Epilogo

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Como posso descrever o que sinto? Seria possível?

Minha filha estava comigo e com o Christopher onde tudo havia começado, estávamos na ilha que costumávamos nos encontrar a aproximadamente um ano atrás, se não é mais. 

Christopher estava sentado na areia com a Melinda no colo ainda adormecida usando seu vestidinho azul, sua faixa na cabeça e os pezinhos descalços assim como os meus. 

Uma pergunta que não cala "Acha que eu toparia fazer tudo de novo?" Valeria a pena repetir tudo do começo ao fim? Desde quando estava brincando com as minhas irmãs até agora? 

Sim! Mil vezes se fosse possível, pois estar com seus pais vivendo uma vida na qual muitos duvidam e depois de um tempo estar arriscando tudo por uma outra raça e viver com ele em seguida? Como não reviver? 

— Bateu saudades daqui? – Chris me pergunta se aproximando de mim e passando o seu braço pela minha cintura – Ou você só teve uma lembrança da nossa vida? 

— É que se parar para pensar, foi tudo tão rapido, confuso e engraçado . Quer dizer, seu irmão se apaixona por uma sereia, ela engravida e deixa de ser sereia, eu a mesma coisa, porém o nosso bebê nasce. Como pode ? 

— Acredita no destino? 

— Depois de ter colocando você na minha vida, acho que sou obrigada a acreditar. 

Ele me da um selinho e depois beija a testa da nossa filha. 

*

Mais tarde, na praia. Eu e Anahí estávamos sentadas em uma pedra que tinha ali perto do mar, ela admirava o movimento das ondas assim como eu e nós duas compartilhávamos os momentos que tivemos por lá e a saudade que tínhamos. 

 — A Milela costumava me chamar de louca, pois sempre fugia da aula e quando era possível, eu ia ver o Alfonso – sorri boba. 

— Se arrepende de algo ou faria de novo? – pergunto. 

— Sim, me arrependo de não ter aproveitado mais tempo no mar, pois quando estava por lá, nada importava. Em terra firme, vivemos do dinheiro, você sai sem saber se volta, vive correndo atras de algo, vive por regras e no mar não é assim. 

— Sim, no mar eu vivia andando com as minhas irmãs e nunca nos preocupamos com nada. 

— Mais eu não voltaria pra lá, não sozinha. 

— Nem eu – respondi a abraçando – acho que por sermos da mesma família, tivemos o mesmo destino. 

— Será que a Melinda vai ter esse destino também? 

— Melinda é humana, não tem como ela se tornar uma sereia. 

Anahí da de ombros e desce da pedra. Olhei para o fundo e vi meus pais e minhas irmãs se aproximando. 

Desci da pedra e fui junto do Christopher, Anahí, Alfonso, Christian e Melinda. Todos caminhemos até o mar e paramos ao sentir a água bater em nossos joelhos, enquanto minha família se aproximava. 

Mesmo contando com a presença dele, eu não esperava mesmo que viesse e muito menos com um sorriso no rosto. Meu pai se aproximou e ficou frente a mim, ele abriu os braços  eu me joguei em cima dele para abraça-lo e deixei que as lagrimas tomassem conta do meu rosto. Enfim depois de meses eu estava nos braços do meu pai e ele me abraçava também. 

— Senti sua falta, minha filha – me olha nos olhos e acaricia o meu rosto. 

— Eu também, papai – digo deixando-o secar minhas lagrimas. 

— Senhor, – Christopher o chama com respeito e caminha até nós – essa é a nossa filha – entregou minha peixinha ao meu pai. 

Papai a segurou e passou a mão cuidadosamente por seu rostinho. Minha mãe se aproxima de nós e deita a cabeça no ombro do meu pai. Christopher me abraçou de lado enquanto meu pai brincava com Melinda. 

— Ela se parece muito com você quando ainda era uma peixinha – sorri com o comentário. 

— Para pai – Carol fala caminhando até nós – a Melinda é linda. 

Eu rio e a empurro de leve. 

Olhei para o lado e vi Maite sentada em cima da pedra que a pouco tempo eu estava com a Anahí e do outro lado da praia, Christian permanecia sentando na areia nos admirando. 

Caminhei até a minha irmã onde ela abraçava as pernas e observava alguns peixes que pulavam e mergulhavam em seguida, me sentei do seu lado ficando na mesma posição e suspirei. 

— Sabe muito bem que ele não vai vir até você – fui direta. 

— O que? – ela me olha. 

— Sabe do estou falando, mais o Christian é irmã do Christopher e nunca vai vir até você, eles são orgulhosos.

— Eu não estou nem ai pra eles – menti. 

— Não adianta, eu também agia assim, lembra que você e a Carol ficava em cima de mim?  

— Eu não quero ir. 

— Se eu não tivesse ido atrás do Christopher, não teríamos tido a Melinda, não seria feliz como hoje. 

— Tenho medo de não ser mais uma sereia, minha vida é tão perfeita ao lado da minha familia e vivem sem me preocupar com nada. 

Suspirei, era o mesmo medo que eu tinha. 

— Eu fiquei com medo, mais vale muito a pena. Hoje eu sou muito feliz, não por ser humana e sim por ser amada, ter minha familia e por não ter deixado meus pais e vocês de lado, acredite May, eu suo muito feliz com isso. E acredito que você vai amar isso também. 

— Acha que eu seria feliz se deixasse tudo? 

— Te garanto que sim. 

Ela beijou meu rosto e seguiu até ele, ela se sentou do lado dele e começaram a trocar umas palavras, eu voltei junto de tos perto do mar e Christopher me abraçou de novo. 

— Preciso falar com você – ele diz no meu ouvido. 

Concordei e nos afastamos um pouco e ainda ficamos no mar, ele me faz ficar de costas e coloca um colar no meu pescoço, nele tinha uma menina. Me virei para ele e  o beijei. 

— Obrigada por não ter desistido de mim – digo. 

— Obrigado ter deixado tudo – me beijou novamente 

Eu o abraço e em seguida o olho nos olho. Senti minhas pernas amolecerem e dou de encontro a areia molhada e a água salgada, olhei meus pés e eles haviam sumido, porém tinha uma cauda no lugar. 

— O que? 

********

O que posso dizer? 

Chorando? Muitoo mais também de felicidade, muito obrigada a cada um de vocês que me acompanharam, muitos desde " É você que eu quero" até agora e não tenho palavras para agradecer a vocês por isso, são muito mais que leitores para mim e eu amo quando vocês me enchem de comentários fofos e votos. 

Obrigada mesmo a cada um de vocês, meu peixinhos <3 kkkk 

O Canto Da Sereia🐳🌺Where stories live. Discover now