Horas

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Meu reflexo.
Apenas com roupas íntimas, eu via meu reflexo ali. No espelho do meu quarto.
Havia acabado de sair do banho, então meu cabelo molhado ainda pingava um pouco pelo carpete.
Acho que engordei nessas últimas semanas. Na verdade, agora, ali no reflexo, eu havia engordado mesmo.
Chris e eu ficávamos praticamente todo nosso tempo juntos, deitados, comendo besteira e assistindo qualquer coisa na TV.
Praticamente toda noite ele vinha para minha casa ou me levava para a sua.
Não terá mais isso.
Parei na frente do espelho porque queria ver como eu ficaria sem ele. Sem Christoffer ao meu lado. Eu pensei que se passássemos todo o tempo restante juntos/colados, seria melhor depois. Teríamos aproveitado todo o tempo.
Mas não.
Ele vai partir daqui a algumas horas.
Horas.
Em poucas semanas, eu já não conseguia me ver sem ele.
Uma lágrima caiu e eu não impedi.
Eu estava triste.
- Sua mãe acabou de me contar sobre o jantar de vocês ontem... - Chris parou sua fala quando entrou no meu quarto, sem bater antes, e me ver com apenas roupas íntimas. Mas o fuckboy sequer olhou meu corpo, seu olhar estava fixo no meu olhar, meu olho avermelhado.
Não consegui firmar meu olhar no dele, então apenas dei meia volta e segui para minha cama - onde deixei minhas roupas separadas.

- O que minha mãe falou que o deixou tão empolgado? - falei enquanto tentava vestir
minha blusa.

- Eu vi as lágrimas. - não me virei, apenas continuei aonde eu estava.

- Suas malas já estão prontas? - fingia estar muito interessada em arrumar minha cama já arrumada.

- Eu pensei que não iria te ver chorar por causa disso. - ele suspirou e eu senti seu movimento até alcançar meu cabelo com as mãos - Eu sei que é uma merda a gente estar tão bem agora para depois nos separarmos...

Eu vi que Chris não sabia exatamente o que dizer, porque ele sabia que ele queria o nós, mas também queria se achar, se encontrar, se conhecer. E ele tinha a possibilidade ali nas suas mãos, não iria perdê-la. Eu não deixaria ele perder.
Sequei mais algumas lágrimas insistentes com a mão e me virei. Agarrei seu pescoço e o puxei para perto. Me aninhei e senti seu cheiro.

- Você merece ser feliz e eu fico feliz com isso. - ele afrouxou o braço entorno de mim, mas eu não afrouxei - Você não precisa me ver chorando, porque eu não estou sofrendo. Meu choro é de saudade, mas de felicidade também, porque eu entendo você. - me afastei para olhar seus olhos.
Castanhos.
Brilhando.
- Eu acho que nunca ninguém falou que me entendia. - sorri e lhe dei um selinho rápido - Para mim, você pensava que eu não estava nem aí para a nossa relação, e realmente, eu estou deixando tudo para trás. Estou deixando você para trás. - neguei com a cabeça e levei minha mão até seu cabelo, fazendo carinho.
- Acho que você e eu, de alguma forma, estamos deixando a turbulência para trás. - sorrimos e sua covinha foi um convite para eu beijá-lo de novo - Eu tinha acabado de terminar um namoro quando você apareceu todo quebrado, literalmente. E eu apareci para você em um momento que você estava começando a entender sua vida. Foi um puta tsunami.
Ele selou nossos lábios. Não. Colou.
Sua língua pediu passagem e meus lábios, habituados, nem se importaram.
Suas mãos que estavam nos meus ombros, desceram para a minha lombar, arrepiando minha pele. Chris não me beijava com velocidade, parecia que ele queria aproveitar os segundos. Mas eu precisava daquilo, agora.
Acelerei o beijo e desci minhas mãos até o cós da sua cueca.
- A porta tá aberta. - ele falou meio rindo entre os beijos.
Puxei seu pescoço e, juntos, fomos até a porta. Chris riu do meu apego, mas foi ágil em trancar a porta para logo sugar meus lábios de novo.
Vacilei em me afastar e, com mãos trêmulas, empurrei-o contra a porta e me ajoelhei na sua frente.
Olhei de relance e ele parecia não acreditar, sorri. Safada.
Liberei seu membro e o envolvi na minha mão.
Comecei sugando a cabeça e a acariciar o seu todo com as mãos. Fui e vim, me deliciando com o seu delírio. Chris tentava acariciar meus cabelos, mas acabavam sendo puxões. Notei que ele precisava de mais velocidade, mas eu não queria mais velocidade. Queria ele em mim.
Levantei dando beijos pelo caminho do seu corpo até seus lábios e percebi ele meio desapontado. Sorri de novo. Safada.
- Me fode. Do jeito que você quiser. - despertei-o.
Suas mãos envolveram minhas coxas e me levantaram do chão. Fui jogada no meu colchão e sem dar tempo de perceber, ele já estava beijando molhado o interno das minhas coxas. Mais rápido ainda ele estava me saboreando. Chupando.
Eu podia me liberar ali naquele instante, mas me contorci o máximo possível para aguentar.
Puxei seu cabelo, impossibilitando-o de continuar e neguei com a cabeça. Eu queria mais.
Rápida. Me virei e apoiei minhas mãos e meus joelhos na cama. Vi Chris ir até minha gaveta do divã e rasgar o pacotinho. Engatinhei, ágil, até ele e tomei a camisinha para mim. Com cuidado, vesti-o. Chris apertou minha bunda e me arrumou para ele.
Juntamos.
Eu estava completa.
Logo aceleramos o movimento, e eu estava pronta. Estava com as chaves para me libertar.
Estava enfiando a chave na abertura. Estava girando a chave. E na hora de abrir o cadeado...
- Deita de lado. - suada, me arrumei com Chris atrás de mim - Quero ver seu rosto. Quero me apaixonar de novo.
E o trabalho para me libertar começou de novo.
Mais fácil.
Rápido.
Olhando no fundo dos seus olhos.
Segurando a lateral do seus rosto.
Sentindo uma mão sua fazendo movimentos circulares na minha virilha e a outra apertando meu seio.
Balões explodiram quando eu abri o cadeado.
Eu explodi.
- Chris... - falei manhosa depois que ele se libertou também - Quero de novo.
- Até o horário do voô. - sorri meio drogada.

Fuck the Shame - SKAM (*CONCLUÍDA*)Where stories live. Discover now