- Então a sua mãe é médica?- ela perguntou pra mim enquanto nos caminhávamos pra minha casa.
Hoje é sábado, nos vamos jogar vídeo game.
- É enfermeira, mas é quase o mesmo.
- Ela não vai ligar de eu ir na sua casa na ausência dela?
- De jeito algum, ela vai achar até bom que eu não esteja passando esse tempo todo sozinho.
Chegamos na minha casa as luzes estavam apagadas, sem sinal da minha mãe.
- Vem- chamei ela pra dentro quando abri a porta.
Acendi a luz da sala, eu ia pegar o Dvd do vídeo game, estava ali em algum lugar.
- Oi meu filho, que bom que você chegou antes de eu sa...- minha mãe saiu da cozinha falando mas parou quando viu que eu não estava sozinho.
- Ahn, mãe essa é a al...- fui interrompido.
- Oi, prazer, sou a Alana- ela disse e entendeu a mão pra minha mãe.
- O prazer é todo meu, meu anjo..- minha mãe retribuiu o aperto.
Eu não sabia oque fazer com aquela situação toda rolando ali na minha frente.
- Ahn, mãe eu só vim pegar o jogo, nos vamos jogar lá encima e..
- Ah, ok, eu já estou indo... tchau alana, prazer em te conhecer- ela ia saindo de casa quando deu meia volta- minhas chaves, eu já ia esquecendo...- voltou pra cozinha.
Dei o Dvd pra alana e mandei ela já indo subindo.
- Mãe tá tudo bem?- eu disse chegando perto dela.
- Ahn? Ah, não, tá tudo bem...- ela tirou uma nota de vinte da carteira e colocou na bancada- pra pizza.
Acompanhei ela até a porta.
- tchau meu filho, se cuida- eu dei um abraço nela e já ia fechando a porta- gostei dela!!
- Dela quem mãe?
- Da alana! Achei ela muito bonita e educada... você tem bom gosto, meu filho...
- Mãe, ela é só minha amiga.. Não viaja...
Quando vi o carro arrancar da janela comecei a fazer o meu caminho pro quarto, comecei a subir a escada mas parei com o susto de quando vi a Lany parada no alto da escada.
- Ela gostou de mim.- disse toda convencida.- Você tem bom gosto, docinho.
- Para, zé mané- disse a empurrando pra dentro do quarto, ela continuava a falar sobre a minha mãe ter achado ela educada e tudo mais.
-Uhn, entrei um quarto do Japão e não to sabendo, é?- ela disse quando viu meus posters de hentai.
- Olha meus olhinhos puxados- disse fazendo graça.
Depois de ela ganhar de mim 7 vezes consecutivas no mortal kombat eu desisti e a chamei pro parque, mas antes eu mostrei pra ela um som que eu tinha feito no início da semana.
- Cara, você é muito bom...-parei o som no meio, não queria que ela ouvisse o final, não ainda.- porque parou?
- Vai ter que esperar eu soltar no soundcloud, agora vamos logo pro parque...
- Tá com medo de perder mais uma vez ne?- ela disse enquanto enrrolava o fio do joystick.
- Convencida.
Nós fomos pro lugar de sempre, dentro do tobogã.
Sempre que ficávamos chapados nos falamos coisas sem pé nem cabeça, mas naquele dia eu acho que a erva subiu demais pra cabeça e nós começamos a falar algumas coisas que tinham mais lógica.
- Mano- dei um trago- Você já pensou em desistir de tudo? Ser feliz longe daqui?
- Com frequência... vontade de largar tudo e ir vender maconha em NYC, pena que não vou ser sortuda e achar alguém pra criar meus filhos...
- Eu crio pra você, se quiser ajudo até a fazer...- ela me deu um soco no ombro.
- Para garoto.- riu sem fazer som algum, pelo o jeito a maconha dela bateu com força.
- Não eu to falando sério, nunca pensou em sair dessa cidade fodida? Tentar algo diferente que te faça bem em outro lugar?
- Já...- parece que ela ficou meio triste.
Passamos algum tempo em silêncio, só olhando pro nada, terminando os nossos cigarros.
- Merda, só tem mais um- levantei o cigarro no ar- topa dividir?- ela fez que sim com a cabeça.
Ficamos passando o cigarro de mão em mão, uma tragada de cada vez.
- Você gosta da lindsey, né?- ela disse do nada.
- Oque? Não! Ta loca?
- Não adianta negar, eu percebi o jeito que você olha pra ela na aula de Química...
- Não viaja, mano- soltei a fumaça- sou comprometido com você, esqueceu? Até já marcamos de fazer filhos, ué...
- Mas você gosta dela...- cutucou o meu braço rindo.
- Não. Viaja.- disse e passei o cigarro.
Ela deu uma tragada funda, acabou com o back.
- Abre a boca- ela disse segurando a fumaça nos pulmões.
- Oque?- sou lerdo demais.
- Abre a caceta da boca- falou perdendo a paciência.
Fiz um "O" com a boca.
Ela chegou perto de mim e encostou os lábios no meu e soltou a fumaça dentro da minha boca, logo em seguida se afastou.
Segurei um pouco a fumaça mas acabei soltando antes de bater.
- Oque foi isso?- indaguei tentando não tossir com o vestígio de fumaça que ainda tinham em meus pulmões.
- Eu realmente não sei. Foi ruim?- neguei com a cabeça- quer repetir?- abri um sorrisinho sacana.
- Mas é claro, minha jovem.
E então a gente se beijou.
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Xoxo, moonmila
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