XVI

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-- isso vai fazer mal para voce e o bêbê. - Leo murmurou servindo-se de café e olhando para Yllime, que acariciava distraídamente sua barriga - não vai querer vomitar, vai?

-- eu sempre vomito tudo mesmo - ela sorriu e acariciou sua barriga grande mais uma vez. Já estava com quase seis meses de gestação, mas aparentava ser bem mais que isso. Seu barrigão assustava Leo as vezes, principalmente quando o bêbê chutava.

Leo a viu cortar o pacote de sabão em pó e cheirar profundamente. Depois ela pegou uma colher e esperimentou um pouco, sorrindo levemente.

-- isso é bom.

-- de qualquer forma nao vai passar mais do que uma colher. - ele grunhiu baixo tomando o pacote de sabão dela. - primeiro sabonete, e agora sabão em pó? Que porra de desejos estranhos...

Ela riu sentando no colo de Leo, que a abraçou e em seguida beijou sua nuca.

-- é culpa do bêbê. - ela disse, esticando-se para pegar novamente o sabão em pó, mas Leo foi mais rápido e o jogou na pia. - não pode negar desejos de uma grávida.

-- linda, isso vai te fazer mal. Que tal uma pizza? Ou um hambúrguer? Um Milk- shake? Vou comprar pra você, docinho.

Yllime encostou-se mais a ele e choramingou.

-- esconda todos os sabonetes e sabão em pó. Não quero cair na tentação. - ela parou por alguns segundos e correu para a pia, vomitando.

Leo a segurou carinhosamente e esperou que ela parasse de vomitar, entao enxeu um copo de agua e a entregou. Era sempre assim, desde que Yllime ficou grávida. Os enjôos eram tão frequentes, que Leo sempre estava por perto caso ela se sentisse mal.

-- obrigada - ela disse, trêmula - acho que agora vou poder tomar meu café da manha em paz.

-- vá para o quarto eu vou levar sua comida - ele a beijou devagar e a olhou longamente, dando um selinho demorado- você esta mais linda a cada dia que se passa, pequena.

-- mentiroso - ela cantarolou, passando por ele.

-- não estou mentindo - ele a segurou pela cintura e grunhiu dando um tapa em seu traseiro.

-- eu nao acredito que voce bateu no meu bumbum - ela disse, segurando um sorriso. - um bumbum de uma grávida!

-- o bumbum da minha grávida. E eu vou bater de novo se me chamar de mentiroso novamente.

Ela arqueou as sobrancelhas.

-- hmm... - ela murmurou e saiu da cozinha apressada, sussurrando um mentiroso, desaparecendo de seu campo de visão.

Leo riu. Já era comum sorrir por qualquer coisa desde que a conheceu. Estava realmente feliz. Pegou os sereais, leite e maçãs, além de pequenos sanduiches e suco de manga. Eram as únicas coisas que ela comia e não vomitava minutos depois. E ela passava mais tempo dormindo, e ele agradecia mentalmente por isso porque ela, além de não ficar enjoada e pálida, ele podia ajeitar o quarto do bêbê sem que ela pedisse para ajuda-lo o tempo todo. Ela mal podia com a barriga, além dos pés estarem enxados. Não queria que ela se esforçasse.

Ele foi para o quarto e sentou-se ao lado dela na cama. Ela beijou-o, agradecendo rapidamente, e deu uma mordida generosa na maça.
Leo a viu comer silenciosamente, notando sua palidez e que ela aparentava estar muito cansada.

Ele a abraçou.

-- desculpe, amor.- ele murmurou, beijando seu ombro carinhosamente.

-- por que?

-- voce parece estar doente... Eu nao estou cuidando bem de voce.

Ela riu, o abraçando gentilmente, como fazia quando ele tinha pesadelos.

LeoOnde histórias criam vida. Descubra agora