Prólogo - Alívio

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A seguinte obra é de conteúdo +18, violência brutal e explícita, e é totalmente respaldada pelos direitos autorais de minha pessoa, conforme a Lei Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.

Aquelas correntes nos meus pulsos me impediam de me juntar o suficiente, por isso, coloco os joelhos unidos rentes ao meu peito, pois só assim consigo calor o suficiente. Este escravo gostaria de me desculpar com meu mestre, mesmo não sendo minha a culpa, ninguém iria acreditar em mim... e como sou um simples e descartável escravo, não me dou o trabalho de importuná-los com a minha voz.

Por isso, Sils obedientemente aceita essa punição.

Nessa cela fria e vazia, ao menos consigo me deixar confortável, nem mesmo olho para trás, só, encaro o canto para que não me ocorra de olhar para os guardas que passam lá fora. Me arrepio só de ouvir os passos deles, não sei o que faria se entrassem aqui. E essa simples ideia, me congela todo.

Entretanto, minhas costas me faziam sentir o reverso, afinal, os cortes das chicotadas estão frescos, e ainda ardem a cada mínimo movimento que faço. No entanto, agradeço muito por não terem me lavado depois da punição, com certeza eu iria desmaiar de dor, de novo...

Tento arrastar as pernas para mais perto do canto somente para ficar menos visível, porém, os sons das correntes dos grilhões em meus tornozelos são escandalosos demais, por isso, prefiro fazer isso muito lentamente. Meu braço direito fica um pouco torto já que a corrente da algema dele está tencionada, eu deveria estar a uns três metros a esquerda, mas, o canto é tão mais seguro.

Nele posso ficar no escuro, se baixar as orelhas e concentrar bem, posso até tentar enganar-me e fingir que essa dor em minhas costas é maior que a da minha barriga. Por mais que Sils ache aquele pão seco e velho horrível, eu faria o que for por um pedaço, e a cada vez que o imagino... parece mais delicioso.

Minha barriga reclama muito, por isso, me aperto mais, tento fazer isso passar, mas, as algemas não me permitem suprimir isso como sempre fazia. Poderia tentar se estivesse no meio da cela, porém, o canto é tão seguro, doeu tanto me arrastar até aqui, e já estou conseguindo me aquecer um pouco...


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Depois daqui vou dormir um pouco. Esses fins de temporada sempre são cansativos, e acho que estou ficando velho demais para levar aquelas caixas todas...

Não que eu prefira ter que levar aqueles sacos com comida ou as gaiolas com as mercadorias vivas. Não que sejam mais pesados que aqueles barris e caixas, pelo contrário, mas, ao menos não te deixam fedendo por dias como as gaiolas.

Tenho ânsia só de lembrar daquilo. E por isso evito de chegar as últimas celas, Nancis são os mais fedorentos, principalmente depois de longas viagens. Por isso fico feliz que eles tenham sido vendidos anteontem.

Quer dizer, se me lembro bem, um deles ficou, admito que não entendo de comércio de escravos, mas, não sei porque não compraram ele, para mim, o Nanci estava com um porte bom, estava apto a trabalhar. Bom, talvez a minha ignorância não tenha visto o motivo, porém, não posso deixar de repudiar a crueldade do senhor Ochio...

Chicotear aquele guepardo daquela forma tão agressiva, Ochio sabe que o Herena odeia Nancis, mas, colocar ele para punir o escravo foi crueldade. Eu entenderia se ele tivesse tentado fugir, ou, feito algo realmente imperdoável, no entanto, tiraram tanto sangue dele que me assusta ele ter ficado vivo.

Crônicas de Althunrain - A Torre de Eklesya (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora