Capítulo 19

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OI, AMORES!

JEFFERSON

Dois meses se passaram e com eles vieram mais algumas responsabilidades que eu tive que criar, já que fiz meus 18 anos. Eu não quis comemorar, porque enfim, eu sou meio maluco, mas já havia dito que só faria uma festa de 19 anos, porque 18 não é meu número da sorte. Que minha primeira festança seja, pelo menos, em um número que eu goste e me identifique. Estou errado? Claro que não!

Meu relacionamento com o Douglas está ótimo e eu já estou até começando a estranhar o fato de meu pai não o olhar mais com aquele olhar mortal, coisa que era rotineiro. E falando em meu pai, Douglas ainda não teve a dita coragem de machão, como ele chama, para ir falar com meu pai, pois diz que ele não lhe inspira muita confiança. Acho até que ele está meio certo, porque o pessoal da minha família não bate muito bem da cabeça. E sim, eu estou contando comigo!

- Duda, Victor, eu quero os dois prontos hoje às dez da noite, porque nós vamos sair para uma balada. E nem adianta dizerem que não vão para ficar namorando com esses palermas, porque eles também saem e nós não ficaremos para trás. – Digo tudo rapidamente, sem deixar que os mesmos negassem. Vejo que fazem uma cara emburrada e bufam, mas o problema é deles, porque eles vão comigo sim.

- E por que isso agora? Não vai ficar perto do seu "Douguinho"? – Fico vermelho pela menção do apelido carinhoso que dei ao Douglas.

- O que é? Melhor do que viver chamando de meu mel, igual o namorado do Victor. Parecem que nem inventar um apelido sabem! – Digo afiado e a vejo ficar com raiva. Tipo, ela pode falar do namorado dos outros, mas tocam no nome do dela... Meu Deus! Uma revolução!

- Vamos parando com isso? Coisa chata essa picuinha de crianças... Até o Lipe é mais adulto do que vocês dois juntos. – Olhamos os dois com cara dele ofendidos e o mesmo faz um gesto de desdém. PUTO!

Depois de conversarmos muito, decidimos tudo certinho sobre o encontro e o horário que eu passaria para pega-los. Peguei um casaco de moletom, minha carteira e meu celular, saindo em seguida para comprar minha roupa que usaria hoje. Eu não usarei o que minha família me deu, porque eu quero alguma coisa bastante ousada e que seja do tipo: Olha, ele não veio para brincar. E o que eles trouxeram era coisas de meninos puros que gostam de se cobrir, mas eu? Eu gosto mais de mostrar meus atributos que ganhei junto ao peso.

Falando em família, quando eles foram embora, foi bastante difícil de me acostumar de novo sem as brincadeiras da minha tia com meu pai, coisa essa que ele odiava; das brigas da minha vó e do meu vô e inclusive os jeitos caladões dos meus outros dois tios. No portão de embarque do aeroporto, minha vó e minha tia choraram muito, meu vô e os outros tios se mantiveram sem chorar, mas notava em suas expressões que já estavam quase se derramando em lágrimas. Mas no final se aguentaram por causa dos fotógrafos.

Falando em fotógrafos, parece que agora eu sou meio que um ganho de vida para eles, já que, segundo algumas pessoas que trabalhavam diretamente com meu pai e, consequentemente, para mim, porque eles faziam questão de dizer isso, mesmo eu dizendo que não, disseram que uma foto minha agora está valendo, no mínimo, 3 mil reais. Quando me disseram isso, foi uma coisa muito surreal, até porque, que pessoa paga 3 mil reais por uma foto de outra?

Bom, mas não reclamarei, já que eu sou o meio de sustento de outra pessoa, que seja. Eles nunca foram invasivos comigo, mesmo eu já escutando muitas pessoas dizendo que eles fazem isso, porém nunca me aconteceu. Acho que estou rodeado de pessoas boas, porque até lanche para mim eles compram, e que pessoa é ruim quando compra comida para você? Mas esse fato tem que ser escondido do meu pai até a morte, porque se ele descobre... Estarei perdido, frito, morto e outras coisas.

Me Salve (Romance Gay) Where stories live. Discover now