One of those girls

1.1K 66 4
                                    


“Eu vejo aquele olhar em seus olhos, eles dizem um milhão de mentiras mas profundamente eu sei porque você ainda está com ele... A aparência dela te faz ficar louco, seus cabelos loiros e olhos azuis te fazem quere-la mas ela não é uma dessas garotas...”

-Margot! Acorda, vagabunda! – ouvi a irritante voz de Lila soar, pensei que era um pesadelo mas a voz persistiu – Acorda!
-O que é caralho? – murmurei.
-Tem uma espécie rara lá na sala atrás de você! – falou.
-O que? Quero dormir. – reclamei.
-Que dormir, o cacete! Levanta e vai ver o que aquela matraca quer, porque ela fala demais para os meus ouvidos aguentarem.
Com muita luta me sentei na cama coçando os olhos.
-Que merda você tá fazendo na minha casa, aliás?
-Vai se foder, e vem logo. – disse saindo. Levantei da cama bufando e xingando todo mundo por terem me acordado, lavei meu rosto e escovei os dentes e fui ver quem era. Natalie estava sentada no sofá falando alguma coisa pra uma Lila que não queria saber, deus, ela sempre estava falando.
-Natalie? O que está fazendo aqui? – ela se virou para mim. Então pareceu um pouco sem saber o que dizer.
-Vim ver se você está bem e pedir desculpas por ontem... eu falo demais as vezes. – disse, balancei a cabeça concordando.
-Está tudo bem. – falei, logo seus olhos voltaram a ficar alegres e irritantes.
-Que ótimo porque eu tenho um plano para fazer você se sentir bem!
Me sentei ao lado dela no sofá e cruzei os braços.
-Ah é? – fingi estar interessada.
-Sim, a minha sogra mora em Santa Mônica e ela chamou a gente para passar o final de semana lá com ela, mas Shannon irmão de Jared também vai e sabe... ele é solteiro – ela falou sugestiva.
-Que porra de nome é Shannon? – Lila interrompeu.
-Cala a boca – falei rindo – continue.
-Queria te chamar para ir com a gente, nós vamos na sexta e voltamos no domingo. E você pode conhecer o Leto mais velho.
Finalmente Natalie disse uma coisa inteligente em muito tempo. Passar o final de semana sobre o mesmo teto que o Jared? Não me parecia ser uma má ideia, e também eu adorava Santa Mônica. Concordei de cara, o que a deixou mais feliz ainda. Então combinamos tudo direitinho e ela foi embora, deixando eu voltar para minha cama.
Passei a tarde toda debaixo do meu cobertor, e depois passei a madrugada toda assistindo um filme antigo. Quando o dia amanheceu a primeira ligação que recebi foi de Angelina, que insistiu para que eu fosse na Agencia conversar com ela. Assim que cheguei na sala deles, os dois me fuzilaram com o olhar e eu soube que aquilo era sobre Mark.
-Estou aqui – falei.
-O que você fez para o Mark? – perguntou Daniel se levantando.
-Aquele idiota teve o que mereceu! Ele acha que pode gritar comigo só porque estava me pagando? Ele está muito enganado. Então não venham jogar a culpa para cima de mim...
Eles juntaram a sobrancelha e se entreolharam.
-Do que você está falando?
-De Mark. – falei.
Eles me olhavam confusos, como se eu fosse uma louca. Angelina colocou a mão na cintura e se aproximou de mim, elegante como sempre.
-Mark nos ligou ontem e fez uma proposta... – ela pegou uma pasta com algumas folhas – ele quer total exclusividade sobre você por um ano.
-Oh! – foi o que consegui pronunciar. Fiquei estarrecida, ele realmente deveria gostar de mim. – Eu não tenho certeza se quero isso. – falei.
Eles pareceram perturbados com a minha resposta.
-Como não sabe?
-Não sabendo ué. – como disse antes ser exclusiva significava receber mais, mas também significava perder toda a minha liberdade de quase tudo, e isso era a coisa mais importante que eu tinha. Respirei fundo olhando para aquele contrato.
-Pelo menos pense a respeito, não precisa responder agora. – disse Daniel.
-Ok, vou pensar e semana que vem dou a minha resposta – falei para que eles não ficassem me pressionando, eu não ia assinar nada principalmente porque estava curtindo muito com o Leto. E Mark só estava fazendo drama porque tinha medo de me perder. Mas você não pode perder algo que nunca possuiu.
Voltei para o meu apartamento e Netflix. Na mesma semana eu tive apenas que acompanhar um empresário em um jantar com a ex mulher dele, ele queria mostrar para ela que a havia superado. Depois quis ir para um motel, mas o coitado dormiu a noite toda enquanto fiquei trocando mensagens com Jared. O restante da semana usei muita cocaína e fui para a academia, algo que eu não fazia a muito tempo e finalmente sexta feira estávamos indo para a casa da mãe de Jared.
-Você vai se apaixonar pelo Shannon... tenho certeza que vai. – disse Natalie, Jared e eu trocamos alguns olhares pelo retrovisor.
Quando ele estacionou Natalie saiu correndo para o portão da casa, enquanto Jared eu fomos ao porta malas pegar nossas coisas.
-Será que vou me apaixonar pelo seu irmão? – ele olhou para mim e fingiu uma risada.
-Fique longe dele.
-Ah será que estou sentindo ciúmes no ar? – falei rindo. – mas não seria legal os dois irmãos letos atrás da garota indecisa entre qual deles é o melhor?
-Nem pense nisso, Ms.
Eu ri me divertindo com o ciúmes dele.
-Vamos – ele pegou a última mala e caminhamos para o portão da casa, que era realmente grande, toda branca e com uma piscina enorme. Jared abriu o portão e entramos, Natalie já estava lá e já havia cumprimentado a todos.
Uma senhora baixa, de cabelos longos e platinados, com os olhos de Jared se aproximou.
-Filho! – o abraçou – que bom ver você... Está mais magro, anda comendo direito? Não está doente, está? – ela disse olhando o corpo dele.
-Estou bem, mãe – ele falou tranquilizando-a.
-Constance, essa aqui é Margot minha amiga – Natalie surgiu ao meu lado.
-É um prazer, Margot. – ela estendeu a mão para mim.
-O prazer é meu.
-Vamos até a cozinha, todos estão lá. Deixe as malas ai.
Então a seguimos para a cozinha. O “todos” que Constance disse se referia apenas a um homem bebendo cerveja e uma senhora fazendo alguma coisa na pia. Natalie correu e a abraçou.
-Mãe! – disse apertando-a – que saudades.
As duas começaram a se lamber enquanto o homem que bebia cerveja se aproximou e abraçou Jared, dando-lhe um tapa nas costas.
-Margot, esse é o Shannon. Meu irmão mais velho.
Abri a boca alguns segundos impressionada com a beleza que aqueles letos possuíam. Shannon não parecia Jared fisicamente, talvez alguns traços mas os olhos eram castanhos, o corpo era mais musculoso e era bem mais alegre e descontraído, sempre fazendo brincadeiras e piadas. Ele vestia uma regata preta que o deixava incrivelmente atraente.
Shannon curvou os lábios em um sorriso e desviou o seu olhar para mim.
-A famosa Margot? – ele disse alto, todos viraram sua atenção para nós. Olhei para Jared rapidamente, que revirou os olhos e passou a mão na cabeça irritado com a boca aberta do irmão. – Quer dizer... Natalie já falou de você – ele tentou reparar o erro.
-Já? – ela perguntou, mas não tinha entendido nada do que havia acontecido ao contrário de Constance e sua mãe.
-Já, disse que ia me apresentar uma garota muito bonita, você estava certa. – ele sorriu de lado para mim, Jared virou novamente para o irmão o olhando nos olhos, mas Shannon ainda olhava para mim.
-Que bela tatuagem – passei a mão no braço de Shannon apertando-o levemente – eu adoro tatuagens.
-Natalie, não quer mostrar para Margot o quarto dela? – Jared nos interrompeu.
-Ah eu ainda não te conheci – disse a mãe de Natalie – sou Elena.
E estendeu a mão enrugada para mim. Bem, você pode chamar de sensibilidade, dizer que nossos santos não bateram, mas o olhar dela me denunciou como ela já desgostava de mim. Por mim tudo bem, eu também não fui muito com a cara dela.
-Margot. – não toquei em sua mão – vamos Natalie?
E saímos. Mais tarde fomos todos para a piscina, estava realmente muito quente, Jared e Shannon estavam sentados em cadeiras de praia uma ao lado da outra bebendo cerveja, caminhei até eles, com Natalie no meu encalce.
-Está realmente quente aqui, pode passar em mim por favor? – Falei chegando perto deles e estendendo o protetor solar.
-Claro – Jared disse quase se levantando
-Não você, querido – olhei para Shannon – seu irmão.
Ele cerrou os olhos e ficou alguns segundos me olhando. Ah, como era fantástico provoca-lo. Shannon se sentou direito na cadeira, me abaixei a sua frente e deixei com que passasse o protetor pelos meus ombros. Natalie pediu para que Jared fizesse o mesmo.
-Onde está Cara? – perguntou ela.
-Quem é Cara? – perguntei.
-Nossa irmãzinha... – Jared disse, me lembrei que ele já havia falado dela uma vez.
-Ou irmãozinho – os três riram, eu fiquei por fora da piada. – ela é lésbica e talvez seja pior que eu e Jared juntos. – os dois riram.
-Quando éramos mais jovens ela sempre conseguia garotas mais bonitas do que nós. Era frustrante – Jared comentou.
-E ainda consegue – completou Shannon.
-Porque garotas sabem como tratar garotas. – falei.
-Isso é verdade – concordou Natalie. – Vamos para a agua Mag.
Ela se levantou e pulou na agua espirrando por todo o lado, olhei para Jared e pisquei mergulhando fundo na piscina e subindo a superfície segundos depois. Natalie e eu ficamos brincando na piscina mas de vez em quando eu dava uma olhada nele, que estava falando de mim para o seu irmão. Pude perceber pelos olhares que os dois lançavam para mim de cinco em cinco minutos. Jared então se levantou e entrou dentro da casa, nadei até a beira da piscina e me escorei, olhando para Shannon.
-Não vai entrar? A água está uma delícia.
Ele riu levando a cerveja até os lábios.
-Isso não vai colar comigo, Margot.
-O que? Só estou te chamando para ir na piscina. – ele riu novamente.
-Mag, meu irmão e eu nunca gostamos de compartilhar brinquedos, imagina compartilhar você. – eu não pude conter um sorriso, ele continuou – e outra, é dele que você gosta.
Juntei as sobrancelhas.
-Não seja idiota. Estamos apenas nos divertindo juntos.
Então ele se levantou e se abaixou perto de mim.
-Eu não brinco com as mulheres do meu irmão – ele disse. Achei o ego dele muito grande, quem disse que eu realmente o queria? Estava apenas querendo me divertir provocando Jared. Shannon era tudo o que uma mulher poderia querer, mas não me atraía. Não como Jared fazia.
-Quem disse que sou dele? – falei, outro sorriso.
-Você caiu na rede dele... Não vai achar o caminho de volta.
-Você não me conhece – disse, ele levou os dedos e apertou minha bochecha.
-É aí que você se engana, conheci muitas mulheres ao longo da minha vida, você é o tipo de mulher que não ama, mas quando ama, é capaz de se entregar de corpo e alma. Se não sente nada a mais por ele, por que continua aqui? Já conseguiu o que queria.
Merda! Ele me deixou sem respostas, ok, o Leto mais velho era mais desgraçado do que o mais novo. Olhei para ele que sorria como quem diz que estava certo, mas não pude sorrir de volta. Saí de dentro da piscina.
-Eu vou pegar algo para beber. – e fui até a mesa que continha algumas comidas.
-Margot, pode pegar a limonada que deixei na cozinha? – disse Constance, balancei a cabeça e caminhei até lá. Vi a limonada em cima do balcão da cozinha mas ela me parecia tão sem graça. Olhei em volta e procurei por algo mais legal, achei uma garrafa de vodca e alguns limões. Peguei um copo e logo comecei a preparar a minha bebida.
-O que está fazendo? – senti a mão dele na minha cintura.
-Uma bebida que aprendi quando fui ao Brasil... – ele apertou minha cintura empinando minha bunda e roçando seu pênis nela. Não pude deixar de sorrir.
-hm... você fica tão sexy nesse biquíni vermelho. – disse mordendo o lóbulo da minha orelha.
-Pensei que estava com raiva.
-Impossível ficar com raiva de você nesse biquíni. Eu quero você.
-O que? – perguntei.
-Quero sentir o seu gosto.
-Aqui?
-É!
-Agora?
-Sim.
-Ok.
Ele se abaixou e eu separei as pernas um pouco dando-o livre acesso entre elas. Logo sua língua me invadiu me fazendo soltar um gemido bem baixinho. A língua dele parecia se encontrar em toda minha intimidade, me causando sensações maravilhosas. Apoiei-me no balcão mordendo o lábio com força.
-Margot? – Ouvimos a voz de Natalie, congelamos no mesmo instante.
-S-sim? – falei, ela entrou na cozinha – O que está fazendo? – me olhou um pouco assustada.
-Uh... – cocei a cabeça – estou... vim pegar a limonada que Constance pediu.
E então Jared voltou a me chupar, me surpreendo. Arregalei os olhos e mordi o lábio de novo, para não gemer na frente dela.
-Está tudo bem? – ela perguntou – você parece um pouco assustada.
-E-estou bem... Muito bem...
-Você está vermelha – ela se aproximou e se apoiou no balcão colocando a mão na minha testa, era difícil focar no que ela estava falando com a língua dele dentro de mim. – deve ter sido o sol.
-É, deve ter sido... Ah meu deus! – senti as pernas tremerem e os espasmos.
-O que foi? – ela arregalou os olhos.
-Eu... hm... acho que vi um bicho. – Ela olhou para trás e depois voltou a me olhar, rindo.
-Não tem bicho aqui, Margot! Acho que você deve ir descansar...
Apenas balancei a cabeça.
-Tá vou levar a limonada e dizer que você não está se sentindo bem... – e saiu, e finalmente meu orgasmo veio, tive que morder o lábio com muita força. Jared ia se levantando mas ouvimos a voz dela novamente, empurrei sua cabeça para baixo.
-Você viu o Jared?
-Não. – falei rapidamente.
-Tá bom. – e finalmente saiu, e então ele se levantou rindo.
-Você é louco? Quer matar a gente? – bati em seu peito.
-Eu sei que você gosta de perigo – riu, balancei a cabeça rindo também.
Ele me puxou para frente e me deu um beijo, senti meu próprio gosto em sua boca.
-Quero te mostrar um coisa – ele disse animado. Mal tive tempo de responder e ele pegou minha mão me arrastando, me levou até a garagem da casa, estava cheia de caixas e com muita poeira. Olhei em volta abrindo uma das caixas e achei alguns brinquedos velhos antigos, e também havia alguns álbuns de fotografias. Peguei um abrindo-o, a primeira foto era de um garotinho loiro de olhos grandes e azuis, sujo de chocolate.
-Oh, é você? – perguntei, ele ficou meio sem graça.
-É o Shannon.
-Shannon não tem olhos azuis. – ele se aproximou e olhou a foto também. – você era bem mais bonito, o que aconteceu?
Ri, ele fingiu uma risadinha. Virei olhando outra foto, havia um garoto alto com uma panela na cabeça, o loiro de olhos azuis ao seu lado um pouco mais velho e uma garotinha aparentemente com menos de um ano ao lado deles, todos em frente a uma arvore de natal.
-Ah, esse foi o nosso primeiro Natal na casa de Elena, em Louisiana – ele disse – Cara era tão pequena... devia ter uns nove meses.
-Por que só o Shannon teve olhos castanhos?
-Foi um presente do nosso progenitor. – riu – os irmãos mais novos são sempre mais bonitos.
Parei para pensar um pouco naquilo, eu gostaria de saber se na minha família isso também era verdade.
-Mas não foi para ficar vendo essas fotos antigas que te chamei aqui. – ele falou pegando o álbum da minha mão e colocando na caixa novamente.
-Ah não? – perguntei, ele balançou a cabeça. Então retirou o grande lençol branco que cobria o carro, levantando poeira pela garagem. Ia reclamar contra a poeira mas quando vi o carro ignorei aquilo.
-Ah meu deus! É um impala 1967?
Ele balançou a cabeça sorrindo, enquanto eu passava a mão no carro babando com os olhos arregalados.
-Ele é lindo demais... Como você sabia que sou apaixonada por velharias?
-Eu não sabia – ele disse – ele foi meu primeiro carro, comprei quando tinha apenas dezoito anos, claro que na época ele era um pouco mais velho mas fui arrumando ele.
-E arrumou para deixa-lo guardado na garagem? Ele não parece ser tão antigo assim.
-O que você quer dizer?
-Foi o seu primeiro carro... Você tem sei lá, uns cinquenta anos? – ele riu me pegando com força pela cintura e me sentando em cima do capô o carro.
-Você gosta de piadinhas, não é, Ms? – coloquei minhas duas mãos em seu rosto, sua barba pinicando as palmas das minhas mãos, e esfreguei as pontas dos nossos narizes.
-Adoro. – respondi, ele esticou um pouco para frente e me beijou.
-Vou te comer em cima desse carro – ele disse interrompendo nosso beijo.
-Faz isso. – pedi.
-É isso o que você quer?
-Sim.
-Sim o quê?
-Sim, Mr. J.
Então ele abaixou meu biquíni novamente juntamente com sua bermuda. Me penetrou com força, mordi o lábio inferior soltando um gemido abafado. Ele me penetrava com força, soltei seu corpo e deitei o meu sobre o capô do carro, enquanto ele me segurava com suas mãos nas minhas costelas. Por fim ele gozou me erguendo de volta para que nossos lábios se encontrassem. Apertou seus braços em volta do meu corpo com força, em um forte abraço.
-Jared está aí? – ouvimos a voz de Shannon, mal tivemos tempo de dizer alguma coisa e ele abriu a porta. – Ah droga! – disse fazendo uma careta engraçada.
-Você vai ficar parado ai olhando? – perguntou Jared a Shannon que ficou alguns segundos calado nos olhando.
-Não... é a maluca da sua namorada está atrás de você. Ela está enchendo o meu saco.
Jared revirou os olhos.
-Diga a ela que tive que resolver algo importante, com alguém importante.
Ele levou a ponta do indicador para o meu queixo e sorriu de lado. Shannon bufou, mas ele agia tão naturalmente que era como se já estivesse acostumado com tudo isso. Assim que Shannon saiu, Jared e eu decidimos voltar para a piscina, mas Jared mandou-me ir primeiro e demorou uns trinta minutos para aparecer. Era muito difícil agir normalmente perto dele, aliás, estava se tornando difícil, ele não queria parecer discreto na frente da família ou até mesmo de Natalie. Me pegava no colo, me girava, brincava comigo o tempo todo, me jogava na piscina e conversamos como se fossemos amigos de longa data, não entendo como Natalie não desconfiava de nada, a garota era realmente ingênua, mas não estava só ela ali conosco, nosso jantar foi cheio de indiretas e olhares audaciosos.
-Constance e Elena, o jantar estava maravilhoso. Fazia muito tempo que eu não comia uma comida tão boa assim. – falei, Constance sorriu agradecendo – mas estou realmente cansada, acho que vou me deitar. Boa noite!
Todos me responderam educadamente, me levantei e fui para o meu quarto, mal estava terminando de por minha camisola quando a porta foi aberta rapidamente e fechada na mesma velocidade.
-O que você está fazendo aqui? – Jared deu passos tão rápidos em minha direção agarrando-me e beijando-me fortemente – Deus, você é realmente insaciável! – falei rindo assim que nos separamos.
-Claro que sou...
Ele ia abrir a boca para continuar falando mas foi interrompido por batidinhas na porta, arregalamos os olhos juntos.
-Se esconde! Vai! – falei, e o idiota se escondeu dentro do banheiro do quarto. – Entre!
-Com licença... – fiquei surpresa quando Elena entrou no quarto olhando em volta. – Eu ouvi vozes?
-Não. – respondi rapidamente.
-Ouvi a voz do Jared... – soou mais como uma pergunta do que como uma confirmação.
-Deve ser a idade – debochei, ela juntou as sobrancelhas e me olhou ofendida. – O que você quer?
-Eu vim dizer para sair da vida minha filha – disse firme – eu sei o que você está fazendo.
-An?
Me fiz de desentendida.
-Conheço uma vadia de longe quando vejo uma! Eu sei o que você quer, Natalie pode ser ingênua mas eu vi como você estava se jogando para cima do meu genro.
Mordi o lábio controlando minha risada cínica, o que a fez ficar mais irritada.
-Só uma vadia mesmo para reconhecer a outra, não é? Eu não vou sair da vida deles. – falei calmamente, como se fosse uma resposta bem simples.
-Eu não vou permitir que você estrague a felicidade da minha filha! – revirei os olhos, aquela velha tinha que ir encher meu saco aquele horário? – Ou com o casamento dela que vai garantir a ela um bom futuro.
Então eu abri um longo sorriso entendendo tudo.
-Você acha que eu já não consegui o que eu queria? – falei, ela ficou estarrecida, me aproximei dela erguendo um pouco o pescoço. – Essa foi ele... uh... essa aqui também e essa também! – Levantei um pouco a camisola – a essa mordida aqui... ele também. Ele é um pouco selvagem mas eu gosto.
Elena levou a mão a boca com os olhos arregalados. Balançou a cabeça.
-Ele não faria isso com minha filha.
Dei de ombros.
-Como você ainda tem coragem de me contar?
-Porque eu sei que você ta pouco se fodendo para a felicidade da sua filha, o que você quer mesmo é o dinheiro dele! Por isso fingiu estar doente, por isso jogou ela pra cima dele. E ainda usou a linda amizade com a mãe dele... – ri – eu diria que você me enoja, mas acho que gosto dessa sua manipulação.
Ela cerrou os dentes me olhando com raiva, ri me virando e sentando na cama.
-Você não vai estragar meus planos! – falou.
-Tá, agora saia daqui.
-Eu não...
-Eu disse para você sair daqui! – falei mais alto, ela respirou fundo e com raiva saiu, batendo a porta. Balancei a cabeça xingando-a mentalmente, passei a mão na testa respirando fundo. Jared saiu do banheiro e sentou na cama ao meu lado.
-Está pensando em se vingar dela? – perguntou, olhei para ele e ri negando, ia beija-lo mas parei, ele me olhou confuso.
-Acho melhor trancarmos a porta – me levantei e tranquei, voltei sentando em seu colo, colocando minha perna uma de cada lado de sua cintura enquanto suas mãos acariciaram minhas coxas e subiram para minha bunda, onde ele apertou dando dois tapas em seguidas. Abaixei minha cabeça e o beijei.
-Margot? – Natalie tentou abrir a porta mas não conseguiu, Jared e eu rimos entre o beijo.
-Sim? – respondi, ele desceu os lábios para o meu pescoço.
-Posso entrar?
-Uh, estou um pouco ocupada agora.
-Ok... Uh...Você viu o Jared? – perguntou
-Diga a ela que estou com Shannon... deixamos combinado! – ele sussurrou.
-Não... não está com Shannon? Talvez estejam juntos.
-Pode ser... Vou ligar para ele. Boa noite, Mag!
Eu não consegui responder pois assim que ela parou de falar ele me jogou na cama me beijando com brutalidade. Não tivemos tempo para preliminares, só vi que nos minutos seguintes eu estava por cima dele, acabei soltando um gemido alto demais, ele colocou a mão na minha boca abafando todos os meus gemidos. Logo gozamos e eu tombei ao seu lado, deitando minha cabeça em seu peito, levamos alguns segundos para recobrar nossas respirações.
-Provehito in altum – li a sua tatuagem próxima a clavícula e passei a ponta do dedo em cima – O que significa?
-É em latim... uma frase muito forte. – respondeu.
-Mas o que significa? – perguntei insistente.
-É apenas algo especial.
Revirei os olhos.
-Tá, né! Gosto de tatuagens. – comentei.
-Se gosta, por que não tem nenhuma?
-Elas tem um significado especial para mim mas de outra forma. – fechei meus olhos por alguns segundos lembrando dos olhos acinzentados, cabelos longos que desciam até os ombros, braços finos e brancos demais, cigarro nos lábios rosados e tatuagens, muitas tatuagens.
-Especiais como?
-Só especiais.
Ele passou a mão pelo meu braço me acariciando.
-hum... você acha que Shannon contaria? – perguntei com a mão em seu peito nu, quase pude sentir as batidas de seu coração.
-Não, ele conhece todos os meus segredos e eu os dele. Talvez Cara, mas ela não sabe.
-hmm... – falei, estava já me sentindo sonolenta – me conta um segredo seu? – pedi.
Ele encarou a parede alguns segundos.
-Eu não tenho segredos... você é o meu único segredo.
Era para eu me sentir orgulhosa?
-Uh, nunca traiu Natalie com outra garota? – perguntei surpresa.
-Não, sempre fui muito honesto em tudo o que fiz. – aquilo me deixou um tanto intrigada, rolei-me para o travesseiro e ele se abaixou ficando ao meu lado, deitou-se de lado para mim e eu fiz o mesmo, levando meus dedos até seu rosto.
-E por que eu? – perguntei.
-Não é muito fácil resistir a você, Ms. – disse rindo.
-Devo concordar com você, aposto que é difícil encontrar uma garota como eu – sorri um pouco arrogante, o que o fez rir também.
-Bom, eu nunca encontrei – ele começou a acariciar meus cabelos. – E você, me conte um segredo que ninguém saiba sobre você.
De início pensei em contar sobre o meu verdadeiro trabalho, mas logo descartei essa ideia maluca. Pensei um pouco sobre o meu maior segredo.
-Eu sempre quis ter uma família. – disse, seus olhos piedosos me deixaram um pouco triste, falar sobre aquilo sempre mexia comigo de alguma forma então antes de meus olhos se encherem de lágrimas os fechei. – mas já superei isso faz tempo.
Os dedos dele acariciando o meu cabelo me fizeram pegar no sono rapidamente, ele também dormiu ao meu lado, com seu braço em volta do meu corpo. Eu podia sentir seu cheiro, sua respiração. Já tinha esquecido como era sentir isso, fazia muito tempo que eu realmente não dormia com alguém assim.
Mas o celular dele tocou algumas horas depois nos acordando. Ele atendeu, mas continuei deitada de olhos fechados, meio acordada e meio dormindo.
-Margot...
-hum? – murmurei.
-É Shannon, está na porta de casa! Preciso ir para o meu quarto.
-tá... – murmurei novamente sem entender direito o que ele havia falado. Ele beijou o topo da minha cabeça e saiu do quarto devagar.

A acompanhante (CONCLUÍDA) Onde histórias criam vida. Descubra agora