Capítulo 8

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Cenas preferíveis para maiores de dezoito anos.

Abby

O que aconteceu com todos os meus argumentos para não gostar de Hector Bennett?

Sentir a dor e agonia do homem foi um golpe duro. Vi o sofrimento em seu rosto bonito, o ouvi gritar por socorro e isso despedaçou o meu coração. Hector não precisou dizer mas sei que o pesadelo foi uma lembrança.

A lembrança de quando às suas cicatrizes foram feitas. Não me incomoda sua reação agressiva, vi no seu olhar que ele ficou apavorado.

O dia amanhece frio pela janela, o ar pesado faz contraste com o humor do dono da casa. Nem mesmo Dex apareceu na cozinha.

Faço novamente panquecas e café forte do jeito que ele aprova. Estou hesitante em como será sua reação ao me ver em seu quarto novamente.
Alguns me chamariam de tola por enfrentar um homem raivoso três vezes o meu peso em músculos, mas a vozinha em minha cabeça grita que Hector nunca irá me ferir.

Entro no quarto sem bater e ofego ao ver a destruição. Vidro, tecidos rasgados cobrem o chão e uma trilha de sangue acelera meu coração.
H e c t o r.

-Hector!-clamo.

Deixando a bandeja no que restou da cama eu corro para o banheiro rezando para que ele não tenha se ferido muito.
E coberta por pensamentos de possíveis danos não me dou conta que Bennett está só de toalha olhando para mim com assombro.

-Aubrey?

Faço a primeira coisa que me vem na mente e me jogo em seus braços.

-Oh Hector, eu vi o sangue e pensei... Pensei...-olho para seus olhos azuis agora tão escuros quanto o céu lá fora-Eu fiquei tão preocupada! Eu sinto muito ter te acordado daquela maneira.

Sua confusão poderia ser cômica em outro momento.

-Preocupada... Comigo?

-Ora, com quem mais? Há sangue no chão do quarto.-então vejo seus nós da mão roxos-Socou a parede não foi?

Não me admira que tenha sangue agora.

-Você está preocupada comigo.-repete.

Foi aos poucos que tomei conhecimento de que ele estava vestindo uma toalha e eu o tinha próximo.

-Vou hm... Deixá-lo se vestir e...-calo-me quando seu dedo vai para meus lábios.

O olhar em seu rosto é tão intenso que poderia derreter como sorvete no verão.

-Eu sinto muito por ter gritado com você Aubrey, sinto muito mesmo.

Aceno com a cabeça em dúvida se ainda tenho habilidade de falar.

-Eu agi por reflexo e quase a feri gravemente, sou um homem perigoso.

-Jamais me machucaria.

Ele sorri tristemente.

-Eu não controlo meus impulsos às vezes, o que teria acontecido se não tivesse parado?-não foi um pergunta para ser respondida-Eu não dou estável Aubrey, tenho essa escuridão dentro de mim e sou uma ameaça para você.

Ele disse verdades então por que não sinto medo?

-Você quer me ferir?

-Nunca! Você é a luz da minha vida Aubrey, ferir você seria um tiro no peito.-seu olhar fica escuro.

Como posso achar adorável uma declaração tão perigosa?

-Eu não quero partir Bennett, sei que deveria correr para longe o mais depressa possível e escutar meus instintos mas...-tomo fôlego-Eu quero estar com você aqui, porque você também é luz no meio da escuridão que venho vagando por muitos anos.

A Fera de DetroitOnde as histórias ganham vida. Descobre agora