32 - QUERIDO DIÁRIO, HOJE EU MORRI

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Assim que Lauren estacionou na garagem dos Marcer, na manhã do dia seguinte, Emma saiu correndo do carro, abriu a porta da casa com violência e subiu as escadas como um raio. E quase derrubou a Sra. Marcer, que cruzava com uma pilha de roupas limpas nos braços.

- Sutton ?

- Eu só... - murmurou Emma, não completando a fala.

Ao chegar ao quarto de Sutton, bateu à porta e a trancou. A primeira coisa que viu foi uma grande pilha de envelopes cor-de-rosa sobre a cama. RSVP, estava escrito no de cima. Emma observou o nome não familiar de uma garota, escritos com caneta cor-de-rosa no alto do cartão. Mal posso esperar! Acrescentava a menina.

Ela o virou. FESTA DE ANIVERSÁRIO DE SUTTON MARCER. SEXTA, 10 DE SETEMBRO. PRESENTE OPCIONAL. OBRIGATÓRIO CHEGAR ARRASANDO.

Havia pelo menos cinquenta cartões de RSVP na pilha. Emma desabou na cama, empurrando alguns cartões para o chão. Sua cabeça parecia ter saído esmagada em um torno. Toda vez que fechava os olhos, sentia o estrangulador contra ela, aquela voz em seu ouvido.

Continue se passando pela Sutton, ou você será a próxima.

Ela tinha ficado acordada a noite inteira, deitada no quarto de Charlotte. Alguém tinha matado sua imã. Emma caiu deitada na cama e com os olhos fixos na lateral do papel cor-de-rosa, tentando refletir sobre aquilo. O assassino sabia muito bem que Emma não era Sutton. Emma se levantou e foi até o arquivo que havia sob a mesa. JOGO DA M., dizia. Também conhecido como Jogo de Mentira. Ela segurou o pesado cadeado na palma da mão. Tinha que haver uma forma para que pudesse abrir. Revirando as gavetas de Sutton, ela procurou uma chave perdida ali.

- Abre logo isso. - gritou Emma.

Como um flash. Emma lembrou do vídeo que Travis a tinha mostrado no YouTube de como arrombar cadeados. Durante o breve período em que ele tinham se relacionado amigavelmente. Ela procurou uma lata vazia, encontrando no peitoril da janela de Sutton. Pegando uma tesoura, desenhou a forma da chapa que seria usada para abrir o cadeado e começou a cortar. Em instantes ela fazia uma chapa em forma de M. Assim que enfiou a chapa na barrinha esquerda do fecho, e o cadeado se abriu. Emma não pode evitar um sorriso.

- Obrigado Travis - murmurou ela.

O cadeado caiu com um baque no chão. A gaveta rangeu ao ser aberta. Mais só havia no fundo da gaveta um grosso caderno de espiral. Emma pegou o caderno e colocou no colo. Não havia nada escrito na capa. Ela abriu na primeira página. Lá estava a letra de Sutton, redondinha e certinha e sinistramente parecida com a de Emma. Ela contraiu o estômago iria ler mesmo o diário da irmã ? Suspirando, começou a ler as primeiras páginas do diário. Cada registo era curto e cotidiano, mais parecia postagens do Twitter e pensamentos soltos. Emma folheou o caderno, tentando extrair significado dos registros. Havia muita coisa sobre L., que ela podia presumir que era Lauren. O olhar dela caiu sobre um registro de 20 de agosto, apenas uma semana e meia antes da morte da irmã: Se L. falar daquela noite mais uma vez eu mato essa garota. Que noite ? Emma queria gritar. Então um pequeno quadrado de cartolina caiu do caderno e foi flutuando até o chão. Emma pegou, observou a caligrafia na frente e ficou perplexa: CARTEIRINHA DE SÓCIO DO JOGO DE MENTIRAS. Embaixo o estava o nome de Sutton, o título PRESIDENTE EXECUTIVA.

Do outro lado do cartão havia uma lista de regras:

1. Não conte a NINGUÉM. Quem contar será punido por expulsão!

2. Apenas três podem fazer parte do club de cada vez. (Mas alguém tinha riscado três e escrito quatro em cima.)

3. Todo trote tem que ser melhor que o anterior. Aquelas que superarem outro sócio do club ganham um distintivo especial.

4. Se estivermos realmente em perigo, se não for um trote, diremos as palavras secretas do código: "Juro solenemente pela minha vida." Isso significa E-mer-gên-cia!

Sob isso havia uma lista de trotes proibidos.

Emma leu e releu a carteirinha, cada vez mais certa do que pensar. Pelo menos agora tinha uma noção clara do que pensar do que era o Jogo de Mentias: escoteiras psicopatas. Ela deixou de lado o cartão voltando ao diário bem na página seguinte, e viu um registro de 22 de agosto: As vezes acho que todas as minhas amigas me odeiam. Sem exceção. Nada mais nada menos.

O Jogo Da MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora