Capítulo 32: Ela

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Xangai, China

Paraíso

Estávamos cansados demais para investigar a luz, por isso, nós caminhamos nem ao menos dez minutos até uma pequena casa, onde nós dormimos aquela noite. Na manhã seguinte, graças a luz que iluminava o Paraíso, nós não fomos capazes de encontrar a fonte da luz artificial da noite anterior e, portanto, não tínhamos o que fazer a não ser seguir com nossa viagem em direção à leste, até Chengdu.

Como eu já imaginava, nossa saída de Xangai não foi nem um pouco tranquila. Os donos da luz que vimos na noite anterior surgiram em uma esquina. Eram demônios, como os que tínhamos encontrado até ali: pele vermelha, chifres que nasciam em suas testas e iam até a nuca; porém, olhos pretos e laranjas, como os Filhos. Era um estranho hibrido criado através de magia.

Avançamos contra eles sem hesitar. Hayley e eu com nossas respectivas espadas e Lana com a armadura dos Heartless e eletricidade correndo entre os braços. Enquanto corria, fiz com que minha própria armadura surgisse em meu corpo.

Os demônios lutavam com espadas feitas do Abismo, mas diferente dos Filhos, seus braços não havia se tornado as armas, e sim, ela tinham nascido de suas mãos e, aparentemente, eram independente de seus membros.

Faíscas foram para todos os lados quando minha espada cruzou com a do adversário. Em seguida, girei para a direita, para me defender de outro ataque. A dor me pegou de surpresa pelas costas; felizmente, a armadura dos Heartless serviu a seu propósito e me protegeu.

Em minutos, nós estávamos completamente cercados pelos demônios. Lana, Hayley e eu estávamos costas com costas. Os números não estavam nada bons; eram pelo menos três para cada um de nós. Ao menos, os demônios não usavam magia.

– Alguma ideia de como vamos derrotá-los? – Perguntei, fitando a aproximação lenta dos seres de pele vermelha.

– Sim. – Hayley respondeu. – Mas vocês precisarão confiar em mim.

Senti a tensão vinda de Lana como o choque de uma tomada. Ela não confiava nem um pouco na Senhora de Guerra. Confesso que eu também não, mas não tínhamos outra opção naquele momento.

– Não temos muita escolha. – Eu disse. – Qual é o plano?

– Lembra como nos conhecemos? Em Londres? Eu usei um truque de sombras para fazê-los acreditar que tinham subido as escadas. Agora, vou fazer o mesmo, ou quase. Vou nos esconder, mas eu preciso que você, Lana, desligue sua eletricidade. – Hayley falou; obviamente, a Heartless hesitou; um ataque de um dos demônios a fez fazer como pedido.

Uma bolha de sombras nos cercou. Eu pude ouvir alguns gritos de frustração e de batalha. Até mesmo, uma voz muito parecida com a minha soltando um grito de guerra sem palavras. Levou alguns minutos, mas finalmente o silêncio chegou até nós.

A esfera desapareceu. Os demônios haviam desaparecido. Hayley explicou que os demônios lutaram com versões feitas de sombras, e que nos derrotou. Eles foram embora depois disso. Nós pudemos respirar por algumas horas, o que nos permitiu procurar comida. Enquanto comíamos, decidimos que precisávamos encontrar seja lá quem for que estava enviando aquelas criaturas e impedi-lo de forjar outras.

Contudo, não tínhamos como encontrá-lo. A não ser que esperássemos que ele nos encontrasse – seria óbvio que logo descobriram que a tal batalha tinha sido apenas um truque de sombras. Nós sabíamos que, para derrotar um exército, precisaríamos de outro, ou então, um bom plano. Uma armadilha, para ser mais preciso.

Afterlife: HeartlessWhere stories live. Discover now