Fernando

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-Sophie eu realmente preciso falar somente com você
-ótimo, você tem dez minutos comigo, vamos para o escritório
As duas seguem hotel adentro e o clima não fica dos melhores na festa, já no escritório Sophie se senta na mesa da mãe e deixa com que a avó escolha onde vai sentar
-Sophie eu realmente preciso que você abra o coração para me escutar, eu tenho uma vida para te contar e espero que depois disso você aceite me ajudar
-Ajudar?
-Eu preciso ver sua mãe, preciso me desculpar com ela, e dar a ela as mesmas explicações que vou fazer a você
-Tá...Pode começar
-Eu...Eu...Eu fui casada com um homem muito religioso, ele seguia a igreja com determinação e jamais seria capaz de explorar a vida além dela.
-Já sei, meu avô
-Sophie querida me deixe terminar, já fazíamos dois anos de casado quando viajei para o México para descansar, eu precisava disso, precisava respirar e pensar em tudo, lá eu conheci uma pessoa, o único homem que amei minha vida toda, e não se passa um dia sem que eu pense nele, eu...eu tive medo, voltei para meu marido e disse que a criança que eu esperava era dele, e lá estava sua mãe, em meus braços no fim de 1959, foi o melhor e o pior ano de minha vida, eu criei sua mãe com a esperança de fazer dela melhor do que eu fui, melhor do que eu sou, e quando ela engravidou foi um balde de água fria em nós, o pai dela jamais aceitou e acabei me influenciando por ele, não aceitando aquilo nós, bem, você já sabe o resto querida
-O pai dela não né, o homem que você enganou
-Sophie eu, eu só quero que saiba que eu amo sua mãe, ela é minha filha, minha única filha, e eu não estaria aqui se realmente não quisesse concertar tudo isso!
-Tá...eu...não foi fácil digerir tudo isso, mas, eu não posso ser uma hipocrita, preciso dizer que meu sonho sempre foi ver a família toda junta, e se isso significa aceitar você de volta, eu pago o preço!
Ruby se levantou e abraçou a neta carinhosamente por longos minutos, ao soltar segurou seu rosto e beijou sua testa
-Voce é tão parecida com ela, tão parecida
Sophie não contém o sorriso e abraça a avó de volta
-Então? Posso vê-la?
-Temos um probleminha, ela não está aqui
-Como?
-Não está, nós mandamos ela para Londres para organizarmos a festa aqui, ela só chega amanhã à tarde, mas a senhora fica aqui, ficará conosco e vai dar tudo certo, quer dizer, a senhora vai ficar não é?
-Claro que vou querida, mas agora acho melhor voltarmos para lá, tenho um genro para conhecer
Ela fala rindo seguindo a neta até a festa, tudo se normaliza após um tempo e quando está conversando com Sophie e Sam ela avista uma figura bem conhecida

-RUBY! MI AMOR! MÉXICO, 1959
-Fernando?
(Já sabem né? Os tambores tão tocando Fernando)
Após cantarem não conseguem evitar o beijo que estava preso em suas gargantas depois de tantos anos, todos se olhavam tentando entender o que estava acontecendo, um misto de surpresa e curiosidade tomou conta de todos até que os fogos começaram e todos mudaram a vista, menos Sophie que já tinha percebido tudo
-Aí meu Deus! VOCÊ! VÓ!
-Querida não é uma boa hora para falar com sua vó
-NÃO! É SIM! Você...Ele é meu avô!
-Que? Sophie, não querida ele...Fernando é um velho amigo
Ruby sentia o chão se abrir, suas pernas tremiam e ela se arrependeu milhões de vezes por ter voltado
-Um velho amigo? Ah é? E quando vocês se conheceram?
-No início de 1959, no México
-Conveniente que minha mãe tenha nascido no fim de 59 não é vovó?
Ela fala com ironia mas é interrompida por Cienfuegos
-Ruby, você...por isso fugiu?
-Eu..Eu não quero falar sobre isso, vou pra meu quarto
Ela se apressa saindo sem conseguir raciocinar direito, Sophie e Sam se olham assustados até que a menina abraça o senhor com carinho
-Oi vovô!
Ela diz rindo da situação, ele não contém o riso e a abraça de volta
-É muito bom saber de tudo isso, mesmo que desse jeito torto, eu tenho uma neta
-Donna vai surtar
-Ela vai...ficar assustada, mas logo passa, agora vem pai, vamos ver os fogos com todo mundo!
Ela puxa o pai e vão ao encontro de todos, o fim de noite é agitado e regado a danças e bebidas, ruby por outro lado estava em seu quarto sem conseguir dormir, sua cabeça girava e ela não sabia o que iria dizer ou fazer a respeito daquilo tudo, mas também, o que esperar? A menina era sua neta, iria perceber mais cedo ou mais tarde. Ela não sabia ao certo o horário em que dormiu, mas o sim da festa já havia parado e todos com certeza já estavam dormindo em seus quartos...

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