A lei de Murphy foi adotada pela cultura ocidental como um adágio e, basicamente, dita o seguinte: “Se algo pode dar errado, dará.”.
Eu, particularmente, sempre acreditei que ela fizesse muito sentido. Não sei se é um acontecimento geral ou se ocorre apenas comigo, mas as coisas, realmente, costumam dar errado em minha vida. O tempo todo.
Tudo bem. Talvez eu fosse um pouco pessimista — ou seria otimista? —, mas eu estava muito a fim de mostrar a Murphy que ele podia estar errado enquanto esperava Jeongguk em frente à escola naquela tarde.
— Mãe, estou indo à casa de um amigo, tudo bem? — requeri sua permissão pelo telefone. Meus pés não paravam quietos, movendo-me em círculos durante a espera.
Eu estava alguns metros a frente da entrada principal do colégio, observando o movimento em seu portão.
— Amigo? O Hale? — ela indagou do outro lado da linha.
— Nah. O Jeongguk.
— Aquele japonês que você me mostrou? Ele é bonitinho. — seu tom era sugestivo.
— Ele é coreano. — corrigi-a. — E eu sei.
— Olha, você devia ter me avisado antes.
— Isso quer dizer que eu não posso ir?
— Quer dizer que você até pode, mas eu não estou muito feliz com isso. — fez uma pausa. — Você saiu com ele esse sábado, não? Está desencalhando?
— Mãe… — revirei os olhos. Pude avistar Jeongguk saindo pelo portão com seu grupo de amigos.
— Olha, você segura essa periquita, garota. — repreendeu-me.
— Relaxa. Eu sou super responsável.
— Pelo bem da sua vida, é bom que seja. — resmungou.
— Eu vou desligar. Tchau, mãe. Amo você. — acenei para Jeongguk, que rapidamente me viu, lançando-me um sorriso.
— Tchau. Volte cedo. Juízo. E eu também te amo.
Desliguei a chamada em seguida. Meus pés se fixaram no chão enquanto eu aguardava Jeon se aproximar. Braceei de volta para seus amigos quando eles o fizeram.
— Vamos? — questionou-me quando estava perto o suficiente para que eu o escutasse.
— Aham. — Assenti. — É muito longe?
— Do outro lado da cidade. — disse, dando de ombros.
Arregalei os olhos.
— Jeongguk, eu sou sedentária. — comecei, já pensando no quanto estava nem um pouco a fim de andar. — Deus me livre ir a pé até lá.
— Preguiçosa. — acusou, rindo. — Eu estou brincando. É a alguns quarteirões daqui. — indicou a direção com um menear de cabeça.
— Ainda é muito longe. Podemos pegar o ônibus? — suspirei, frustrada.
Um dos ônibus escolares passou em nossa frente logo em sequência. Meus olhos brilharam quando o vi.
— Nah. Eu quero ir andando hoje. — sorriu.
— Tudo bem. Vai com Deus, amigo. A gente se vê. — disse e virei-me para a direção contrária, pondo meus pés para percorrerem o caminho até minha casa.
— Maeve. — Jeon disse e segurou em meu pulso esquerdo. — Vamos logo. — observei-o revirar os olhos por cima dos ombros.
Suspirei, dando-me por vencida.
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Estereótipo {Jungkook}
Fanfiction"Estereótipo, segundo o dicionário, é algo que se adequa a um padrão fixo ou geral. É claro, eu precisei de mais do que alguns segundos procurando por uma palavra em um livro grosso e empoeirado para descobrir que, para um colegial, estereótipos sã...