CAPÍTULO 37

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Vinicius

Caminho tranquilamente, pelo corredor da pousada até chegar ao quarto em que estou hospedado, em Jericoacoara no Ceará. Assim que entro e fecho a porta atrás de mim, já me deparo com Millena de bruços na cama, é nove horas da manhã e ela ainda está dormindo.

Já estamos no segundo mês de férias, bem longe do alvoroço de São Paulo; passamos por seis estados até chegar aqui no Ceará e Millena já está mal acostumada, quero ver ela voltar pro trabalho no ano que vem.

Dou alguns passos pra dentro do quarto e deixo as sacolas de lembrancinhas na cadeira, fui cedo comprar na vendinha aqui perto. Chego mais perto da cama e me sento ao seu lado, esticando a mão para tirar o cabelo de seu rosto. O cabelo de Millena cresceu e ela pintou de novo para a cor anterior, disse estar com lembranças horrorosas por conta do cabelo.

- Já são nove da manhã, Millena. - Murmuro me deitando ao seu lado. - Vai perder a hora gostosa de curtir o mar...

- Eu nem tomei café ainda... - Resmunga se virando na cama e ficando de frente pra mim. - Onde você foi? - Questiona chegando mais perto e a envolvo em meus braços. Tá toda descabelada e com o rosto encostado em meu peito. - Nem me chamou...

- Eu trouxe café. - Aponto para as sacolas na cadeira. - Fui comprar aquela torta e os pães recheados que tínhamos visto ontem, e achei um presente pra Emily naquela vendinha perto da padaria de ontem. - Fecho os olhos para apreciar a carícia em meu rosto. - E eu não sou nem louco de te acordar, não engoli um litro de água do mar como você não.

- Como você é sem graça, Vinicius. - Reclama beliscando minha bochecha. - Vai continuar me perturbando sobre isso até quando?

- Até eu me lembrar, ou seja, a vida toda! - Zombo e Millena faz um bico enorme. - Pigmeu, eu te avisei desde o começo que você não ia conseguir fazer kitesurf, sem praticar. Você me ouviu? - Ela me encara profundamente e sei que vai se vingar de alguma forma, tô gostando, vou continuar. - Exatamente, não meu ouviu. Eu já tenho anos de prática, meu tio que me ensinou. E praticava toda vez que ia pra Cancún.

- Tá bom, Vinicius. - Ela resmunga tentando sair de meus braços. - Sai, me larga! Não quero ficar com você. - Como Millena não consegue sair dos meus braços, começa a apertar meu corpo com as mãos. - Meu próprio noivo tirando uma com a minha cara. Você não tem vergonha? Não ficou nem um pouco preocupado? - Nesse momento ela já está bem acordada, com uma mão dentro da minha camisa, e a outra tentando invadir minha bermuda.

- Vou ter vergonha do que? - Pergunto apertando sua bunda. - Estava praticamente do seu lado e você com colete salva-vidas. Mal você caiu e já tinha te levantado.

- Então você admite que exagerou com o, engoliu mil litros de água? - Pergunta mordendo e beijando meu queixo.

- Vou exagerar em outra coisa, agora! - Exclamo subindo em cima de seu corpo e a prensando no colchão. Millena sorri perversamente e me puxa para beija-lá. Essa é a minha safada.

Millena

Estou tomando sol, das onze horas, na praia cearense e preciso falar que, não tem nada melhor. Pedi para Vini, ir buscar no quarto um protetor solar mais potente, porque daqui a pouco o sol esquenta mais e com esse vento vamos acabar pegando insolação.

Coloco os óculos escuros e fecho os olhos, passo uma mão na outra e sinto a aliança, sorrio ao lembrar da nossa primeira parada, foi ainda em território Paulista, Holambra a cidade das flores. Fui completamente surpreendida, pois jurava que íamos parar primeiro em São Thomé das Letras em Minas Gerais.

Toda via, meu Vinicius fez uma linda surpresa ao me levar no meio da chuva de pétalas para me pedir em casamento. Eu surtei, literalmente, pulava de alegria enquanto chorava e festejava de alegria, óbvio que aceitei já que a aliança está em meu dedo.

Qual Caminho Devo Seguir?Onde histórias criam vida. Descubra agora