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Eu não queria lutar, não agora, e nem aqui. Mas, quando aquela mulher cobra veio em nossa direção, eu apenas tirei o arco de minhas costas e preparei uma flecha.

- E as outras pessoas? - Perguntei, a mulher se aproximava com uma adaga nas mãos.

- Os mortais não vêem através da névoa, não se preocupe. - Alexia empunhava sua espada.

- Béééé. - Leo baliu e pegou sua flauta de bambu do bolso.

- Vamos lá. - Alexia disse e foi em direção a mulher cobra.

O monstro tentou cortá-la, mas Alexia se defendeu e acertou um golpe, bem acima das pernas de cobra do monstro. Ela gritou, mas continuou a avançar. Eu atirei flechas em direção à suas pernas, mas ela não parou.

- Droga! Minhas flechas acabaram! - Gritei.

- Da um jeito. - Leo disse tomando fôlego, e voltou a tocar sua melodia.

Eu olhei ao redor. Não tinha nenhum tipo de arma ali. Nada.

- Cuidado Gustavo! - Gritou Alexia.

Eu me virei em sua direção, no momento exato em que o monstro veio para cima de mim. Eu dei dois passos para trás, e ela sorriu.

- Você vai morrer!

- Hoje não. - Alexia cortou a mulher na altura da cintura, ela se desfez em pó.

- Pó? - Perguntei confuso. - Mas...

- Os monstros viram pó quando morrem. Facilita o trabalho. - Alexia guardou sua espada e sorriu. - Vamos pegar nosso ônibus.

Nós entramos no ônibus e nos sentamos no último banco.

- Ótimo, quando chegarmos à rodoviária, andamos mais dez minutos, e logo chegamos. - Alexia disse olhando o mapa.

- Você sabe ler mapas direitinho. - Observei.

- Sou uma filha de Atena, é claro que eu sei. - Sua voz veio carregada de sarcasmo.

- Desculpa aí espertinha. - Levantei as mãos, em sinal de rendição.

Ela me olhou rapidamente, e não disse nada. Eu mantive minha atenção no que acontecia do lado de fora do ônibus.

- Já estou com saudades de casa. - Confessei. - Daqui 14 dias já é natal.

- É mesmo, tinha me esquecido. - Leo me olhou rapidamente. - Você vai ficar conosco no acampamento?

- Não sei. Acho que vou para a casa, passar essa data com minha mãe.

- Alguém têm comida? - Alexia cortou o assunto, com um sorriso fraco.

Leo abriu a mochila e tirou de lá alguns salgadinhos e refrigerantes. Ele logo começou a comer a lata de alumínio, como se isso fosse normal.

- Não vejo a hora de chegar. - Resmunguei.

- Eu também, minha bunda já está doendo de tanto ficar sentada. - Alexia riu.

Eu e Leo rimos, e ficamos em silêncio logo depois.

**

- É aqui. - Alexia disse ao parar em frente à uma casa branca.

No jardim, alguns enfeites, a grama estava bem aparada e verde, a casa estava fechada.

- Será que têm alguém em casa? - Perguntei.

- Vamos descobrir. - Leo sorriu.

Ele tocou a campainha e ficamos aguardando.

- Quem é? - Uma voz feminina veio lá de dentro.

- Senhora, viemos a pedido de Quiron. - Falei.

A porta se abriu, e fomos puxados rapidamente para dentro da casa.

Filho de Apolo: A Busca [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora