Capítulo 3

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Soledade entrou no reino de Barilla e admirou a organização e beleza do lugar. Ela passou boa parte da vida na província de Cáron, mas nos dois últimos anos estava morando em Salles, com a prima de sua mãe.

A sua vida foi sempre entre idas e vindas pelas casas dos seus parentes. Como sua mãe lhe entregou aos cuidados de tia Ana Luz, ela acabou sendo jogada nas mãos de várias pessoas após a morte da tia.

Agora estava se sentindo mais sozinha do que nunca, pois mesmo sua mãe estando distante, ela sempre se mantinha presente através das cartas que enviava para Sol.

Um sorriso triste escapou dos lábios da jovem, ela viu a mãe apenas duas vezes depois que fez doze anos, mas recordava da beleza dela. Inês era sorridente e tinha uma vontade de viver diferente das mulheres que sempre a cercou. A liberdade que sua mãe exalava, era um desejo que sempre iluminou o seu coração. Ela queria ser livre e se negava a seguir a vida triste das tias e primas que convivia.

Sol estava vindo a Barilla apossar-se da herança da mãe e depois que fizesse isso, deveria regressar a Salles para se casar com um nobre ao qual sua tia Acásia havia lhe prometido.

O seu futuro não era promissor e uma tristeza profunda estava alojada em seu coração por ter que viver uma vida tristonha, ao lado de um homem que sequer conhecia.

- Senhora, vamos direto ao palácio, temos uma audiência com Padilha, o fiel cavaleiro do rei.

- Quero conhecer o estabelecimento da minha mãe, ele também me pertence.

- Jamais, senhorita, não pode entrar em um local onde o pecado é consumado.

Sol se segurou para não blasfemar ao abade que foi lhe confiado a companhia. Ela não gostava da maneira que as pessoas se referiam a sua mãe. Por mais que ela fosse uma mulher da vida, sempre presou pelo melhor para a filha. Inês entregou Sol aos cuidados da irmã justamente para que ela não sofresse por ser filha de uma prostituta.

- Seguiremos ao palácio então. - Ela falou sem revelar que iria de qualquer maneira ao local onde sua mãe morou e trabalhou.

Quando entraram nas dependências do palácio, foram encaminhados para uma sala e esperaram por algum tempo a chegada do enviado do rei.

Enquanto não era atendida, Sol examinou com cuidado o lugar que estava. Era a primeira vez que entrava em um palácio e por isso se sentia encantada com a grandiosidade do lugar.

Ser rei ou rainha deveria ser sensacional, pois ter um lugar tão bonito e repleto de pessoas dispostas a servir, era uma grande dádiva. Ela sempre teve que realizar as atividades básicas do dia a dia, nunca sequer imaginou ter alguém para fazer algo por ela.

- Senhor, desculpa a demora. - Padilha entrou na sala de reuniões apressado. - Senhorita! - Ele acenou para a bela jovem a sua frente.

A filha de Inês era ainda mais bonita que ela, a menina exalava uma sensualidade natural, tinha o rosto redondo, com maçãs do rosto proeminentes e um cabelo castanho claro contido em uma trança.

Ela era linda e fez o coração de Padilha disparar. Ele já havia conhecido mulheres bonitas, mas nenhuma era tão bela quanto Soledade Cantillano.

- É uma honra conhecê-lo, senhor Padilha. - Adilmo, fez um gesto de respeito ao cavaleiro real.

- Prazer em conhecê-lo também senhor abade. - Os olhos de Padilha se concentraram na jovem. - Senhorita, minhas condolências, sua mãe era muito querida.

- Obrigada. - Sol respondeu examinando com cuidado o homem a sua frente. Ele era bonito e diferente dos homens que sempre estavam ao seu redor.

- Vamos nos sentar. Tenho algumas instruções a lhe passar abade antes de anunciar os direitos de senhorita Cantillano.

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