Eu chorei até dormir

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Oi, oi! Peço desculpas pela demora, como eu comentei em Apaixonado pelo meu irmão, estou me recuperando de uma baita gripe. Mas a minha intenção ainda é postar o próximo capítulo adiantado, okay?

Mais narração do Akira para vocês, espero que gostem!

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Não sei por quanto tempo dormi, mas acordei com um barulho alto.

—Ahn?- perguntei, mas não obtive resposta, apenas vi Sorata se mexendo muito durante o sono e chutando a cama e a parede.

—Não!- falou a voz dele chorosa- Por favor! Mamãe! Mãe, me ajuda!

Ah, droga, o que eu faço? Era óbvio que ele estava tendo um pesadelo e chorando muito. E era um pranto amedrontado, nunca pensei que ele pudesse ter medo de alguma coisa.

Eu quis acorda-lo, mas sabia que a última vez que eu o acordei de um pesadelo, ele não reagiu bem. O que eu posso fazer?

Bem, só havia uma alternativa na qual eu conseguia pensar. Levantei minha perna e chutei sua coxa com bastante força.

—Ah!- ele acordou com um grito baixinho e olhou ao redor assustado. Quando ele percebeu que estava tudo bem, ele sentou na cama, colocou as mãos no rosto e começou a chorar.

Um choro baixinho, chegava a cortar o coração a maneira como ele colocava as mãos na boca para não fazer barulho, o modo como ele tremia e abraçava a si mesmo. Acho que nunca tive tanta vontade de uma coisa como eu tinha de abraça-lo agora, mas eu conhecia muito bem o garoto para saber que ele não gostaria disso.

Demorou algum tempo, que me pareceu longo demais, para Sorata parar de chorar e se acalmou. Ele deitou na cama novamente, abraçando Aki, e provavelmente dormiu, já que não ouvi mais nenhum som vindo dele. Infelizmente, eu não consegui fazer a mesma coisa.

Virei de um lado para o outro na cama e nada de dormir. Bufando, resolvi ir ao banheiro para lavar o rosto. Destranquei a porta do quarto sem fazer barulho e só então percebi que não sabia aonde ficava o banheiro, sem contar que estava tudo escuro. Abri a porta em frente e tomei um susto ao ver que havia um luz acesa.

Pisquei algumas vezes e meu rosto corou absurdamente quando vi a cena que se desenrolava na minha frente. Era um quarto maior do que o de Akihiko, com uma cama de casal enorme e no nela estava Aoyama e um jovem ajoelhado no chão fazendo sexo oral nele.

Senti nojo, não por causa da diferença de idade, mas por causa da cena mesmo. Não havia nem um pouco de carinho, amor ou no mínimo uma troca de olhares. Dava para ver claramente que eles não estava fazendo amor, eles estavam fazendo sexo, isso para não usar os termos que Sorata costuma usar.

Por que alguém faz isso? Se é para fazer algo assim é melhor fazer sozinho! Como uma pessoa pode se mostrar para alguém que não ama, como uma pessoa pode ter intimidades com alguém que não é íntimo? Eu não estava julgando, mas eu realmente não entendia. Não entendia porque para mim vinha o amor e só depois o sexo, trocar essa ordem me parecia antinatural.

Estava tão chocado com tudo que não conseguia me mexer. Aoyama abriu os olhos e olhou diretamente para mim. Droga, estou ferrado!

Tentei ir embora, mas ele disse:

—Parado aí, nem pense em se mexer.- parei e vi Aoyama pegar o jovem pelos cabelos e chutar o rosto dele sem dó nem piedade -Vá ajoelhar no canto.

Sem responder, ele assentiu e se ajoelhou.

—Você pode entrar. Akira, não é mesmo?- assenti- Venha até aqui.

Fui até a cama e parei na frente dele, tremendo da cabeça aos pés, quando um tapa atingiu meu rosto.

Apaixonado por um antissocialWhere stories live. Discover now