Vou escrever para ela também

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Em reforma.




- Vocês tem certeza de que vão entrar lá de novo? - perguntou Alby à Minho e Newt, que já iam entrar no Labirinto novamente.

- Sim. Alguém tem que entrar lá, não é? - respondeu o asiático. Alby balançou a cabeça em concordância e deixou os amigos finalmente entrarem no Labirinto.

Os garotos corriam e corriam de um lado para o outro, mas sempre sem sucesso. Eles usavam tábuas de madeira pequenas para não se perderem, e funcionava.

- Vamos parar. Não aguento mais correr. - disse Newt. Minho concordou e parou ao lado do amigo.

- Como vai Evelyn? - perguntou ele com um sorriso malicioso no rosto. Newt deu um sorriso ainda mais bobo que o do amigo.

- Você quer dizer sua irmã, né? - disse o loiro. Minho arregalou os olhos e abriu a boca para dizer alguma coisa, mas parecia que haviam lhe tirado a capacidade de falar qualquer coisa.

- Como assim minha irmã?! Você tá de brincadeira com a minha cara?! - perguntou Minho. Newt apenas sorriu e balançou a cabeça negando. Minho abriu um sorriso do mundo.

- O próximo à escrever uma carta para Evelyn sou eu! - disse ele.

- Claro! Ela vai ficar muito feliz com isso. - disse Newt.

- Queria poder vê-la. - disse Minho. Newt apenas concordou com a cabeça.

- Vamos voltar antes que Alby infarte. - sugeriu Newt.

Os dois se levantaram e seguiram os pedaços de madeira que haviam jogado no chão para que não se perdessem. A viagem de volta à Clareira não foi demorada, e eles conseguiram chegar enquanto o sol ainda era visível.

- Hey! - cumprimentou novo garoto. Ele era grande e moreno, e transbordava uma falsa alegria e entusiasmo. Era provavelmente seu primeiro dia.

- Hey! Lembra do seu nome, novato? - perguntou Minho.

- Caçarola. Eu estava ajudando Alby à fazer a comida. Ele não tem muita técnica com isso.

- Nem me fale. - respondeu Newt. Ele viu que as caixas ainda não haviam sido mexidas, então correu para elas e procurou uma carta de Evelyn, quando finalmente encontrou.

De: Eve
Para: Newtie

Querido Newt,
Me desculpe por não lhe escrever esses dias. Eu havia conversado com Thomas sobre o que ele anda fazendo e recebi algumas propostas que ocuparam meus pensamentos. Mas nada que importasse mais do que conversar com você!

Você era como uma cola que grudava todo o nosso "grupo" de amigos. Sério mesmo! Sempre que nós brigávamos você arrumava um jeito de fazer com que fizéssemos as pazes, não importava o jeito. Eu briguei com Thomas e Teresa. Mas mais com Thomas do que com Teresa, e foi aí que finalmente percebi que eu não tinha você para me ajudar a solucionar meus problemas. Como você não se lembra, vou ter que escrever para você saber: eu sou um pouco orgulhosa. Talvez só um pouquinho a mais do que você pensa. Thomas veio pedir desculpas pelo que fez (acho que não tenho permissão de contar. Prometi à minha mãe que escreveria somente o que eu realmente pudesse contar à você. Não quero trair sua confiança, se ainda existe uma, mas também não quero trair a confiança da minha mãe. Prometo que assim que eu puder eu vou responder à todas as suas perguntas.) e no começo eu fiquei com um pé atrás em relação ao pedido de desculpas dele. Mas aí no argumento dele, ele usou você. E foi aí que eu percebi que ele realmente queria pedir desculpas. Olha, você e o Thomas eram muito amigos antes de tudo isso acontecer. Era sempre eu, você, Thomas, Minho e Teresa quem sempre se metiam em todo tipo de confusão. Eu perdoei o Tommy no final das contas. Mas quero que você saiba que se ele sair da linha, eu dou um jeito de te ver e de fazer você bater nele!

    Como Minho reagiu quando você contou que eu era irmão dele? Seria a cara de fazer alguma piada sarcástica com isso, afinal é o Minho. E que Minho ele seria se não fosse sarcástico?

    Quero que na próxima carta me conte cada detalhe do que você faz na Clareira! T U D I N H O!

Com amor,
Eve.

- Newt, você não cansa de ler as cartas da sua namorada não? - perguntou Minho.

- Se ela fosse minha namorada, o que não é, eu estaria namorando a sua irmã seu animal. - respondeu o garoto.

- Me esqueci desse detalhe. - disse Minho. Ele ainda não conseguia acreditar que tinha uma irmã esperando ele sair desse lugar. Ela dava forças para que ele continuasse esperançoso em achar uma saída. - Olha, já terminei a minha carta para ela. Não vai escrever para ela?

- Acho que a sua carta já basta. Já vai deixá-las muito feliz. - respondeu Newt.

- Caguei. Você vai escrever também, aí ela vai ficar feliz em dobro. - respondeu o amigo. Newt revirou os olhos mas acabou concordando.

Ele não precisou pensar muito no que escrever para Evelyn, já que ela queria saber tudo, ele lhe contaria. Os muros Caçarola, o Labirinto e os barulhos vindo dele. Newt achou que não contaria nessa carta a sensação que o Labirinto lhe passara. Assim que ele ultrapassou os muros, um sentimento de melancolia e tristeza passou por ele.

No dia seguinte, ambos já haviam enviado as cartas. Agora restava saber a reação de Evelyn por meio das cartas dela.

Dear NewtOnde histórias criam vida. Descubra agora