Capítulo 7 - O Conselho do mago.

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Caspian X

Alguns dias já tinham passado desde o ocorrido entre mim e Lúcia e as coisas ficaram definitivamente piores, não deixamos de nos falar impropriamente. Só que dessa vez ela fazia questão de não estar perto de mim. 

Ela estava se afastando de mim eu estava cada vez mais arrependido do que havia dito a ela.

Pouco depois do beijo encontramos mais uma ilha, a primeira desde que começamos a navegar pelas áreas não mapeadas pela marinha de Nárnia, e não só eu, mas toda a minha tripulação não sabia oque esperar.

Dei a ordem para irmos até a ilha e explora-la. Agora mais que nunca eu precisava completar minha missão, e pensar em outra coisa que não fosse a Lúcia.

Chegamos a ilha e começamos a explorar os arredores por várias horas e não encontramos nada, aparentemente não haviam animais e nem pessoas naquele lugar. E mesmo parecendo um lugar abandonado, não me parecia menos perigoso.

-  Vamos acampar aqui, ao amanhecer iremos explorar melhor lugar. Ripchip, avise a Drinian que verifique os suprimentos e veja o que precisa de reposição.

-  Sim, majestade.

Ordenei e o ratinho prontamente obedeceu, logo o acampamento estava pronto, alguns já dormiam, outros apenas conversavam. E eu estava deitado, enquanto observava as estrelas e pensava nas tantas coisas que aconteceram.

Acabei dormindo na noite passada com muita facilidade, também pensei muito em como resolver minha relação com Lúcia e não consegui chegar numa conclusão.

Somente por instinto olhei em volta e a procurei com os olhos, mas oque encontrei foram grandes marcas de pegadas na areia, e o lugar onde Lúcia estava totalmente vazio.

- Edmundo... - Chamei o sacudindo forte para acorda-lo. - Edmundo, olha! A Lúcia sumiu. 

Logo ele levantou e apressadamente se vestiu e começou a procurar por ela como todos. 

-  Lúcia! - Gritei enquanto a procurava, porém não conseguíamos encontrar nenhuma pista, ou sinal dela.

Procuramos por mais um tempo até que Drinian e alguns homens nos levaram ao que parecia ser o jardim de um palácio, porém não havia nada além do próprio jardim. 

Vasculhando o local acabei encontrando um livro jogado que só poderia ser da Lúcia, me desesperei. Porém fomos atacados de todos os lados por criaturas que fossem oque fossem, eram invisíveis.

Lutamos, ou tentamos nos defender, quando de repente apareceu uma mansão enorme e bem cuidada no jardim ao mesmo tempo que as criaturas que nos atacavam também se tomaram visíveis.

E para minha surpresa, eram apenas anões com uma perna só.

-  Oque fizeram com a minha irmã, seus pestinhas? - Edmundo perguntou rendendo um deles.

- Na Mansão...

A criatura apontou para trás e nos viramos vem a tempo de ver as portas da mansão se abrirem e Lúcia sair de lá acompanhada de um homem.

Eu estava muito aliviado em vê-la de novo, viva e bem. Minha vontade é de ir até ela,  abraça-la e nunca mais deixar ela ir para longe de mim.

Mas me contive.

-  Caspian e Edmundo, este é Coriakin. Essa é a ilha dele!

-  Majestades... - O homem nos cumprimentou com uma reverência e nos convidou para entrar

Depois que Lúcia nos apresentou o homem entramos e ele nos explicou como poderíamos terminar nossa missão, a cada palavra que ele falava eu ficava mais apreensivo e surpreso com o tamanho da perversidade do meu falecido tio ao mandar os fidalgos nessa missão.

-  Meu rei, espere.

Estávamos prestes a ir embora quando o mago chamou e Edmundo, Lúcia e eu nos viramos.

-  Preciso conversar com você, rei Caspian...

-  Pois não. - Falei me aproximando mais enquanto Lúcia e Edmundo nos deixavam a sós.

-  Majestade... sinto que está perturbado com algumas coisas na sua cabeça, não? - Perguntou o mago.

-  Não entendi.

-  Vossa majestade está em dúvida se deve ou não tomar uma decisão que pode mudar sua vida, mas está com medo das consequências.

Ele disse e eu gelei, e a lembrança de Lúcia e eu nos beijando no convés não saia da minha cabeça.

- Eu não... - Tentei formular algo e me defender , mas nada saia. Acabei de dando por vencido quando o mago deu uma risada simples, mas que deixava claro que já saiba de tudo oque estava se passando.

 - Você pode ter tudo oque sempre sonhou, ao lado dela, se conseguir vencer o medo que existe aqui. Não tenha medo de ser feliz, filho.

Disse tocando meu coração sorrindo compreensivo. Entendi que aquelas simples palavras significavam muita coisa.

Logo um dos soldados apareceu para me chamar, e Coriakin apenas me indicou a porta sem falar mais nada. 

- Eu, é... Obrigado.

Falei realmente sem reação, e em seguida fui para o navio com os demais.

Mesmo com poucas palavras a mensagem foi clara, só depende de mim.

  ~*~
      Lúcia Pevensie.

-

ASLAM!

Gritei sobressaltada daquele sonho louco, lembrei de cada detalhe e de como aquilo se tornaria real caso eu quisesse assim. A ideia me deixou apavorada.

Levantei da cama, amassando aquele papel com toda raiva e o joguei no fogo baixo da ladeira, que instantaneamente rugiu como um leão e se apagou.

Fechei os olhos tentando me acalmar. Foi apenas um pesadelo, Nárnia ainda existia e Caspian também. Mas só aquilo não era suficiente.

Eu precisava vê-lo para acalmar meu coração.

Peguei uma vela se segui sorrateiramente até os aposentos de Caspian, ele estava lindo dormindo, tão tranquilo que fiquei com receio de acorda-lo.

Com cuidado acariciei seu rosto gravando cada detalhe dele na memória até que ele acordou.

- Lúcia? - Disse ele com voz de sono.

- Tive um pesadelo, precisava saber se você estava bem...

- Eu estou bem...venha cá. - Ele levantou o lençol. - Durma comigo. Aceitei a proposta e me aninhei a ele debaixo do lençol.

Se antes estava apreensiva, agora eu estava muito mais calma e era como se o pesadelo jamais tivesse existido.

Eu sabia que nos braços dele eu estaria segura.

A Thousand Years - LuspianWhere stories live. Discover now