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- Vem!.- Ele pegou em minha mão.

Caminhamos pela rua andando de vagar ate paramos em frente minha casa onde os dois seguranças continuavam parados como estatuas.

Subimos os degrais ate ficarmos na frente dos seguranças que não saiam da frente da posta.

- Sai da frente!.- Os empurrei e abri a porta.

Entramos na minha casa onde minha mãe estava sentada no sofá, e meu "pai" estava de pé perto da janela olhando para a rua por uma fresta.

Já fazia dois anos desde a última vez que o vi quando no Natal ele veio em São Francisco com Bernardo seus pais e a ex namorada para sua mansão comemorar em "família".

Me lembro bem que ele mandou seus seguranças me buscassem para ficar com eles. Porem mesmo sendo pessoas da minha família eu não me sentia bem perto deles, então passei apenas um dia com eles e voltei para minha casa.

Ninguém merece ficar perto de pessoas que parecem estar te julgando a todo momento não é mesmo....

- Ate que fim chegou.- Ele falou vindo me abraçar.

Seu abraço era caloroso porem seco ao mesmo tempo, eu nunca entendia nada do sentimento que ele queria me passar quando estava comigo, por isso aquilo me parecia falsidade.

-Não venha com falsidade !.- Sai de seu abraço.

- Laryssa!.- Minha mãe me repreendeu.

- Okay já que você do jeito mais difícil .- Ele deu de ombros - Vá se arrumar partimos em duas horas!.- Ordenou.
A
- Mais isso não da tempo de arrumar todas as minha coisas!.-Questionei .

- Não precisa levar nada, la ja tem tudo que você vai precisar! E se não tiver você compra depois.- Ele voltou a olhar novamente pela janela sem me dar atenção.

E exatamente por esse motivo que eu o odiava tanto ele nunca está nem ai pra nada nem pra meus sentimentos.

- Mesmo assim tenho coisa que eu quero levar comigo!.-Gritei.

- Tanto faz faça como quiser.- Falou sem me dar importância.

Revirei meus olhos, e subi para o meu quarto, puxando Noah pelo braço.

- Que filho da put*. Eu o odeioooo!.- Falei batendo a porta assim que entrei no meu quarto.

- Seu pai e você são bem diferentes né?

- Sim!.- Assenti.- E sou mais diferente ainda do meu irmão!

- Aé você tem um irmão né?.- Ele falou com a mão no queixo.

- Sim! um idiota que se acha o dono do mundo, seu nome é Bernardo!.- Me joguei na cama.

O silêncio se restabeleceu novamente entre nós.

Eu sabia que Noah estava muito triste com minha partida. Por isso não quis lhe perguntar nada sobre seu silêncio porque como eu disse né... A resposta eu já tinha.

- Vou sentir saudades!.- Ele falou alisando o meu rosto.

- Eu também!.- Dei um beijo em sua bochecha.

- Moranguinho!!!!.- Ele gritou e eu joguei uma almofada nele.- O que ira fazer quando chegar lá?

- Provavelmente tocar fogo na casa com meu pai e meu irmão dentro.- Falei seria.

- Não sei se você tem coragem de fazer isso, mais que ira aprontar muito ira!

- Tenho que me arrumar...- Falei cansada.

- Okay eu te espero lá em baixo....- Ele saiu me deixando sozinha.

Fui ate o banheiro tomei banho, sai vesti uma calça legging preta, uma blusa de frio cinza que era maior que eu, um All Star preto fiz um rabo de cavalo no cabelo e pronto já estava arrumada.

Caminhei ate minha cama e puxei uma mala de baixo da cama.

Começando a colocar coisas dentro dela, sem o mínimo de cuidado.

Quando terminei me sentei na cama olhei para a velha cômoda que eu tinha desde pequena, e me lembrei que eu tinha me esquecido de algo muito importante.

Fui ate lá e tirei de dentro da última gaveta um álbum de fotos.

Coloquei ele dentro da mala e fui saindo, mais antes fiz o mesmo que havia feito no quarto de Noah: Parei na porta e olhei para não me esquecer de nenhum detalhe...



Fechei a porta e desci as escadas.

P.O.V Noah Borges

Me despedir da minha melhor amiga não iria ser fácil pois ela era o motivo de eu acordar todos os dias mesmo quando eu não tinha nenhum outro motivo para isso.

Ela simplesmente era meu pequeno demônio enviado do inferno especialmente para atormentar minha vida. Não sei que pecado eu tinha cometido pra merecer essa praga mas vendo agora o quanto ela vai fazer falta... Tudo que eu mais queria era saber qual era esse pecado pra poder repetir ele novamente e a manter em minha vida por mais algum tempo....

Mais ao chegar na sala percebi que as coisas seriam ainda pior para ela.

- Porque você deixou que ela subisse com aquele garoto?.- O pai dela perguntou para tia Helena.
Ele estava bravo.

- Eles são melhores amigos!

- E por causa de garotos como ele que ela esta como esta! Você não soube criar minha filha Helena!!!

- Eu sobe criar nossa filha muito bem! tão bem que ela não virou uma dessas garotinha metida igual você crio o Bernardo! MEU FILHO QUE EU MAL VEJO.

- Meu filho e muito bem criado!

- Laryssa também!

- É o que veremos! Quando Laryssa estiver morando comigo ela vai entrar na linha!

Sai de onde eu estava indignado. Como pode uma pessoa só falar tanta merda?

-Me desculpe senhor mais sua filha é a melhor pessoa que alguém poderia conhecer! E a tia Elena criou ela muito bem sim!

- Não estou falando com você garoto! Aprenda a se intrometer apenas quando for chamado!.- Ele disse grosso.

- O senhor esta falando da minha melhor amiga, então sim eu me intrometo!

- Mau educado! Eu não quero minha filha perto de pessoas como esse garoto!.- Apontou pra mim com cara de nojo.

- Não vou permitir que fale assim de Noah!.- Tia Helena se intrometer.

- E vai fazer oque? Sabe que eu posso acabar com todos vocês apenas piscando o olho!

- Você é nojento....- Ele fez cara de nojo pra ele.

- Eu não me importo para oque o senhor pensa!.- Me joguei no sofá.

Escutamos passos o olhamos para a escada, era Lary que vinha carregando sua mala pesada.

Ela começou a descer as escada, e acabou tropeçando e caindo escada a baixo.

Cai na gargalhada junto com tia Helena.

como eu ia sentir falta daquela pequena atrapalhada.... de suas risadas, de sua alegria de sua humildade, brigas....

pensei vendo ela tentar se levantar do chão com uma cara de azeda e dei um sorriso triste.

O pai de Lary foi em sua direção para ajudar a levantar.

- Você esta bem?.- Ele fingiu se preocupar.

- Já estou acostumada....- Ela falou pondo a mão na cabeça.

- Todo dia ela cai dessa escada!.- Falei gargalhando.

- E você não fez nenhuma proteção para proteger minha filha?.- Ele perguntou bravo para tia Elena.

- E oque eu iria fazer Dener? Laryssa da um jeitos de se machucar ate estando deitada na cama!!

- Isso e verdade!.- Concordei.

- Calado os dois!.- Lary falou jogando seu sapatos em mim.

- Te amo retardada!!!.- Gritei.

- Vá se foder!.- Ela jogou o outro sapato.

- Não fale essas palavras Laryssa!.- Seu pai a repreendeu.- Esta vendo Helena!

- Oque Dener?- Helena se fez de desentendida.

- Vamos Laryssa!.- Dener a chamou já estressado.

- Mais já?!.- Ela perguntou fazendo um "O" com a boca.

- Sim! Viajaremos ainda hoje!.- Ele falou impaciente.

Lary revirou os olho e suspirou.

Se eu bem conheço minha amiga ela estava muito triste com aquilo.
Em outro momento ela teria feito um escândalo, mais ela já se encontrava cansada de tentar adiar o inadiável.

Mas ela não ira deixar isso barato...

Saímos para fora da casa e Dener entrou no caro já apressado.
Os dois seguranças pegaram as malas de Lary e botaram no porta-malas .

Fui ate ela e dei um abraço apertado, enquanto deixava as lagrimas caírem.

- Detesto despedidas.!- Ela falou limpando as lagrimas.

Sorri para ela que logo em seguida foi ate sua mãe e deu-lhe um longo e apertado abraço de despedida.

Enquanto isso o motorista de Dener apertava a buzina do caro, apresando minha amiga.

- Se cuida viu meu amor!.- Tia Helena falou deixando um último beijo na bochecha de Lary.

Ela passou por mim e pegou na minha mão levemente antes de entrar na quele carro com cara feia batendo a porta.

O motorista deu partida e seguiu ate a esquina da onde não conseguimos mais vela.

Aquilo apertou meu coração e foi quando eu percebi que tia Helena estava a chorar.

Fui ate ela e abracei a mesma.

- Ela vai voltar! Ela sempre volta!.- Falei para consolar Elena.

Mas no fundo eu não sabia se ela iria mesmo voltar, Lary sempre dava um jeito de sair das piores situações, mais naquele momento eu queria acreditar que ele ainda tinha forças para lutar, mesmo sabendo que seria difícil.

A ruiva é fogoOnde histórias criam vida. Descubra agora