral às pessoas ficam longe de mim intimidadas com meu tamanho ou pela cicatriz estampada em meu rosto. Não estou acostumado a ter amigos, nem mesmo antes de toda merda em minha última experiência servindo.

Recentemente estendi minha amizade para algumas pessoas em Boston e Nova Iorque, ainda tento lidar com isso.

-Por que não saímos para beber após o trabalho? Por minha conta.

-Não estou interessado, não bebo.

Expurguei da minha vida tudo capaz de prejudicar meu corpo e minha sanidade. O álcool está entre elas.
Perder parte da capacidade de meu joelho foi um inferno de uma má sorte, idas a médicos especialistas por anos levou a pior de mim.
Um corpo saudável é igual a uma mente clara.

Diferente do meu joelho direito, minha mente não pôde ser salva. Ataques de pânico, descontrole com a raiva são umas das sequelas de tudo de passei. Encontrar um equilíbrio saudável foi uma alternativa funcional.

Uma solução onde não perco o controle das minhas emoções.

-Por Deus Bennett, um adolescente têm mais diversão do que você homem!

Talvez sim, realmente não ligo.

-Se já acabou de reclamar como uma puta pode dar o fora da minha mesa.

Evans levanta o dedo médio e sorrio.

-Maldita Fera irritante!

O apelido se aplica bem de acordo com meu estado de espírito. Tudo que quero é dirigir para casa e dividir uma refeição com Aubrey novamente.
Certifiquei de mandar mantimentos que ela possivelmente gostará, sorrio só de lembrar da cara de nojo ao dar uma olhada na minha geladeira.

Gosto de pensar que ela está feliz morando sob meu teto, é cedo demais para ir para cima com todas minhas ideias sujas, durante o almoço deixei claro meu interesse.
O meu plano consiste em deixar Aubrey confortável ao meu lado, a minha casa, e minha cama. E para isso eu preciso trancar a Fera dentro de mim e ir com calma.

A Fera de DetroitOnde as histórias ganham vida. Descobre agora