III

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— Eu tinha escrito umas coisas bacanas, sabe? Aí a energia acabou e foi tudo pro beleléu, acredita? Não vou fazer de novo nem que me pague... — Jungkook bufou, balançando a mão de Taehyung de um lado para o outro.

Os dois estavam caminhando no parque perto da universidade do Kim e Jungkook contava toda sua frustração de ter perdido o início de seu trabalho.

— Você sabe que vai ter que fazer de novo — O mais velho rio, levantando o rosto para encarar a entrada, sentindo-se triste por ter que se despedir — Bom, é aqui que eu fico.

— Fique bem — Rapidamente beijou seus lábios — Você quer ir lá pra casa hoje à noite? Podemos assistir alguma coisa.

— Claro, estarei lá, talvez eu passe na loja de conveniência pra comprar alguma coisa pra gente comer.

— Então, até mais... — Jungkook se afastou, acenando com a mão e piscando um olho, fazendo Taehyung rir e revirar os olhos.

(...)

O dia passou correndo. Jungkook tirou um tempo para limpar sua casa, mas quando se deu conta o sol já se ia e dava espaço para a imensa escuridão.

Não demorou para que Taehyung chegasse, morrendo de frio, cheio de agasalhos e a pontinha do nariz vermelha.

— Veio à pé? — Jungkook perguntou, assim que fechou a porta atrás do namorado — Está congelando.

— Peguei metrô, mas desci antes para ir na loja que gosto, vim andando desde lá — Entregou as sacolas para ele.

— Ah, certo — Se encaminhou até a cozinha para deixar a comida sobre a mesa — Como foi sua aula hoje?

— Entediante — Falou um pouco mais alto para que o outro ouvisse. Taehyung olhava a estante de DVDs de Jungkook, procurando por algo interessante para ver — Humm... Esse daqui.

Pegou um filme aleatório que pra ele parecia interessante e já pôs no aparelho. Andou até a cozinha e pegou Jungkook de surpresa, lhe abraçando por trás.

— Seu nariz está gelado e você com ele no meu pescoço — O mais novo riu, mesmo sentindo o incômodo da temperatura não quis se desfazer do abraço.

— Você cozinha muito bem, Jungkook — Se inclinou para ver o que ele fazia.

— Não tem graça, seu elogio não vale quando a comida já vem pronta e eu só preciso esquentar.

— Ah, tudo bem — Deu de ombros — Escolhi um filme pra gente.

— Qual?

— Não lembro o nome, mas é de terror.

— Você sabe que não gosto...

— É um filme bem ruim, aposto.

(...)

— Viu? Eu te disse que o filme era ruim — Taehyung suspirou frustrado ao perceber que o filme já havia passado da metade e nada de tão interessante tinha acontecido.

— Sim, é um lixo, mas mesmo assim não gosto — Se remexeu no sofá velho.

Kim olhou para Jungkook e sorriu de lado, sabia que mesmo o filme sendo uma tragédia o namorado estava com medo.

Não tardou em se aproximar devagarinho, vendo Jungkook tirar os olhos da TV e grudar aos seus. Escorregou a mão por sua nuca e sentiu o mais novo ficar tenso.

— O que está fazendo? — Jungkook perguntou, sua voz saindo em sussurro e sentindo o frio indo embora por conta dos corpos quase totalmente colados.

— Eu sinto sua falta, daquele jeito, sabe? — Taehyung pareceu perder toda sua confiança ao declarar aquilo.

Jungkook percebeu que ele se afastou um pouco, então puxou sua mão com certa força, Taehyung quase pulou em seu colo.

— Eu também sinto... — Foi a deixa para que Taehyung fizesse o que queria.

Desceu do sofá e se posicionou entre as pernas de Jungkook, fazendo todo o processo para lhe oferecer um bom agrado.

(...)

Ofegante, suado e quente. Era como Jungkook se sentia perante a situação boa que se encontrava. Taehyung fazia o corpo tremer a cada sugada.

Puxou ele para seu colo, beijando em seus lábios e apertando seu traseiro. Iriam continuar até o fim, mas no meio do caminho o celular de Kim tocou.

— É minha mãe, me desculpe... — Levou o celular até a orelha e recebeu um olhar compreensível de Jungkook.

Jungkook percebeu a cara de decepção do mais velho enquanto escutava a conversa.

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntou preocupado quando seu namorado saiu de seu colo e foi atrás de sua blusa.

— Minha prima que está grávida foi para o hospital e minha mãe vai acompanhá-la, tenho que ir pra casa cuidar de meu irmão.

Sua voz soava triste, não por não ter transado por completo, mas sim por deixar Jungkook literalmente na mão.

— Não se preocupe — Ficou de pé, subindo a calça do moletom.

— Me desculpe mesmo, não queria ter que ir embora assim — Estalou a língua no céu da boca e abaixou a cabeça.

— Já disse que não tem problema — Beijou sua testa — Pode ir.

Então Taehyung foi.

A bagunça sobrou para Jungkook. Lavou a louça arrumou as cobertas jogadas pelo chão, mas ainda se sentia incomodado com a "coisa" no meio das pernas.

Tentaria não usufruir das próprias mãos pra isso.

Apagou a luz da casa e estava pronto para ir para seu quarto quando lembrou-se da TV ligada. Foi até lá rapidamente e se ajoelhou, tirando o CD de dentro do aparelho e procurando pela caixinha jogada no chão, depois disso feito, olhou para a televisão e se assustou com o reflexo atrás de si. Um ser encapuzado lhe encarava pelo vidro.

Jungkook se virou tão rápido pra trás que quase derrubou tudo que estava ali. Com a respiração descompassada por causa do susto percebeu que não havia nada, seus olhos estavam arregalados olhando para todas as direções. Colocou a mão no peito e respirou fundo.

Desligou a televisão rapidamente e andou o mais depressa possível para seu quarto, trancou a porta, trancou a janela e se deitou, essa noite ele deixaria aceso o pequeno abajur ao lado da cama.

(...)

Quando o relógio marcou três horas da madrugada Jungkook se remexeu na cama.

Se pudesse dizer o quão bom estava sendo seu sonho ele dizia, mas no momento só podia sentir.

Não é como se ele pudesse ver exatamente o corpo de Taehyung sobre o seu, mas era um corpo igualmente bonito e que sabia fazer o trabalho muito bem feito.

Isso que dá ser atiçado e não ter o trabalho completo.

Aquela pessoa estava sendo capaz de buscar o maior prazer que Jungkook sentia. Seus cabelos estavam úmidos assim como sua blusa branca que se tornava transparente.

— Oh, assim... Taehyung — Essas eram as frases que ele gemia.

O corpo colado ao seu era frio, e se esfregando assim dava um choque térmico que só aumentava seu prazer.

Mas então a pessoa que invadia seu sono lhe encarou. Seus olhos cinzas eram traiçoeiros e o sorriso de canto transmitia toda a maldade que nele habita.

Jeon acordou num pulo, sentindo uma imensa falta de ar, totalmente apavorado com o que havia sonhado, sentindo-se imundo ao olhar suas vestes e ver os resultados de tudo aquilo.

Incubus ✝️ Jeon JungkookOnde as histórias ganham vida. Descobre agora