6 Kevin

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Acordei novamente pela madrugada, sentando-me na cama, observei Midorya dormindo tranquilamente, seu corpo ainda estava marcado pelas agressões e ele estava um pouco pálido, os remédios estavam ajudando na recuperação, mas eu sabia que sua idade já lhe era um pequeno incomodo.

Levantei e fui até a cozinha para tomar um copo de agua, e segui para a sala, sentando-me no sofá, pensando em como minha vida estava louca, estar com Midorya era como estar no centro de um F7, no centro era calmo, seguro, tranquilo e aconchegante, porém ao redor tudo era destruído.
Sentia um arrepio na nuca quando pensava em Midorya sendo morto por um tiro de snipe, ou numa emboscada, capotando o carro, assassinado a facadas, ou crivado de balas, queimado lentamente, sendo degolado, torturado lentamente e deixado para morrer por hemorragia... Quanto mais eu pensava, mais minha mente tinha ideias sórdidas e insanas para a morte dele, e depois, via-me angustiado com isso. Eu era o responsável por sua segurança, e tinha passado apenas um dia, desde nosso ultimo ataque, e como se não bastasse isso agora tínhamos três filhos: Mia, minha gata, Delta o pastor alemão e Bravo o rottweiler; Quando fomos ao pet, Midorya apaixonou-se por ambos cachorrinhos e eu não pude fazê-lo escolher entre um ou outro, vendo-o tão embasbacado com os cachorros.
Enquanto fossem pequenos, não teríamos problemas com espaço, porém em alguns meses teríamos de nos mudar, e meu companheiro concordou plenamente com a ideia.
Midorya Fullbuster. Eu o entendia perfeitamente. Ele respeitaria minhas decisões e não iria interferir em meu trabalho, e na carreira que eu desejava, porém o mesmo já estava começando a buscar conforto e estabilidade para si. Percebi isso quando chegamos em casa, e o vi tratando os cachorros melhor do que a mim, falando com eles, carregando-os no colo, ao ponto de eu ter que brigar com ele para que soltasse os pequenos no chão.

Ele não me cobrava nada, e eu me sentia culpado por isso, e agora sabia que o único jeito de me ver livre dele, era estourando os miolos daquele crianção.

Senti uma cabecinha macia se esfregar em minhas pernas, e peguei Mia, afagando seus pelos macios; olhei para cantinho da parede, onde tínhamos improvisado a casa para os dois garotões, e os encontrei dormindo embolados um no outro.
Tínhamos dado mais um passo adiante, um importante passo, não era como ter filhos, e sinceramente ainda não pensava em ser pai, pelo menos não nos próximos anos, pois ainda tinha o desejo de servir meu pais fervorosamente, para poder aposentar minhas ‘botas’, e eu sabia que meu companheiro entendia meu desejo, pois era o mesmo dele.
Esse era o lado bom de Midorya, tínhamos os mesmos desejos e instintos, e eu sabia que na sua idade, teria os mesmos desejos que ele, como sabia que ele tinha os anseios que eu tenho, quando tinha a minha idade. Era confuso, porém mutuo, e isso me dava a certeza que ele jamais pediria para que eu largasse minha carreira.
Deitei-me no sofá e Mia aninhou-se em meu peito, embaixo do meu queixo, e a deixei ali, perdendo-me em pensamentos novamente, levando-os dessa vez até meus pais.

Meus pais.

Eles jamais aceitaram minha relação com Midorya, pelo simples fato de que jamais aceitaram minha condição como homossexual, e tinham vergonha de mim. desde que assumi minha relação  com Mido, eles tinham cortado relações comigo, e eu pude respirar aliviado, pois passei a vida toda sofrendo por causa disso: as expectativas exageradas, pressão pelo sucesso e pela perfeição.

Sempre tive paixão pelas forças armadas, e foi como uma válvula de escape, servir e passar meses fora, sempre que podia arrumava outro trabalho dentro do quartel para não ir para casa nos feriados e folga, apenas quando não tinha mais nenhuma solução, que eu voltava para casa, somente para ouvir mais e mais criticas e expectativas que eu tinha que alcançar.

Com muito esforço consegui um bom posto e já iniciar minha carreira militar com sucesso; E tive meu caminho enlaçado ao de Midorya. Sabia por alto sobre seu passado, as vezes ele me falava algumas coisas, para outras seu olhar mudava e ele pedia para que por favor, eu não tocasse naquele assunto. Ouvia também alguns boatos, e onde quer que chegássemos, todos batiam continência para ele. Midorya era respeitado e temido, e eu invejava isso, almejava isso, e alcançaria esse nível.

Midorya.

Não importava qual fosse o assunto que rodeasse meu pensamento, sempre acabava voltando para ele.

_KEVIN! – ouvi um grito do quarto, e passos apressados, e logo Midorya apareceu na sala de box, segurando sua arma e olhando para todos os lados.

Sentei-me sorrindo e ele pareceu respirar aliviado quando me viu ali, com Mia no braço.

_o que houve? – perguntei sorrindo disfarçadamente.

_acordei e não vi você na cama! – resmungou – pensei que tivesse acontecido alguma coisa!

_pode ficar tranquilo, não aconteceu nada! – falei e lhe dei um sorriso sereno, ele apenas assentiu e travou a arma – nem pensamos neles, uma vez que estamos nessa situação de merda! – apontei para a casinha de Delta e Bravo.

_de fato... – murmurou e passou a mão pelo rosto, ainda estava sonolento e parecia que uma dor de cabeça estava prestes a lhe pegar em cheio.

_tome um remédio para dor de cabeça, e vamos voltar para cama! – falei, e coloquei Mia no chão novamente.

_tudo bem...

Quando o dia amanheceu, eu estava com preguiça e Midorya visivelmente indisposto, levantei-me e decidi ir a padaria e comprar um café completo, pois não estava com tempo ou saco para ir a cozinha, por mais que estivéssemos com a dispensa cheia, a preguiça impedia-me de fazer algo.
Comprei suco, pão, café, queijo, presunto, frutas, e um bolo de maracujá, voltando para casa, enquanto andava, notei que havia dois caras suspeitos de tocaia no outro lado da sua, quando cheguei no portão do prédio, deixei a sacola com o bolo cair e abaixei-me para pegar, quando me virei para a rua, notei que ambos começaram a atravessar, mas pararam e mudaram bruscamente a rota, indo embora.
Virei e um pontinho vermelho atingiu meu olho em cheio, fechei os olhos e franzi o cenho. Elevei meu olhar até o local onde vinha, e vislumbrei Midorya na janela do nosso apartamento com um rifle.

Sorri e entrei, cumprimentando o porteiro, peguei o elevador e subi rumo ao nosso apartamento. Quando entrei, vi Midorya ainda na janela, observando ao na rua.

_como você sabia? – indaguei.

_vi quando você saiu da cama! – murmurou – aqueles dois estavam ali desde cedo, muito suspeito... Mandei o número da placa do carro para Jasen!

_vamos comer? – ergui as sacolas e ele tirou o rifle da janela, colocando-o ali por perto.

_vamos, estou faminto! – declarou e eu o avaliei por um instante. Aparentemente ele ainda estava indisposto, mas parecia mais animado diante da comida – já dei a ração de filhotes para os três! – indicou os dois cachorrinhos e Mia.

_obrigada! – fui para a cozinha e coloquei o que tinha comprado na mesa, indo em busca dos demais utensílios, jarra, copos, xicaras, facas, pratos e todo o resto.

_logo mais precisamos ir a farmácia, ainda tem alguns remédios que preciso comprar! – informou-me, vindo ajudar-me com a por a mesa.

_tudo bem!






Hey Pandinhas, vai um Cap curtinho, pra dar uma respirada, pois os babados vão começar!
Comentem e deixem a estrelinha, que logo logo, eu volto com mais um capítulo quentinho rsrs

(In)Dependente de Mim - Spin Off II - Duologia Possessivos Onde histórias criam vida. Descubra agora