Two - Jughead

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- Ah para... Não é nada mal. - disse meu pai, FP Jones, enquanto olhava pra nossa nova casa da calçada.

Apenas dei de ombros e suspirei, indo pegar as inúmeras caixas de papelão que me esperavam.

Meu nome é Forsythe Pendleton Jones III... Pois é, assustador. Me chame de Jughead. Não me pergunte o porque desse apelido. Tenho 17 anos, tenho cabelo preto e olhos verdes. Sou magro, mas não tanto. Morava do lado sul, mas depois do assassinato da minha mãe e da minha irmã resolvemos sair de lá.

Fui para o meu novo quarto e comecei a arrumar minhas coisas, que na verdade, não era muito.

- Jughead? O que vc quer pedir pro almoço? - meu pai gritou de lá debaixo.

- Qualquer coisa pai, pode escolher por mim.

Eu não ligava de me mudar pra cá, pro lado Norte, apesar de saber que talvez terei problemas por aqui, do tipo de pessoas curiosas sobre a morte das mulheres da família e também sobre a gangue que meu pai participa (não satisfeito em só participar, é o líder deles). Os Serpentes.

Sentei na cadeira de madeira e quando ia pegar meu celular de dentro do bolso da jaqueta, eu reparei que minha janela dava pra janela da casa vizinha, e tinha uma garota lá. Franzi a testa e me levantei lentamente, me aproximando da janela. Ela estava dançando pelo quarto, cantarolando, distraída o suficiente para não me notar ali. Ela era encantadora. Depois de a observar por alguns minutos, ela saiu do quarto e fechou a porta. Suspirei e fechei as cortinas, me jogando na cama.

Passei o resto do dia no meu notebook, pesquisando sobre qualquer coisa que possa me ajudar a descobrir quem matou minha mãe e minha irmã, como faço todos os dias. Meu pai não sabia disso, e nem precisava saber. Esse é o meu jeito de lidar com essa situação, e é um direito meu tentar saber quem destruiu a minha vida e a do meu pai.

Depois de muito tempo, me toquei que o céu já estava escuro e resolvi sair do quarto. O corredor estava uma bagunça, cheio de caixas que ainda não tinham sido desfeitas. Revirei os olhos. Quem eu queria enganar? Meu pai nunca arrumaria isso. Desci as escadas e fui para a cozinha, procurar algo pra comer.

A campanhia tocou.

- Jug? Vê quem é lá pra mim por favor, tô ocupado aqui. - meu pai disse, sentado no sofá, com uma garrafa de cerveja na mão, concentrado no jogo de futebol americano.

Soltei o ar pela boca impaciente e deixei a caixa de leite sob o balcão.

- Oi... É... Desculpa pelo horário. - arqueei as sobrancelhas, surpreso ao abrir a porta. Era a garota que tem o quarto de frente pro meu. Ela parecia nervosa, cravando as unhas nas palmas das mãos e gaguejando um pouco. Ri fraco.

- Tudo bem. O que faz aqui? - perguntei, me encostando no batente da porta e cruzando os braços.

- Só queria dar as boas-vindas a vocês... infelizmente não pude fazer isso mais cedo, e fiquei pensando seriamente se eu devia fazer isso esse horário... Mas minha família sempre tem isso de dar as boas-vindas as pessoas do bairro e tal... - ela abriu um sorriso tenso. Precisei prestar atenção pra entender, porque ela estava atropelando as palavras de tão rápido que falava.

- Relaxa. Muito obrigado. - a interrompi. Seus olhos azuis esverdeados profundos encontraram os meus e fiquei sem reação por alguns instantes. Limpei a garganta e ela desviou o olhar. - Então... Qual é o seu nome?

- É Betty. Betty Cooper. - ela sorriu. - E o seu?

- Jughead. - respondi e soltei os braços. - Foi um prazer conhecê-la. - dei um sorriso leve.

- Digo o mesmo. Desculpa incomodar... Já vou indo. - ela sorriu sem jeito e me deu as costas, descendo as escadas e virando em direção a casa vizinha.

Ri fraco e fechei a porta. Voltei em direção a cozinha, mas fui interrompido.

- Quem era? - meu pai perguntou, pegando outra cerveja na geladeira.

- Nossa vizinha. Ela veio dar as boas-vindas. - ri fraco e peguei novamente a caixa de leite, despejando o conteúdo no copo e tomando um gole.

- Isso é novo. - meu pai riu, e voltou pra sala.

Subi pro meu quarto e tirei a camisa, na hora que eu ia tirar a calça, olhei pela janela e ela estava lá, com outra garota loira, praticamente igual a ela, e estavam me encarando. Ri. Me aproximei da janela, as cumprimentei com um aceno de cabeça e fechei as cortinas.

Tirei minha roupa e coloquei algo mais confortável para dormir, logo depois me joguei na cama. Respirei fundo.

Estou confuso. Estou com medo. Estou assustado. Pela minha cabeça se passava um turbilhão de coisas, e uma delas era minha irmã mais nova, patinando no gelo pela primeira vez, e gritando que nem louca: "Jug?? Jug?? Você viu isso?? Eu sou maravilhosa". Senti meus olhos arderem. Eu sentia muita, muita falta dela. E da mamãe também. Eram meu porto seguro, sentia necessidade de as proteger mas eu falhei. A culpa é toda minha. Só penso que... Se eu não tivesse saído de casa naquela noite... elas poderiam estar aqui comigo ainda.

Uma lágrima escorreu e eu abri um sorrisinho, relembrando das coisas boas. Ouvi barulho vindo do lado de fora, abri a cortina, e senti a rajada de ar forte. Respirei enxuguei a lágrima. Fui pra cama, peguei a coberta e me cobri, me encolhendo. Os raios e os trovões estavam terríveis lá fora. Quase nunca chove assim em Riverdale. Podia ver as árvores chacoalhando pela janela, e no meio da paisagem, foi inevitável ver a minha vizinha encantadora. Ela não me parecia bem. Estava encostada na cama, chorando, com os braços abraçando as pernas. Achei estranho e peguei uma folha de papel e uma caneta. Comecei a escrever, e logo quando olhei de novo, ela estava me encarando agora. Coloquei o papel na janela:

"O que aconteceu? Posso ajudar?"

Ela deu um sorriso fraco em meio ao choro, e depois de um tempinho ela também colocou um papel na janela.

"Não é nada, nada demais."

Franzi a testa desconfiado e ela ri. A encaro por mais 5 segundos e depois, a cumprimentei com a cabeça e fechei as cortinas. Voltei a me deitar na cama, e logo dormi.

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Espero que estejam gostando mesmo, de coração ❤️.
Sempre comentem suas opiniões, é muito importante 🙏❤️
Beijão.

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