57.

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Levei Dahyun a puxões sem dó até um ponto de táxi próximo. Já se passava da meia-noite e eu realmente queria que esse dia nem tivesse começado. O dia foi uma merda por completo, desde a hora que eu acordei, até o exato momento onde estou com minha namorada bêbada e drogada em rua deserta esperando um táxi.

- Sana? Vem comigo! - Dahyun estava em pé no banco de espera e fingia que era uma prancha de surf

- Cala a boca! - resmunguei de braços cruzados

- Está brava? - escutei um barulho, olhei pra trás e ela tinha caído sentada, logo começou a rir

- Brava? Eu estou possessa de ódio! - gritei - Você não sabe o que está fazendo!

- Eu sei sim. Acabei de cair no mar porque caí da prancha! - tentou ser séria mas logo voltou a rir

Apenas fiquei em silêncio contendo minha raiva. Eu queria voar no pescoço dela, falar um monte, mas ela está totalmente fora de si e provavelmente não se lembraria de nada. Então polpei minhas palavras.

- Sabe Sana, o presidente da Coréia deveria fazer mais bancos confortáveis como esse - era um banco normal de mandeira - Eu sinto que posso ir além com esse banco, sinto como se ele me amasse... Droga, quero chorar, isso é muito emocionante!

Virei pra trás e vi Dahyun com um bico gigante alisando o maldito banco. Revirei os olhos e vi o táxi chegando. Dei sinal pra ele, puxei Dahyun com força e passei o endereço da minha casa pro motorista.

- Eu to ficando tonta. O motorista está correndo muito! - Dahyun falou com o rosto grudado na janela

- Estamos no farol vermelho, imbecil! - respondi irritada

- Vermelho me lembra menstruação. Nossa é horrível, eu odeio sentir cólica, me sentir um lixo e sentir vontade de foder ao mesmo tempo - vi pelo espelho o motorista segurar uma risada

- Fala baixo que nós não estamos sozinhas - falei em um cochicho pra ela

- Nossa, como eu sou mal educada - bateu em sua testa - Prazer, eu sou Kim Dahyun - foi pra frente e estendeu a mão pro senhor

- Para! Ele está dirigindo - puxei o quadril dela pra trás

- Eu só queria fazer amizade, nossa! - falou como se estivesse sentida - Sabe o que mais? - fiquei em silêncio olhando a rua na outra janela do carro - Parece que tomei café, que sou a pessoa mais incrível desse mundo e uma vontade absurda de transar está me consumindo!

Olhei pelo espelho novamente e o motorista agora estava rindo e minha cara pegando fogo. Mas já estávamos algumas casas perto de chegar a minha.

- Sana, será que um dia eu vou ver um pônei voador? - perguntou totalmente feliz e eu agradeci mentalmente por ela ter desviado o assunto - Meu sonho de princesa é montar em um pônei que voa, mas eu não contei nunca pra ninguém. Então isso é um segredo nosso e do motorista!

Eu não queria respondê-la, eu estava com muita raiva pra isso e mesmo que os assuntos dela fossem totalmente alheios eu não conseguia achar engraçado, eu só conseguia sentir mais raiva ainda sabendo que aquilo era o efeito da droga.

- Prontinho - o motorista parou o carro

- Ok, muito obrigada - entreguei o dinheiro pra ele e saí do carro

- Aí senhor, valeu pela viagem foi um prazer - Dahyun gritava na janela do moço - Oh, eu peguei um bala que tinha no banco de trás, ok?

Passei minha mão no rosto pela impaciência. Fui até a garota e a puxei tirando da janela.

New Chances - SaiDa. 1ª temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora