Eu não vou te abandonar

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Gente, desculpa pelo atraso, que semaninha mais complicada, eu, hein! Sério, dava para ficar uma hora aqui falando de tudo o que aconteceu, mas como eu sei que vocês preferem ler o capítulo, então, só vou pedir desculpas!

E espero que vocês gostem! :)

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Desespero. Eu achei que depois que todo aquele inferno com meu tio acabou, nunca mais iria sentir isso. Só aquele desespero básico de zerar um prova ou acordar no dia seguinte com uma ressaca tão grande que não conseguia nem lembrar direito o que aconteceu.

Mas não. Os pesadelos sempre voltam para nos atormentar, eu era toda a noite atormentado pelo sono e agora eu estava sendo atormentado pela realidade. Eu não conseguia falar, eu não conseguia me mexer, eu nem conseguia processar o que estava vendo.

Aparentemente, seria uma cena comum, uma criança tomando banho, cheia de espuma no cabelo e um adulto do lado ajudando para que não houvesse nenhum acidente. No entanto, deixava de ser uma cena comum quando o adulto era o meu tio, e a criança era meu irmão.

Para piorar, as mãozinhas de Akihiko estavam passeando pela barriga dele e ele estava com aquele seu sorrisinho malévolo, aquele que ele dava para mim até hoje. Pensei no medo que eu sentia de todos ao meu redor, nas dores físicas que me incomodaram por várias manhã e das dores psicológicas que me incomodavam até hoje. E pensei em Aki que era tão pequeno, tão inocente, tão feliz. Doía pensar que a inocência dele pudesse estar sendo corrompida.

—Oi, aniki!- ele me cumprimentou sorrindo- O que você "complou"? É "plá" mim?

Foi necessária a voz dele, tão normal e sem malícia, para me despertar.

—O que você está fazendo?- berrei e Akihiko pulou para trás.

—Eu só "mostlando" "plo" tio que eu sei "dá" banho em mim mesmo e até em "outla" pessoa.- explicou meu irmão

—Isso mesmo, agora continue me ajudando, pequeno.- falou Aoyama olhando nos meus olhos- Mais para baixo, sim?

—Tá, mas é "estlanho" "lavá" "outla" pessoa aí.- comentou Akihiko com um olhar de desagrado

—Ah, ajuda o titio, vai? Prometo que compro o presente que você quiser.

—Me dá um pônei!- pediu Akihiko sorrindo e ia voltar a lavá-lo, quando finalmente minhas pernas me obedeceram e eu corri até lá, tirando Akihiko do alcance de Aoyama.

—O que você pensa que está fazendo? Você é louco?- gritei, sentindo a raiva tomar conta de mim. Como ele poderia ter tocado no meu irmão?

—Ué, eu só precisava de uma boneca nova, a minha antiga está quebrada.- ele respondeu em tom infantil olhando nos meus olhos em desafio

—Eu... eu...- tentei formular uma frase mas não estava conseguindo. O que eu poderia dizer? E pensar que se eu tivesse chegado mais tarde talvez tivesse acontecido algo pior.

Palavras não eram importantes nesse momento. Corri até o quarto de Akihiko e disse:

—Coloca uma roupa, nós vamos sair.

—Mas eu ainda tô molhado.- reclamou ele

—Anda logo!- falei e o vesti rapidamente com uma camiseta e uma calça. Peguei sua mochila, alguns documentos, e estava descendo com ele, quando Aoyama saiu do banheiro enrolado em um roupão

—Aonde vão tão apressados? O banho ainda não acabou.

Desci a escada correndo e saí descalço, pegando os nossos sapatos na mão. Nem falei com Miyagi, não queria passar mais nem um minuto em casa.

Apaixonado por um antissocialOnde histórias criam vida. Descubra agora