Cem

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Leão 💦

Frio do caralho nesse morro e eu sentado só esperando Raissa  chegar em casa , queria ouvir os motivos daquela filha da puta.

Nem se quer atendeu as porra das minha ligações, e ainda por cima some. Some por três dias.

Três dias !

Ninguém sabia dela, ou pelo o menos fingia não saber.

Olhei minha perna que ainda sangrava e nem conseguir mexer , levei dois tiros nela hoje pela manhã quando eu eles tentou invadir essa porra.

Meu irmão foi baleado tá no hospital e eu não tive nem coragem de ir ver ele , Tamires que tá lá no postinho fortalecendo.

Eu fico com a mente no aperto, fico puto ! Fico nervoso. Eu fico e uso tudo que eu não posso.

Tive a infeliz notícia de quem tá acabando com o meu sono, esse filho da puta tá com sangue no olho pra acabar comigo.

Eu simplesmente não era o dono desse morro,  Duplex era o filho do dono disso aqui e ele foi preso um pouco antes do pai dele morrer. E eu simplesmente prometi ao dono que iria entregar o morro nas mãos do filho dele quando ele saísse da cadeia , mais não foi isso que eu fiz.

Expulsei ele daqui , e fiquei com o morro pra mim.

Ele se juntou com algumas pessoas que não gosta de mim e está a todo custo querendo tomar o que é dele, na verdade era , porque agora é meu.

E eu sim fui um filha da puta , peguei o que não era meu,  refiz o morro com novas regras e enfim. Agora ele quer de volta.

Por mais incrível que pareça tudo acontece logo agora que eu devo esse dinheiro todo,  agora que Raissa tá grávida , tudo na pior hora.

O mais difícil é que eu não estou sabendo lidar com isso.

Leão __ porra __ Falei pegando uma mochila em cima do armário de sapatos da Raissa

Tirei algumas ampolas e seringas de dentro da mochila e fui pro banheiro,  vi o vulto da Raissa abrindo a porta do quarto e eu entrei trancando a porta do banheiro.

Raissa __ Leão __ bateu na porta

Não respondi,  abrindo a ampola e colocando na seringa, posicionei na veia e injetei logo  em seguida sentindo espamos pelo corpo.

Joguei no lixo sentindo minha respiração mudar , uma gota de sangue escorreu pelo meu braço , e eu fechei os olhos ouvindo ela bater na porta...

Eu não tinha voz pra responder ela , me sentei no chão sentindo as lágrimas rolarem pelo meu rosto e minha perna latejar de dor.

Eu não aguentava essa pressão, esse bagulho de ameaça, dívidas  e ter que correr contra o tempo para não perder o morro não era comigo.

Raissa me largando , eu não aguentava.

Fazia tempo que eu não chorava , só chorei no enterro dos meus pais. Quando eu sentir umas das maiores dores da minha vida.

Tossi colocando a mão no peito sentindo meu coração acelerar pra caralho. Respirei fundo limpando o rosto.

Caminhei com dificuldades até o box tirei minha roupa  ligando o chuveiro deixando a água cair pela minha perna.

Diante do Morro Onde histórias criam vida. Descubra agora