Capítulo 10

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> POR MELISSA <

Eu continuei ali, atirada no sofá, chorando, chorando e chorando. Nikolas desceu em seguida e me abraçou forte. Ele disse que recebeu uma mensagem de Niall, dizendo pra vir até mim e como ele é um ótimo irmão, ele veio.

Nikolas me levou até o quarto, arrumou meus cobertores e deitou ao meu lado.

(...)

Quando eu acordei, fui ao banheiro e quase sai correndo do meu reflexo no espelho.

Meus olhos estavam inchados e vermelhos. As olheiras mostravam que eu dormi pouco e chorei muito.

Fiz minha higiene, passei um corretivo e desci para tomar café da manhã.

Olívia disse que eu estava horrível e perguntou se eu havia sido agredida. Muito engraçada ela.

Pego meus cereais, minha tigela rosa, colher e sento na mesa.

Sinto dedinhos me cutucando. Era a Gabi, triste, perguntando onde estava Niall, que tinha combinado de sair com eles de novo.

Quando eu ia dizer que Niall não viria, a campainha toca e Nikolas atende, mostrando um Niall tão triste como eu. Gabi segue o meu olhar e depois sai correndo para os braços de Niall, que apesar de mostrar um sorriso maravilhoso, não conseguia disfarçar o inchaço e a escuridão de seus olhos.

Ele nem me olha. Finge que eu não existo e cumprimenta toda a família com as mãos e sua voz baixa.

Observo as crianças pegando, cada uma, uma mochila pequena e indo correndo até Niall, que agradece minha mãe pela ideia.

Assim que Nikolas fecha a porta, eu corro para alcançá-lo. Meus pés descalços sentem o frio da rua. Por que mesmo eu não uso chinelos?

Quando eu chamo por seu nome, ele estava fechando o cinto de uma das trigêmeas.

— Hey, olha pra mim — me aproximo e cutuco seu ombro.

— Pra que? Pra ver o que você faz comigo? — ele diz trocando para a cadeirinha da Harper, e fechando o cinto dela, também.

— Eu preciso te falar uma coisa — assim que eu disse isso, Niall parou de mexer suas mãos e mostrou-se indeciso sobre virar ou não pra mim.

— O que precisa falar? — ele diz quando fecha o cinto da Isabella, a última das trigêmeas, e se vira para mim.

Eu me sinto fraca olhando para aqueles olhos azuis tristes. A ponta de seu nariz estava vermelho, mas não do frio... era do choro que seus olhos já o alertavam estar chegando.

— Eu te amo, Niall.

Ele olha para os meus pés, me pega no colo e me leva até a porta.

— Eu não preciso ouvir isso.

— Você precisa sim, porque eu te amo. Você está me ouvindo? Eu te amo. Quantas vezes quer que eu te repita?

— Você está repetindo a frase errada, Mel.

Ele me dá um olhar triste, volta para o carro, fecha o cinto de Julian e entra no lugar do motorista. E lá se vai ele, de novo.

Eu entro arrasada em casa e vou direto para o meu quarto, me arrumar para o meu longo dia de trabalho.

(...)

Chego em casa e já está todo mundo dormindo. Vou até o banheiro do meu quarto e fico me olhando no espelho. Minha tristeza só aumentava a cada minuto.

Os dias foram passando e sempre que eu chegava do trabalho, ficava me olhando no espelho. Pensando no que fazer. Em como trazer o meu Niall de volta pra mim.

Two Hearts |N.H|Where stories live. Discover now