15 - Pena Que É Um Pouco Tarde Para Isso

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Deitado sobre a cama, eu apenas conseguia visualizar aquela cena se repetindo por diversos momentos em minha mente. O olhar de Jin e em seguida seus lábios grudados aos de Jimin.

Eu não estava conseguindo assimilar tudo aquilo, sabe? Não sabia que sentimentos assim podiam machucar, parecia uma dor física, mas que eu não conseguia curar com um remédio qualquer. Minha garganta parecia com um nó toda vez que aquela cena se repetia e eu apenas sentia vontade de ir até Jimin e gritar o quanto eu o odiava, o quanto eu o amaldiçoava.

Ele foi um babaca, vamos combinar, mas também um ótimo ator. Sério! Eu nunca imaginaria que seu sangue era tão frio a ponto de estar aos beijos com Seokjin um dia depois de dizer que gostava de mim. Nossa, uma salva de palmas para esse imbecil!

Soquei o travesseiro fortemente enquanto as lágrimas desciam por minhas bochechas sem parar, finalmente havia entendido o porquê Jimin não queria realizar um pacto comigo, o porquê ele não me queria ao seu lado do inferno. Ele poderia ficar com nós dois ao mesmo tempo.

Eu seria seu lanchinho terráqueo, a marmita de demônio.

Park viria a terra e brincaria comigo, mexeria com meus sentimentos, usaria meu corpo de todas as formas que quisesse e pudesse, depois voltaria para o inferno para foder o Seokjin porque era disso que ele gostava. A sensação de ser o dominador, poderoso e implacável.

Senti náuseas ao me lembrar como estávamos próximos naquela noite sobre o telhado, de frente para o bar e ele com um disco de vinil em suas mãos. Como pude me deixar enganar com aquela conversa toda idiota? Você é muito burro, Jeon.

O pior é que eu dei tanta chance, sabe. Puta merda, o quanto eu me esforcei para mantê-lo próximo a mim, eu deveria ganhar o troféu de trouxa do ano, com direito a cerimônia e Namjoon anunciando meu nome. Entraria com um lindo Smoking e um chapéu, no palco contaria toda minha história com Jimin nesses últimos meses e todo mundo poderia comprovar o quanto fui um imbecil.

Falando em imbecil; adivinha quem abriu a porta segundos depois de eu ter tido este pensamento?

— Você está ai! — sua voz era animada. — Estava te procurando há um tempo.

Me ajeitei na cama escondendo o rosto debaixo do travesseiro.

Me procurando há um tempo? Pra quê? Sua boca não estava ocupada demais com a língua de Seokjin?

— Estou cansado. — minha voz vacilou, puta merda.

— Qual é, Jungkook. — o traidor puxou meu pé. — Vamos dar uma volta na praia, falta poucos dias para que nós voltemos para casa.

Eu quis rir, juro. Puta merda, como eu quis cair na gargalhada ao ser convidado para andar na praia depois do que vi. Nossa, Jimin era muito cara de pau, não era possível.

— Não quero ir. — respondi seco

— Por quê? — resmungou. — Af, vamos, só uma voltinha. Eu gostei da praia, não existe no inferno. Senti muita inveja de vocês, humanos.

— A praia continua lá, vai sozinho.

O cômodo ficou silencioso, pensei por alguns minutos que ele havia saido, até ele tentar puxar o travesseiro.

— Por que você está agindo assim comigo? — disse ao tentar puxá-lo.

— Eu não quero ir, Jimin.

Minha voz vacilou novamente e meus olhos marejaram, estava sentindo meu estômago se contrair e era como se meu coração fosse explodir. Se ele retirasse o travesseiro, iria me ver daquele jeito; tão impotente, fraco e destruído.

Como Se Livrar De Um Demônio Apaixonado, Volume 1Où les histoires vivent. Découvrez maintenant