O formando Kim Seokjin está frustrado com a falta de consideração das pessoas com quem se relacionou e, numa segunda-feira, acaba por convidar para sair o primeiranista Kim Namjoon, que tem a fama de "namorar" por uma semana qualquer pessoa que se d...
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Estou completamente exausto. Mais uma noite sem dormir por causa daquele filho da puta do Kim Namjoon. Essa provavelmente é a semana mais cansativa que já tive. Por que me meti nessa furada?
O pior é que me joguei para cima dele ontem como um desesperado por sexo. Eu achei que, talvez, por ele ter se aberto mais comigo, poderia aproveitar mais antes do temível fim. Mas será que haverá mesmo um fim?
Sento uma pontinha de esperança com o que disse.
– Você continuará existindo pra mim!
Existirei da forma que quero ou como ele quer?
Ultimamente, está muito complicado ser eu. Principalmente, porque tive que bater uma pensando naquela boca gostosa e naqueles braços firmes depois que o expulsei.
Acho que peguei pesado com ele, né?
De qualquer forma, nos encontraremos hoje para acertar a contas, ainda tive a ideia de aparecer no clube de surpresa. E aqui estou eu, abrindo a porta e colocando a cabeça para dentro, brincando feito criança. Todos se assustam, incluindo o professor. Exclamam por mim e eu os cumprimento, adentrando de vez.
– Sunbaenim, vai cozinhar para nós? – pergunta um calouro alegre.
– Não, não, não – balanço a cabeça. – Só vim observá-los para saber como estão. Ainda combinarei com o professor um dia mais adequado.
Eles parecem tristes com isso, mas Choi Sooyeon acena positivamente. Namjoon parece apreensivo. Não é um bom sinal, é? Ele não me mandou mensagem alguma. Ou só o fará depois do clube como ontem? Estou ficando nervoso.
Ajudo alguns colegas com as receitas e um deles começa a chorar dizendo que não quer que eu me forme. Abraço-o em consolo. Mesmo não sendo mais obrigado a vir, sempre apareço por aqui e é como se ainda tivesse minhas obrigações para com o clube. O professor já me liberou totalmente, falando que tenho outras coisas com que me preocupar e eu ponderei, afinal, ele me deixou treinar aqui e me aconselhou quando fiz o curso teste na universidade.
Namjoon está muito concentrado, bem diferente de ontem lá em casa. Não parece precisar de auxilio, então só o assisto. É a primeira vez que presto atenção nele cozinhando de verdade. Se não o conhecesse, pensaria que sabe o que está fazendo, mas eu sei que está mais para uma criança tentando fazer tudo certo. Muito fofo mexendo a boca de um lado ao outro, formando sua charmosa covinha.
No fim, o professor me puxa para ser cobaia junto com ele, experimentando os pratos dos alunos. A maioria está bom, o de Namjoon ficou com um gosto interessante. Em nenhum momento ele me olha, o que me dá raiva.
Quem está fugindo agora?
Enceramos e eu espera hoobae no térreo do prédio dos clubes. Ele demora a descer, os outros já foram embora. Pergunto-me se o professor quis ter uma conversa reservada. Quando ele aparece e me vê, seu semblante fica entristecido. Então, é assim. Não sei como foram os últimos encontros com as garotas, mas esse meu será terrível. Tudo porque fui imprudente no dia anterior.
– Se praticar bastante, fará ótimas refeições – evita contato visual. – Okay, vamos para um lugar melhor – sorrio, acenando para me acompanhar.
Namjoon só me obedece. É algum tipo de clemência?
Subimos mais a rua, chegando em um espaço com vista para boa parte da cidade, atrás de nós fica uma área privada que eu não faço ideia de quem seja ou para que serve. O primeiranista contempla a paisagem, hesitante. Seus cabelos descoloridos brilham a luz do sol. Uma verdadeira paisagem.
– Hoje é o último dia da semana, né? – corto o silêncio.
– Na verdade, hoje é domingo, primeiro dia da semana – ele brinca, finalmente me encarando.
– Quando isso acaba? – pergunto, semicerrando os olhos.
– Não precisa acabar, sunbae – seu tom é de súplica.
Súplica? Inacreditável. Acho que entendi. Sou um idiota, mesmo.
– Precisa acabar sim, Namjoon – olho para o relógio em meu pulso. Treze horas e dezessete minutos. – Quando chegar no vinte, voltará a solteirice – sorrio, mostrando para ele.
– Por que quer terminar comigo? Quer tanto me dominar até o fim? – indigna-se.
Balanço a cabeça negativamente e fico quieto. Ele bufa. São os três minutos mais estranhos na minha vida, vendo pássaros voando, escutando crianças se divertindo e rindo, cães latindo e meu coração batendo.
Treze horas, vinte minutos, trinta e um segundos.
– "Eu não consegui me apaixonar por você" – cito e Namjoon franze o cenho para mim. – Fico feliz que não tenha me dito algo desse tipo – abro um largo sorriso e ele só parece mais confuso com isso. – Agora, saia comigo por mais essa semana. Vamos levar a sério sabendo os sentimentos um do outro. Vamos nos conhecer melhor e aprender com os erros de antes. Vamos descobrir o que é esse incômodo que nos perturba e nos faz correr um para o outro.
– Que astuto, sundae. Não esperar por amanhã para me convidar – ele ri, sem graça.
– É claro, se outra pessoa falasse com você antes, eu ficaria em desvantagem – exalto-me. – Ainda mais porque eu gosto muito de você, seu idiota. Não tenho tempo para perder com seus protocolos ridículos.
Namjoon sorri, suas covinhas surgem. Ele estica os braços e me abraça forte, rindo alegre.
– Eu também gosto de você, sunbae – fala em meu ouvido. Retribuo o gesto, também rindo. – Se essa semana der certo, podemos continuar na próxima e na seguinte.
– Só tenho uma condição – sinalizo e ele se afasta. – Para de me chamar de "sunbae". Não sou como os demais.
– Com certeza não é – volta a me envolver e beija minha bochecha com ternura.
Os raios de sol nada se comparavam ao calor que eu sinto por estar com esse loiro maravilhoso. Sua pulsação acelerada e seus macios lábios colados aos meus. Eu estou tão feliz e seu beijo me transmite tal sentimento recíproco. Estar alegre e satisfeito por ter alguém é completamente inesperado para mim.
Estou contente por, a partir de agora, me esperar no portão do colégio e me cumprimentar animado na frente de todos, por me dizer que já falou para algumas garotas que o esquema de "namorada semanal" acabou; por acrescentar que já encontrou o que buscava e viverá livremente sua vida; por me abraçar e acenar para Suran quando a avista, por declarar o quanto gosta de mim a cada silêncio entre nós e por ser meu atencioso namorado.
