Capítulo 56

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Malia

Tinha meia hora desde que tinha visto Diego ou um dos dois outros caras que eu vi pelo armazém. Ah, pela conversa que eles tiveram, descobri que estamos em um dos armazéns que a gangue comprou. Eu tinha apenas visto três pessoas, mas pelo que eu sabia, alguns membros da gangue estavam vigiando o armazém. Diego tinha pessoas infiltradas, e isso me irritava ao extremo.

Nada tinha acontecido, até que eu escutei dois tiros. Meu corpo ficou tenso, e tudo que eu podia pensar era que Loki tinha aparecido sozinho é que estava machucado agora. Pânico toma conta de mim e eu não consigo respirar.

A situação melhora, porém, quando Diego abre a porta, e aparece arrastando dois corpos sem vida, um em cada mão, como se não fosse nada mais que matar uma aranha. Arregalo meus olhos quando reconheço os homens. São os amigos de Diego, Malcom é Ethan.

"Não fique tão surpresa, princesa. Eles queriam te tirar daqui, então eu acabei com o problema." Ele diz, e joga os corpos em um canto do armazém, não tão longe, mas não tão perto de mim.

"Eu pensei que estavam te ajudando..." Digo, minha voz fraca. Meus pulsos estavam doendo e eu estava morrendo de fome, mas Diego disse que iria apenas chamar Loki amanhã de manhã.  Por mim, poderia demorar o quanto quisesse, contanto que Loki ficasse bem.

"Eles eram apenas meios para um fim, princesa." Ele diz, e volta caminhando para a porta. "Em um dia, um dos corpos naquele canto será seu namorado." Eu tremo involuntariamente, e ele sorri enquanto fecha a porta.

O pensamento de Loki ali... Porra, não conseguia nem imaginar. Então nem tento, deixo minha mente se aprofundar em momentos juntos. Seu sorriso, o brilho em seus olhos quando ele ria ou ficava extremamente feliz, o jeito que o azul ficava quase negros quando se enchiam de luxúria...

Lágrimas enchem meus olhos. E se realmente fosse isso? E se nunca tivéssemos um futuro, não porque não demos certo, mas porque iríamos morrer? Uma imagem na minha cabeça tira completamente o meu fôlego.

Loki e eu, mais velhos, com duas crianças no colo, correndo e brincando. Nossas crianças. Uma família. Eles teriam seus olhos azuis e meu cabelo loiro claro. Seu sorrisinho. Seríamos felizes.

Não posso evitar meu próprio sorriso ao pensar nisso. Eu queria tudo. Queria um futuro, qualquer futuro, contanto que tenha Loki Tate envolvido. Eu não posso morrer aqui. Ele não pode morrer.

Com esse pensamento, começo a realmente olhar ao redor, tentando achar qualquer coisa que possa ajudar a tirar as algemas. Eu tinha um canivete na minha bolsa, mas Diego tinha pego de mim. Espera...

Aproximo minha cabeça de minha mão presa, e tiro um grampo preso no meu cabelo. Diego havia tirado a piranha que eu usava para prender quando sai da casa de Hayley, mas ele era homem, não tinha jeito de saber do grampo marrom que eu também usava.

Seguro na minha mão, e tenho que me esforçar para conseguir até mesmo chegar na fechadura. Quando consigo enfiar o grampo lá dentro, tenho que usar a boca para ajudar, mas assim que ouço o pequeno barulho da fechadura abrindo, alívio me enche. Faço a mesma coisa com a outra mão algemada, e assim que me solto, esfrego os pulsos. Tinham duas marcas ali, mas nada que iria marcar.

Quando começo a pensar no que vou fazer, escuto o primeiro tiro. Meu corpo paralisa, e vários se enchem. Um tiroteio. Loki tinha vindo? Ele me encontrou?

Procuro por algo ao redor da sala que eu possa usar para me defender se alguém entrar, e meus olhos encontram os corpos. Corro até os corpos sem vida, tentando ignorar o buraco de bala no meio da testa dos dois.

Tateio em busca de facas, armas, qualquer coisa. Quando enfio a mão no bolso do segundo cara, Diego tinha o chamado de Ethan, algo espeta minha mão. Ignoro a dor e o pequeno corte em minha palma, e tiro o canivete aberto de dentro, enquanto os tiros ainda ressoavam, junto com gritos que eram bem indecifráveis.

Ando até ficar em frente a porta o canivete forte em minhas mãos. O corte em minha palma sangrava agora, mas eu tentava me consertar nos sons de tiro e gritos. Os tiros diminuíam, e o latim que escutava poderia ser um bom sinal ou não. Lembro a mim mesma que eram todos da mesma gangue, todos falavam latim.

De repente, os tiros param completamente, e eu fico parada por um segundo antes de finalmente me mover. Sei que se for Diego o sobrevivente, algo que eu não conseguia pensar, pois significaria que Loki estava morto. Mas se fosse Diego, eu estava morta, eu sabia. Mas iria ter o risco.

Puxo a porta para cima, e assim que escuto os sons das armas sendo destravadas e apontadas para mim, o meu primeiro pensamento é que Diego morreu, e Loki está morto. E morrer é o menor de meus problemas, porque o cara que eu amo estaria morto...

Mas aí, eu vou identificando os rostos. Já tinha visto alguns deles quando fui no bar, tinha visto como eles obedeciam Loki. No momento em que meus olhos encontram Peter, Skull e Easton, relaxo. Eles não estavam sob as ordens de Diego, disso eu tinha certeza.  E aí eu ouvi. Ouvi uma pequena ordem.

"Para trás!" As lágrimas descem de meu rosto quando o círculo de caras armados em volta de mim se afasta, e eu o vejo. O canivete cai de minha mão, mas eu não noto. Meu olhar estava preso em um só lugar, ou pessoa.

Loki me encara de cima abaixo, como se quisesse ter certeza que eu estava ali mesmo, mas eu nem esperei ele se decidir antes de correr para seus braços. Logo, estou soluçando, com meu rosto enterrado em seu ombro, meus braços enrolados em seu pescoço enquanto ele me segurava pela cintura.

Tiro meu rosto de seu ombro para encará-lo, e logo aproximo nossos lábios em um beijo. Ele não perde tempo em retribuir. Eu boto todos os meus sentimentos naquele beijo. Tristeza, alívio, raiva, arrependimento... Tudo está ali. Quero mostrar a ele que não vamos perder nem mais um segundo.

"Eu te amo. Muito." Digo, minha respiração pesada, quando nos afastamos. Ignoramos todos ao nosso redor, nossas testas precionar juntas, e eu vejo ele sorrir. Olho em seus olhos, e encontro puro alívio.

"Eu também te amo, loirinha. Demais." Ele sussurra, antes de precionar um beijo terno em meus lábios, se afastar e sorrir. "Agora vamos para casa."

Alpha - Death of AngelsOnde histórias criam vida. Descubra agora