Uma última esperança em Londres

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Creio que em toda família sempre vá haver o irmão mais rebelde, o mais mimado, o favorito, o nobre e até o que se sente renegado...
Família... Uma palavra demasiadamente pequena, mas que carrega com sigo tamanho significado; União, amor, lealdade, poder...
"Família é poder" era o que meu irmão costumava dizer, e de fato, ele tinha razão.
Andando pela calçada de uma das longas ruas de Londres, indo diretamente a um lugar conhecido por minha memória e que guarda recordações especiais de muitas de minhas longas vidas. Não consigo esquecer o que me trouxe até aqui, o que era mais importante do que tudo, para mim, a promessa de "Sempre e para sempre".
A história de nossa família vem sendo traçada a mil anos e com isso quero dizer que, temos mil anos de amor um pelo outro, mas com o amor, vem as perdas e sacrifícios.
A alguns meses, minha família fora separada pela trágica idéia de meus irmãos, Niklaus e Elijah, se sacrificarem em nome da família e salvar a todos nós de um mal que já nos perseguia a alguns anos, a grande bruxa/fantasma Hollow.
Sentindo o vento tocar meu rosto delicadamente e com suavidade fazer meus cabelos loiros voarem, enquanto meus olhos azuis claros feito o oceano, rolam para os lados, observando o movimento.
As cenas que geralmente via ali, se repetiam durante todos os dias em que passei por aquela rua. Vidas humanas, tão repetitivas... Me perguntava o que tanto me atraia nisso.
As luzes da rua começavam a serem acesas, empurro a porta do bar calmamente, como fazia todos os dias a esse horário e caminho para o lugar que vinha sendo meu todos esses dias, desde que cheguei.
Assim que me aproximo do "meu" banco ao fim do extenso balcão, posso ver o homem loiro de belas orbes verdes, sentado no banco ao lado, o homem que vinha sendo minha companhia a exatamente uma semana. Como em todos os dias, a garrafa de whisky era presente em sua frente e sua expressão séria, parecia se transformar à medida que me aproximava dele. A expressão fria em seu rosto, deu lugar a um belo sorriso de lado, após uma semana, pude notar que era o máximo que ele esboçava.
-Olá, estranho.-Digo ao me sentar no banco logo ao lado do jovem rapaz, sem sequer olhar diretamente para seu rosto enfeitiçador. Era estranho como havia criado um laço em tão pouco tempo, com esse estranho e aparentemente, frágil humano.
-Olá, loira!-Disse ele um tanto sério. Ele parecia desanimado, como se estivesse cansado da rotina. Ao encher mais uma vez seu copo, com o whisky que sempre lhe acompanhava, pude notar algo diferente em seu olhar, algo como angústia, ansiedade e até um pouco de medo, o que me lembrou a primeira vez que o vi, ali mesmo, sentado naquele banco de madeira um tanto desequilibrado.

                          ҉

Depois de tantos meses passando por diversas cidades e países, me sentindo angustiada, repleta de uma ansiedade destrutiva e até com um pouco de medo, me encontro andando pelas extensas ruas de Londres, já sem esperanças e idéias para salvar minha família. Sempre que me sinto fraca ou inútil, começo a matança, mas dessa vez, nem para isso tinha forças. Sabia que precisava acabar com aquilo, mas não podia fazer isso sobrea. Então, foi aí que me deparei com uma enorme placa de néon, ofuscando minha visão, já um tanto embaçada por conta do choro. Ao seguir a luz um tanto exagerada sobre meus olhos, paro em frente a enorme porta dupla do bar "Seth Brooke" e sem pensar duas vezes, empurro a porta com força e entro no bar, andando de forma rápida até o extenso balcão, sem me preocupar com os olhares humanos, me cercando.
-Me vê logo uma garrafa de Bourbon!
Disse um tanto rude, para o jovem Adam que me encarava, a espera de um pouco de gentileza da parte da jovem e linda loira, mais conhecida como, eu. Já sem paciência, ergo minha mão e firmo contra o seu pescoço, o puxando para cima do balcão, olho fundo em seus olhos esbugalhados de medo e logo digo:
-Faça o que mandei!
O jovem rapaz apenas piscou por alguns segundos, escondendo o tom de verde escuro, do seus olhos e logo se levantou, trazendo imediatamente o whisky que a pouco havia exigido.
-Dia ruím, loira?
Me viro para ver de onde vinha a voz um tanto rouca que acabara de ouvir, o que me direcionou a um lindo jovem, cujo desinteresse era visível.
-Por que quer saber?
Volto a olhar para o balcão, onde minha garrafa de whisky já estava a me aguardar.
-Porque você parece angustiada, ansiosa e até com um pouco de medo, e... Por que eu não quero que faça uma loucura!
As palavras pareciam flutuar para fora da boca dele, tão suavemente quanto chegavam aos meus ouvidos. O encaro por alguns segundos, enquanto ele seguia a beber seu whisky de forma tão elegante que me hipnotizara...

The Originals-DynastyWhere stories live. Discover now