5. Bad Day

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[Leiam com a música Bad Day, do Daniel Powter, que se encontra aqui ao lado.]

"Sim, mãe, há mas eu não quero falar disso." – digo, desviando o olhar – "Ele é tempo perdido."

"Tu lá sabes..." – ela diz, levantando-se – "Ficas bem?"

"Sim, mãe... Vou dormir que amanhã é outro dia." – respondo, sorrindo.

Ela sai do quarto e eu visto o meu pijama, deitando-me de seguida. Fecho os olhos e, para meu espanto, consigo adormecer calmamente.

***

Acordo com o sol a bater-me na cara. Dou uma chapada a mim própria mentalmente por não ter fechado os estores ontem e agora ter acordado com as galinhas por causa do sol. Apesar disso, sei que tenho de me levantar pois tenho ensaio da claque na escola, dado que no próximo fim-de-semana há jogo da final do campeonato. Levanto-me e vou até ao armário escolher uma roupa para o treino. Tiro umas leggings pretas, pelo joelho, e um crop top branco com letras pretas. Calço as minhas sapatilhas de treino e prendo o cabelo num rabo de cavalo mal feito.

"Bom dia." – cumprimento os meus pais assim que chego à cozinha. Pego num queque de laranja que a minha mãe fez e num pacote de leite branco.

"Vais já sair?" – o meu pai pergunta, pousando o jornal do dia ao seu lado.

"Mais 5 minutos..." – digo entre duas dentadas.

Acabo de tomar o pequeno-almoço e, após despedir-me dos meus pais, caminho até à paragem de autocarro. Estou a ouvir música, enquanto o autocarro não chega, quando um Mercedes preto para junto de mim. A janela do lado do pendura baixa e posso ver a Phoebe lá dentro e o Harry no lugar do condutor.

"Bom dia. Queres vir connosco?" – Harry pergunta, lançando um sorriso amigável de seguida.

"Hum... Não te importas?" – pergunto, meio envergonhada, após algum tempo a pensar na sua proposta.

"Claro que não. Entra." – ele diz, sorrindo de novo.

Agradeço e entro no carro, para os lugares de trás. A viagem é feita rapidamente – ou, pelo menos, mais rapidamente do que se fosse de autocarro. Quando chegamos, ele segue o seu caminho para o lado do ginásio e nós para a sala de dança, onde a nossa professora e algumas colegas já estão. Começamos o ensaio pouco depois e só o terminamos após cerca de duas horas e meia.

"Meninas, hoje correu bastante bem mas ainda há pormenores a acertar." – a professora finaliza – "O nosso último ensaio antes do campeonato é na sexta às seis da tarde, não se atrasem. Portem-se bem." – todas assentimos e cada uma vai para seu lado.

Eu e a Phoebe vamos até aos balneários para tomar duche e trocar de roupa, assim como algumas colegas. Quando estamos prontas, decidimos ir almoçar a um pequeno snack bar perto da escola. O Harry vai ter mais treinos à tarde, então não pode vir connosco.

"Não sei o que fizeste ou disseste ao Mike, mas muito obrigado... Ele mudou, ele parece muito mais compreensivo, agora." – Phoebe diz, entre duas trincas da sua sandes.

"Apenas o chamei à razão e ele percebeu que não estava a agir da forma certa contigo." – explico, sorrindo.

Continuamos a nossa conversa até ouvirmos um estrondo enorme vindo da rua. Instantaneamente, sinto um enorme aperto no coração e quase perco a visão. Como se fosse um mau pressentimento. Sinto o estômago às voltas e sinto-me demasiado preocupada com um estrondo que nem sei o que é. Encontro-me a levantar-me rapidamente do meu lugar e a correr para a rua, onde encontro um carro completamente espetado contra uma velha casa, mesmo ao lado do snack bar. Várias pessoas se juntam a mim, mas o meu instinto e mau pressentimento é mais forte e corro até ao carro capotado e espetado contra a casa abandonada. Os meus olhos não querem acreditar no que vêem quando espreitam para o interior do carro. Luke Hemmings encontra-se no lugar do condutor, completamente ensanguentado e inconsciente. Sem que se quer tenha capacidade de me controlar, desato a chorar desesperadamente, completamente paralisada junto ao carro. Sinto-me extremamente assustada, por nunca ter visto nada assim.

Secretly | l.h. ☑Where stories live. Discover now