Amor Pirata

Prova de Lealdade

Quando acordei pela manhã e saí para o convés, tudo estava normal. Estávamos em auto mar tinha dois dias, seguíamos para a Europa. Eu não sabia como, mas Henry tinha passado do Adventure para cá e de cá para lá novamente. Ele tinha mais tempo de pirataria do que eu, e mais tempo em navios.

Estávamos no meio do oceano, longe de terra, quando passamos por uma pequena ilha.

Tobias me mandou uma mensagem, através de um marujo que ficava o tempo todo passando de um navio para o outro quando os capitães queriam se comunicar.

‘Capitã, acho bom verificarmos o que tem na ilha.

 Como deve saber, existem poucas ilhas até a Europa,

Temos comida e água o suficiente para a viagem,

mas nunca sabemos o que encontraremos á nossa frente.

Tobias.’

Segui seu conselho e mandei ancorarem na ilha. Assim que o navio ancorou e alguns botes eram baixados, Henry apareceu.

                — O que você está fazendo? Vamos perder uma noite de viagem? – segurou firme em meu braço, estava de mal humor.

                — Escute, eu sou a capitã e quem manda nesta frota sou eu. Se resolvi seguir o conselho de Tobias e ancorar na ilha para ver o que encontramos, é o que faremos e ponto final. Não ouse me desafiar ou discutir comigo, Henry. Esta frota é minha!

                 — Tobias lhe deu um conselho? Quando?

                — Assim que gritaram ‘terra á vista’. Não lhe devo satisfações, volta ao seu posto imediatamente.

                — Como queira, majestade.

Henry saiu pisando duro, claramente enlouquecido comigo. Aí estava um homem que odiava ser mandado por uma mulher e por acaso eu sou uma mulher que adora mandar em homens.

Fui até a ilha com alguns homens. Era uma ilha comum, só tinha areia, pedras, palmeiras e cocos. Mandei que recolhessem o máximo de cocos que conseguissem, sua água era boa e podia ser útil, eu não ia contar que ia usar um pouco da nossa água para tomar banho e lavar minhas roupas.

Assim que os cocos foram carregados e vimos que não tinha nada mais que nos interessasse na ilha, voltamos para os navios e fomos surpreendidos:

Dois navios se aproximavam, olhei pela luneta e vi que se tratava de um bombardeio, alguém queria nos roubar. Mandei que ficassem de armas em punho e preparassem os canhões dos navios e que deixassem o New Providence mais afastado, atrás da ilha. Por ser mais rápido que os outros e ter mais homens e menos canhões e armamento, não seria útil agora.

Assim que os navios chegaram perto o suficiente, dispararam com o canhão e foram bombardeados pelo Calico, vinte e oito bolas de uma só vez.

Um dos navios estava mais próximo e possibilitou que alguns de seus homens pulassem para o convés do Queen Anne’s Revenge. Meus marujos, já de espadas e armas em punho combateram como puderam. Peguei minha arma e atirei em quem pude.

Ao ver uma mulher no navio, alguns homens vieram para cima de mim, morrendo em seguida. Ser mulher não queria dizer que eu era ruim de briga. Sem dó, cravei minha espada em cabeças, estômagos, pernas e decepei alguns pescoços.

O Calico, comandado por Rupert conseguiu afundar o navio inimigo, deixando seus homens á mercê. Mandei que me trouxessem o capitão, e então alguns de meus homens e eu fomos para o outro navio, deixando Henry sob o comando do Queen Anne’s Revenge.