69 (Happy independence day)

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Edone tentava se manter calmo naquele ambiente. Todos estavam ali por Elari e ela parecia estar muito bem, mas ele estava enlouquecido com a ideia de ela passar mal. Para ele não importavam os elogios e admiração daqueles estranhos, a maioria era Salyu assim como ele e Ari poderia ter um surto a qualquer momento por qualquer motivo. Aquela garota ruiva tinha dito que ela estava bem contudo sua irmã sempre foi a rainha das máscaras e poderia estar usando uma naquele exato instante. Queria manter os olhos nela, mas seus passos eram difíceis de acompanhar mesmo que fosse abordada a cada metro era cercada e o caminho bloqueado para ele. Ed também se perguntava onde estava Steve e o que havia acontecido para ele não estar ali, além disso o rei mantinha os olhos neles, nos três irmãos de seu trono elevado, a atenção daqueles olhos era como uma faca apontada para seu estômago, uma ameaça imposta com poder.
Tudo isso se somava à própria solidão dele. Kath não soltava Ari e ele havia perdido a amiga dela no meio da multidão, só conhecia seus pais e eles estavam perdidos.

Ele bebeu a terceira taça, a bebida que ali não era nada comum, não era o típico álcool encontrado nos bares nem nas casas dos nobres, era doce e escura, fazia sentir os efeitos mas não o gosto do álcool. Estava acostumado com bebidas amargas e que consumia apenas para esquecer seus problemas, mesmo que nunca pudesse tomar o suficiente para que isso realmente ocorresse devido aos seus problemas de saúde. Ele entregou a taça vazia a um dos empregados que passava e pegou uma cheia, uma jovem estranha se aproximou dele.

- Ah, essa quantidade de pessoas em um mesmo lugar está me deixando em agonia.

Ele fingia que não escutava enquanto ela fazia suas tentativas para o tirar dali com ela, precisava manter o foco em suas irmãs e garantir que ninguém ficaria perto demais, principalmente os Salyu então ele ficou de costas e se afastou, porém ela agarrou seu braço o fazendo se virar para ela e ver seus olhos grandes.

- Vamos comigo. Hum?

Ed olhou a fêmea de cima a baixo. O rosto corado, a temperatura de seus braços envolvendo o dele, ela estava bêbada e ele não queria se envolver naquilo, fêmeas dificilmente ficavam bêbadas por diversão.

- Aí está você!

Ele se virou e viu a ruiva retornar, ela acenava com um sorriso e ao o alcançar olhou para a garota com nojo.

- Quem é essa?

A tenente olhou para ele como se fosse direito dela saber e a estranha o soltou imediatamente.

- Desculpe, eu me enganei.

E saiu às pressas, Ed olhou para Gemma e viu o sorriso travesso no rosto dela.

- Obrigado.

- Por nada. As pessoas andam bebendo demais e não conseguem raciocinar.

Finalmente o pai estava de volta, mas falar com ele ainda era difícil

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Finalmente o pai estava de volta, mas falar com ele ainda era difícil.

Depois que descobriram quem era a sua filha, ele se tornou o centro das atenções de alguns dos presentes. O rei havia retornado ao seu trono e Kah Sung permanecia desaparecido. Elari chegou a tentar sair, mas sempre era abordada por mais um estranho a parabenizando e querendo saber como foi seu treino.
Estava se tornando uma noite desconfortável então ela viu aquilo, Gemma e Ed estavam juntos novamente, mas ambos riam e estavam mais próximos, além fato de Kath estar com ela agora. O ar entre eles era um tanto incomum e por algum motivo se perguntou onde estava Cassien.

- Será que podemos conversar agora?

Ela se virou e sua mãe estava ali, o olhar em uma súplica, mais ninguém se aproximava e ela acenou depois guiou a mãe até uma saída de onde se afastou alguns metros antes de parar em um ambiente um tanto escuro e indicar parra que ela falasse.

- Desculpe. - ela esperou - Desculpe por aquela noite, não vou pedir que me perdoe, mas entenda que aquela não era eu, aquela não era a sua mãe. A fome havia arrasado a muitos de nós e... desculpe. Também quero pedir desculpas por todos os anos que se seguiram, pelo medo e trauma que lhe causei, por não ter ido falar com você, sempre que eu tentava só via a situação piorar e acabei deixando você se despedaçar sozinha. Sei que a decisão que tomei foi errada, sei que não mereço o perdão, mas eu tinha que dizer o quanto eu sinto por isso e o quão feliz e orgulhosa estou por você, minha pequena Ari ter superado o medo que lhe impus, mesmo que jamais pudesse ter desejado isso para você.

Ela tocou o rosto de Elari e ele era frio, mas ela estava feliz, lágrimas escorriam do rosto de sua mãe e ela imediatamente quis as enxugar, foi o que fez e ofereceu a mãe um sorriso. Ela lembrou de alguns momentos que teve com ela, antes da noite que assombro sua vida por muitos anos, momentos em que ela, Ed e sua mãe brincavam juntos, de quando sua mãe estava grávida e como ela ainda era pequena, de quando um menino a chamou de gorda e feia e sua mãe disse que ela era linda. Ela não se lembrava de nada com detalhes, mas o sorriso de sua mãe estava lá, sorriso que foi substituído por lábios apertados e olhos assustados depois daquela noite.

- Não sei se consigo a perdoar, mas eu quero.

Sua mãe sorriu, o primeiro verdadeiro sorriso para ela e somente para ela em anos.

- Obrigada.

Elari sabia qual a vontade de sua mãe, sabia qual a própria vontade dela, de a abraçar, porém temia que o pavor daquela noite retornasse depois de ter feito tanto progresso então as duas permaneceram daquele jeito por algum tempo.

Retornaram ao salão e Elari observou a figura negra de Kah Sung atravessar a multidão, ele havia se trocado, agora usava o manto pesado que o tornava não apenas o herdeiro do trono como também o senhor negro. Ele caminhava na direção das duas, o olhar obstinado e os passos firmes diziam que ele estava determinado, ao a alcançar ele cumprimentou sua mãe, Elari sentia a atenção de todos neles e por algum motivo aquilo não importava para ela, seu mundo havia se tornado Kah Sung.
Ela sentia isso sob o olhar estelar dele, com a postura perfeitamente reta, com as mãos dele que agora seguravam as suas transmitindo aquele calor dela e Elari soube que tinha sido por ele e apenas por causa dele que ela superou seu medo, por causa daquele calor que ele lhe oferecia, do calor que aquecia seu coração a cada olhar. Não importava se aquilo era tudo por causa do destino de sangue, havia se tornado mais que isso, muito mais, tanto que ela não conseguia mais pensar em uma vida em que ele não estava presente. Alguns meses e ela tinha se tornado outra pessoa, alguém mais forte e confiante, completa e por causa dele. Ela também sentiu o olhar gélido do rei sobre eles, o calculista olhar do rei. Por mais que fossem pai e filho ela os achava tão diferentes e se.perguntou como tinha sido a rainha, se ela foi de quem Kah Sung herdou o calor. Ao tornar a o observar ela viu um medo, um nervosismo e então mais determinação passar pelo rosto dele até sua boca se abrir e ele fazer a pergunta.

- Você aceitaria se tornar a minha parceira?

Os EternosWhere stories live. Discover now